Não há um justo, nem um sequer...*
A Bíblia já afirma isto há mais de 2.500 anos, e tem gente que achava que no governo do PT haveria uma espécie de seguro contra corrupção e desonestidade, tem gente que cria piamente que neste governo as coisas seriam totalmente diferentes, haveria o milagre tipo água em vinho. É preciso ter muita fé!
A questão é, e será para sempre, se 'os fins justificam os meios'? Meu pai já dizia (e continua dizendo) que quem quer fazer carreira política no Brasil tem que deixar de ser 'sério', tem que vender algo (caráter tem preço?), tem que se comprometer (no pior sentido), mesmo que seja para buscar o bem do povo e fazer algo de produtivo pela nação. Pensando que após subir ao poder vai pode se redimir de alguma forma e se tornar um cidadão de bem. Fulano rouba mas faz, já foi lema informal de campanha e, pior de tudo, parece que nós aprovamos.
"Se vamos olhar para trás e investigar, vamos olhar para trás com coragem e investigar tudo. Se é para recuar dois anos, então vamos recuar oito." Disse o senador Aloísio Mercadante combatendo a instalação de mais uma CPI, a primeira de corrupção no governo Lula (Diário de Pernambuco 21/02/2004). Será que os problemas na política brasileira e na ética desta nação começaram a 10, 20 ou 30 anos atrás? Ou herdamos nosso jeito de fazer política desde nossa colonização? Negociamos nossa 'independência' de forma financeira, sem derramamento de sangue!? Ou ainda estamos tentando lavar o sangue que é todo dia derramado em nossas esquinas, favelas e até nos nossos condomínios (ditos seguros)?
Não se concerta, o que está errado há mais de 500 anos (ou teologicamente falando desde que o homem é homem), em quatro ou oito anos. Ou se pensa que a desonestidade e a corrupção é invenção brasileira (Precisamos que alguém tire as escamas da hipocrisia de nossos olhos!). "Errar é humano" todo mundo já sabe e já usou a velha desculpa diversas vezes, tem gente que nem agüenta mais ouvir esta ladainha. A culpa que não produz mudança de atitude, o arrependimento, é maligna e é chamada de remorso e não produz nada de bom, pelo contrário "...Mas perdoar é divino" e todo mundo já sabe ou ouviu isto.
Moisés, aquele da Bíblia, institui para o povo judeu um dia nacional do perdão que ocorria a cada sete anos. Eu tenho uma teoria, (talvez muito infantil, mas todo mundo já sabe que criança é que sabe viver e ser feliz), Lula vamos instituir nosso dia do perdão. Vamos deflagrar um dia de arrependimento por todos os crimes cometidos contra esta nação e este povo. (Todos os crimes que não resultaram em morte pré-meditada ou intencionada devem ser perdoados desde que haja confissão e reparamento sempre que possível. Se houve, por exemplo, enriquecimento ilícito ou aquele dinheiro que se manda para fora do país mesmo que ganhado 'honestamente', sem declaração, o infrator Confessa o crime, paga um percentual, um imposto, e é absolvido). Vamos dar a nação à chance, que todos nós temos, do recomeço. E finalmente vamos criar um código de leis justas que possam ser cumpridas e exigidas.
Fica aí um sonho, talvez mais uma utopia, mas tudo que existe e é real hoje, foi um sonho, uma idéia ontem. Que Deus continue tendo misericórdia desta nação e antes de tudo; qualquer grande mudança só vem a se tornar realidade quando acontece primeiro individualmente, depois coletivamente; primeiro na mente e coração, depois nas atitudes.
Recife 22 de Fevereiro de 2004
Bruno Macedo
Ainda em tempo: cabe aquela velha proposta petista de renegociar a nossa dívida externa, que uns dizem por aí que já está paga há muito tempo.
A questão é, e será para sempre, se 'os fins justificam os meios'? Meu pai já dizia (e continua dizendo) que quem quer fazer carreira política no Brasil tem que deixar de ser 'sério', tem que vender algo (caráter tem preço?), tem que se comprometer (no pior sentido), mesmo que seja para buscar o bem do povo e fazer algo de produtivo pela nação. Pensando que após subir ao poder vai pode se redimir de alguma forma e se tornar um cidadão de bem. Fulano rouba mas faz, já foi lema informal de campanha e, pior de tudo, parece que nós aprovamos.
"Se vamos olhar para trás e investigar, vamos olhar para trás com coragem e investigar tudo. Se é para recuar dois anos, então vamos recuar oito." Disse o senador Aloísio Mercadante combatendo a instalação de mais uma CPI, a primeira de corrupção no governo Lula (Diário de Pernambuco 21/02/2004). Será que os problemas na política brasileira e na ética desta nação começaram a 10, 20 ou 30 anos atrás? Ou herdamos nosso jeito de fazer política desde nossa colonização? Negociamos nossa 'independência' de forma financeira, sem derramamento de sangue!? Ou ainda estamos tentando lavar o sangue que é todo dia derramado em nossas esquinas, favelas e até nos nossos condomínios (ditos seguros)?
Não se concerta, o que está errado há mais de 500 anos (ou teologicamente falando desde que o homem é homem), em quatro ou oito anos. Ou se pensa que a desonestidade e a corrupção é invenção brasileira (Precisamos que alguém tire as escamas da hipocrisia de nossos olhos!). "Errar é humano" todo mundo já sabe e já usou a velha desculpa diversas vezes, tem gente que nem agüenta mais ouvir esta ladainha. A culpa que não produz mudança de atitude, o arrependimento, é maligna e é chamada de remorso e não produz nada de bom, pelo contrário "...Mas perdoar é divino" e todo mundo já sabe ou ouviu isto.
Moisés, aquele da Bíblia, institui para o povo judeu um dia nacional do perdão que ocorria a cada sete anos. Eu tenho uma teoria, (talvez muito infantil, mas todo mundo já sabe que criança é que sabe viver e ser feliz), Lula vamos instituir nosso dia do perdão. Vamos deflagrar um dia de arrependimento por todos os crimes cometidos contra esta nação e este povo. (Todos os crimes que não resultaram em morte pré-meditada ou intencionada devem ser perdoados desde que haja confissão e reparamento sempre que possível. Se houve, por exemplo, enriquecimento ilícito ou aquele dinheiro que se manda para fora do país mesmo que ganhado 'honestamente', sem declaração, o infrator Confessa o crime, paga um percentual, um imposto, e é absolvido). Vamos dar a nação à chance, que todos nós temos, do recomeço. E finalmente vamos criar um código de leis justas que possam ser cumpridas e exigidas.
Fica aí um sonho, talvez mais uma utopia, mas tudo que existe e é real hoje, foi um sonho, uma idéia ontem. Que Deus continue tendo misericórdia desta nação e antes de tudo; qualquer grande mudança só vem a se tornar realidade quando acontece primeiro individualmente, depois coletivamente; primeiro na mente e coração, depois nas atitudes.
Recife 22 de Fevereiro de 2004
Bruno Macedo
Ainda em tempo: cabe aquela velha proposta petista de renegociar a nossa dívida externa, que uns dizem por aí que já está paga há muito tempo.
*carta de Paulo aos Romanos 3.10 citando Salmos.
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Fazem 6 anos e meio que escrevi este texto acima, na época foi fruto de um sentimento de indignação bem antigo, mas depois que li na mídia a declaração do senador Aloísio Mercadante me deu uma grande vontade e necessidade de externalizá-lo como uma carta para nosso presidente, esperançoso que um dia chegasse as suas mãos.
Quase nada mudou em relação a sujeira na política, a falta de ética e a falta de vergonha das nossas autoridades, penso que piorou muito, pois perdemos uma grande oportunidade de se trazer as claras a podridão e a lama que envolve a política e uma eleição (o caixa dois, a ficha suja, a compra de votos, o lobby, os mensalões e os mensalinhos, o corporativismo dos maus, a venda de cargos, as falsas promessas, e etc - faça sua lista própria).
O Plínio está certo!
Todo mundo fala em melhorar isso e aquilo, mas ninguém quer chegar na raiz do problema, e se comprometer.
O Plínio está errado!
O nosso problema não é (só...) o neo-liberalismo, nem os interesses dos poderosos que financiam os governantes, nem a sujeição ao FMI.
Nossos governantes são um retrato, um espelho da nossa sociedade. Não é o povo que não sabe votar, votamos em pessoas iguais a nós que diante do poder e de grande somas de dinheiro se corrompem, ou se tornam omissos (o preço da denúncia da iniquidade é muito alto, veja João Batista e todos outros que pagaram até com a vida), da mesma forma que talvez você e eu faríamos. Enquanto não houver clareza que todo o nosso sistema está comprometido com a corrupção e a roubalheira, e reconhecermos que todos nós fazemos parte disso, seja por atitude ativa ou passiva, nada vai acontecer.
Amanhã na hora de votar pare de pensar um pouquinho em você, nas vantagens que um político vai lhe trazer, ou se é um amigo seu, vote com responsabilidade e com uma oração na boca e no coração:
Senhor eu quero um país diferente, concede-nos governantes segundo o teu coração, homens e mulheres sábios que tenham coragem para enfrentar a injustiça e a maldade. Senhor, acima de tudo, me concede coragem para fazer diferença! Perdoa a nossa omissão e indiferença e nos concede a tua Graça, por Cristo Jesus, nosso Senhor, Amém!
Sobre o mesmo tema:
Religião e cidadania - Ed René Kivitz
http://forumcristaoprofissionais.com/2010/09/14/religiao-e-cidadania/
PT - O Partido Que Nunca Foi Governo - Robinson Cavalcanti
http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/326/pt-o-partido-que-nunca-foi-governo
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