"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NATAL DE JESUS, MEU NATAL

"... Mas agora Deus os ressuscitou junto com Cristo. Ele perdoou todas os nossos pecados, e cancelou, tornou nula a conta da nossa dívida... Ele a removeu, pregando-a na cruz."
Colossenses 2.13-14

"Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus".
C S Lewis
...

*
FOLHA EM BRANCO
Certo dia eu estava aplicando uma prova, os alunos, em silêncio tentavam responder as perguntas com uma certa ansiedade. Faltavam uns 15 minutos para o encerramento e um aluno levantou o braço,se dirigiu a mim e disse:

- Professor, pode me dar uma folha em branco ?

Levei a folha até sua carteira e perguntei porque queria mais uma folha em branco. Ele respondeu:

- Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez.

Apesar do pouco tempo que faltava, confiei no rapaz, dei-lhe a folha Em branco e fiquei torcendo por ele. Aquela sua atitude causou-me simpatia.

Hoje, lembrando aquele episódio simples, comecei a pensar quantas Pessoas receberam uma folha em branco, que foi a vida que DEUS lhe deu até agora, e só tem feito rabisco, confusões, tentativas frustradas e uma Confusão danada...

Acho que, agora, seria um bom momento para se pedir a DEUS uma folha Em branco; uma nova oportunidade para recomeçar, Renascer.

Assim como tirar uma boa nota depende da atenção e esforço do aluno e da boa didática do professor, uma vida PLENA, FELIZ também depende da atenção que dermos aos ensinamentos do supremo mestre nosso DEUS e PAI.

Levante o braço, peça uma folha em branco, passe sua vida a limpo.

Não se preocupe em tirar 10 (dez), ser o melhor, mas em buscar e seguir a direção do Mestre. Ele deseja ajudá-lo e está interessado em quem pede ajuda, portanto, só depende de você.

Deus não só lhe dará uma folha em branco como também limpará as folhas sujas, borradas e amassadas de sua vida com o alvejante precioso do Sangue do Seu Filho JESUS CRISTO derramado na Cruz.

Quer dar um presente para o aniversariante neste dia?

Peça a Deus que tome para Si a sua vida, e que Ele derrame em você da Vida dEle, confie no Senhor e o resto tudo o mais ELE o fará. Não importa se você já fez isso antes, se sujou e desistiu. Deus nunca, nunca mesmo! Deus nunca desiste de você!

Que Deus te abençoe, guarde a tua vida e te dê a Paz neste final de ano e sempre.

BM
*texto do calendario Luz e Vida 2008 que adaptei

Você já falou com PAPAI do Céu hoje? Não!? Então ORE!
"..Mas você,quando orar, vá para o seu quarto,feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa".

JESUS em Mateus cap.6

...
O NASCIMENTO DE JESUS, UM CORDEL




terça-feira, 21 de dezembro de 2010

JESUS TEM AIDS Por Russell D. Moore

"...Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?
E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?
O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes..." (Mateus 25.31-46, leia todo)


Jesus tem AIDS.

Provavelmente, apenas ler isto escrito em sua frente deixou alguns de vocês irritados. Deixe-me ajudá-lo a enxergar porque isto e, ao fazê-lo, por que cuidar daqueles que têm AIDS é parte do mandato evangelístico entregue a nós na Grande Comissão.

A afirmação de que Jesus tem AIDS alarma alguns de vocês porque sabem que isto não é verdade. Jesus, afinal, é o filho exaltado do Deus vivo. No sepulcro, ele venceu a morte, e a venceu definitivamente. Ele não está fraco, morrendo ou infectado; ele é triunfante e ressurreto.

Sim.

Sim, mas, o que frequentemente parecemos esquecer é que Jesus identificou-se com os sofredores deste mundo, uma identificação que continua através de sua igreja.
Sim, Jesus completou seu sofrimento na cruz, mas ele também fala de si mesmo como “perseguido” por Saulo de Tarso, quando Saulo persegue sua igreja em Damasco (Atos 9.4).

Por meio do Espírito de Cristo, nós “gememos” com ele no sofrimento de um universo ainda sob a maldição (Rm 8.23,26). Essa maldição manifesta-se, entre bilhões de outras formas, em corpos voltando-se contra si mesmos, por sistemas imunológicos dando errado.

É por isso que a igreja deve sofrer, continuamente, com Cristo, enquanto carregamos sua presença nas trevas de uma criação caída. O Apóstolo Paulo diz, então, “Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24).

Alguns da igreja de Cristo têm AIDS. Alguns deles estão agonizando em hospitais logo ali descendo a rua. Alguns deles são órfãos devido a essa doença na África. Todos eles estão sofrendo com uma intensidade que poucos de nós podem imaginar.

Alguns de vocês estão irritados com a declaração que escrevi porque acham que, de alguma forma, isto incrimina Jesus. Afinal, a AIDS é uma doença vergonhosa, que mais frequentemente se espalha através da promiscuidade sexual ou pelo uso ilícito de drogas.
Sim.

Sim, mas estes eram exatamente os tipos de pessoas com quem Jesus consistentemente se identificou, enquanto caminhava pelas montanhas da Galileia e ruas de Jerusalém, anunciando o Reino de Deus. Pode alguém ser mais promíscuo que as prostitutas com quem Jesus comeu? Pode alguém ser mais marginalizado pela sociedade que a mulher com fluxo de sangue, sangue que teria feito impuro qualquer um que tocasse nela (Lc 8.40-48)? Jesus a tocou, e levou sobre si mesmo a impureza dela.

A AIDS é escandalosa, claro. Mas não tão escandalosa quanto uma cruz.

No madeiro da crucificação, Jesus identificou-se com um mundo pecaminoso (incluindo o escândalo do meu pecado). Ele pareceu ser amaldiçoado por Deus (Dt 21.23; Gl 3.13). Por isso parecia tão razoável às multidões gritando amaldiçoá-lo como um Messias falso, porque somente aqueles rejeitados por Deus seriam pendurados num madeiro. É por isso que o apóstolo Paulo tinha de insistir repetidamente que ele não se “envergonhava” da cruz. No Gólgota, Jesus tornou-se pecado (embora ele nunca tenha conhecido pecado) ao carregar os pecados do mundo (2Co 5.21). Isto é escandaloso.

Mais ainda, alguns de vocês estão irritados porque acreditam que a frase que escrevi acima é uma afronta à dignidade do rei do universo. Ele não tem qualquer doença de imunodeficiência; ele está reinando à destra de Deus.

Sim.

Sim, mas não podemos ver Jesus somente em sua Cabeça, mas também em seu Corpo, também em sua identificação com aqueles que ele chama “os meus menores irmãos” (Mt 25.40). Jesus não está com fome nesse exato momento, está? Ele não está nu, está? Ele não está com sede, está? Ele não está preso, está? Bem, sim, ele está… na nudez, fome, sede, e prisão dos seus irmãos e irmãs sofredores ao redor do mundo.

Quando estivermos em julgamento, seremos, Jesus nos diz, responsabilizados por como o reconhecemos na dor daqueles que não parecem carregar a glória de Cristo agora. Vemos Jesus agora, pela fé, no sofrimento dos filhos de usuárias de crack, no viciado em metanfetamina, no órfão pela AIDS, no pródigo hospitalizado, que vê a sua ruína nos fios correndo de suas veias.

Me pergunto quantos de nós ouvirão as palavras de nosso imperador galileu: “eu tive AIDS e vocês não se preocuparam em se aproximar de mim”.

Portanto, se amamos Jesus, nossas igrejas deveriam estar mais cientes dos clamores da maldição, incluindo a maldição da AIDS, que a cultura ao nosso redor. Nossas congregações deveriam dar boas vindas aos soropositivos, e não deveríamos estar preocupados em abraçá-los – como abraçaríamos nosso Cristo. Nossas congregações deveriam estar na linha de frente das missões às regiões devastadas pela AIDS no mundo. Nossas famílias deveriam estar desejosas de receber aqueles feitos órfãos por este carrasco global.

Através de tudo isso, devemos ser insistentes na proclamação do Evangelho. Para aqueles cujo sangue se tornou seu próprio inimigo, devemos anunciar o sangue que eles não conhecem, o sangue dAquele que pode purificá-los de toda injustiça, assim como nos purificou (1Jo 1.7); o sangue dAquele que é eternamente imune ao pecado, à morte e ao inferno (Jo 6.53-56).

Jesus ama o mundo, e o mundo tem AIDS. Jesus se identifica com os menores deste mundo, e muitos deles têm AIDS. Jesus nos chama para reconhecê-lo nas profundezas do sofrimento, e lá existe a AIDS também.

Jesus tem AIDS.

Russel D. Moore é pastor na Highview Baptist Church.
Traduzido por Josaías Jr iPródigo

Artigo retirado de iPródigo: http://iprodigo.com

Link do artigo: http://iprodigo.com/traducoes/jesus-tem-aids.html

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A LATINHA DA COCA-COLA por Ed René Kivitz

A igreja de Jesus Cristo sempre viveu a tensão entre suas faces orgânica e organizacional. Parece que nos últimos anos essa tensão se agravou. Especialmente no segmento evangélico de tradição reformada, a crítica à “igreja instituição” está na moda, e não são poucos os que se vangloriam de ter “rompido com a instituição”. Outro dia alguém me classificou de “institucionalizado”, e me senti praticamente xingado. Decidi dar mais atenção à dimensão institucional da igreja corpo vivo de Cristo. Jamais imaginei que fosse levantar minha voz para defender a bandeira institucional, e é bem provável que no início eu estivesse movido pelo instinto de sobrevivência ou auto-justificação, mas ao final achei que meus argumentos faziam sentido. Hoje já não me incomodo quando alguém diz que sou “institucionalizado”.

Essa conversa de “ser desinstitucionalizado” na melhor das hipóteses reflete ignorância. Na pior, má fé. Considere a chamada “igreja primitiva”, geralmente idealizada como modelo “desinstitucionalizado” a ser reproduzido, e perceba que o desenvolvimento natural da igreja exigiu organização (Atos 6.1-7), nomeação de liderança e acomodação hierárquica (Atos 14.21-23), estabelecimento de normas, costumes e critérios éticos entre as igrejas (Atos 5.1-11), definição de um credo mínimo (Romanos 11.33-36; Filipenses 2.5-11; 1Timóteo 1.17; 3.16), assembléias presbiteriais (Atos 15); ação estratégica para a expansão (Atos 13.1-3; 11.19-21), sistema de arrecadação, gestão e distribuição de recursos financeiros (2Corintios 8,9); ordem e direção litúrgica para os encontros coletivos (1Coríntios 14.26-40), dentre outras características que hoje são consideradas um gesso que impede a boa manifestação do corpo orgânico da igreja.

A tão celebrada “igreja primitiva” era institucionalizada. Caso você participe de um “movimento” que tenha: (1) liderança identificada; (2) hierarquia definida; (3) rotina de atividades; (4) agenda de serviços; (5) voluntários coordenados; (6) demandas coletivas; e (7) necessidade de arrecadação financeira, então você não participa de um movimento, você é institucionalizado.

Os que se consideram “desinstitucionalizados” geralmente são aqueles que romperam com uma instituição e se comprometeram com outra. A diferença é que algumas instituições têm centenas de anos de história enquanto outras nasceram ontem, e quase sempre baseadas em uma personalidade tipo “guru” ou “messias reformador” que levará a igreja de volta às origens. Reconheço que por serem mais novas, as instituições emergentes podem ser mais leves, ágeis e eficazes. Mas não significa que não sejam instituições. E também não significa que sejam menos perniciosas e enfermas que as instituições centenárias.

Jesus advertiu que o vinho carece de odre, e que há odres mais adequados que outros. A questão, portanto, não é ser ou não ser institucionalizado, mas o tipo de instituição que pretende acomodar o vinho novo do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Imaginar a possibilidade de uma igreja que seja apenas organismo espiritual sem qualquer dimensão de instituição social é o mesmo que considerar a possibilidade de chegar no balcão da padaria e pedir um refrigerante dizendo: “Sem garrafa, por favor”.

O conflito entre as dimensões orgânica e organizacional da igreja começou cedo. Tão logo Jesus foi levado aos céus. No contexto da comunhão e da oração (organismo) Pedro se levanta para promover a eleição do substituto de Judas (organização). Mas Deus não se fez de rogado, mandou do céu algo como um vento impetuoso e deixou claro que a necessidade humana de controle que tende a se perpetuar através de sistemas institucionais jamais conteria a dinâmica vital do povo batizado com o Espírito Santo, pois “o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2Coríntios 3.18).

Essas reflexões me levaram a considerar os dez pecados que um líder institucional não pode cometer. São eles:

1° Enclausurar Deus nas paredes de sua instituição

2° Limitar as manifestação do Reino de Deus aos horizontes de sua instituição

3° Condicionar a relação com Deus à relação com sua instituição

4° Exigir da igreja povo de Deus sacrifícios em nome de sua instituição

5° Restringir a atuação ministerial dos cristãos ao engajamento em sua instituição

6° Confundir a instituição com o corpo vivo de Cristo

7° Pretender gerir o corpo vivo de Cristo com a lógica da gestão isntitucional – se preferir, basta “pretender gerir o corpo vivo de Cristo”

8° Priorizar as relações funcionais em detrimento das relações pessoais

9° Colocar o corpo vivo de Cristo à serviço da instituição

10° Tentar perenizar a instituição


...
Este post tem haver com:

http://ancoradalma.blogspot.com/2010/06/mais-cristo-menos-cristianismo-ed-rene.html

sábado, 11 de dezembro de 2010

ASSENTADOS EM LUGARES CELESTIAIS Por Ricardo Barbosa

“Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados... satisfazendo as vontades da nossa carne seguindo os seus desejos e pensamentos... éramos por natureza merecedores da ira. Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos... Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a extraordinária riqueza da sua graça, em bondade para conosco em Cristo Jesus.” Efésios 2:1-7 Quando era jovem, ficava fascinado com a afirmação de Paulo segundo a qual Deus nos fez “assentar em lugares celestiais”. Não sabia exatamente o que isso significava, que lugares eram estes, onde ficavam, mas me parecia algo muito espiritual. Tinha a impressão de que se tratava de um “estado espiritual”, um tipo de arrebatamento que iria me subtrair da realidade terrena e me lançar num espaço abstrato de gozo celestial. Para se alcançar tal estado, era necessário não se importar muito com a vida terrena, mas cultivar uma mística espiritual, algo como fechar os olhos e se deixar levar para os “lugares celestiais”.

Uma grande dificuldade que os cristãos sempre tiveram foi estabelecer uma relação adequada entre a terra e o céu, o temporal e o eterno, o humano e o divino. Levei algum tempo para entender essa linguagem. Ainda encontro dificuldades.
Porém, arrisco dizer que esses “lugares celestiais” são o lugar onde o céu e a terra se encontram. O lugar onde a ressurreição de Cristo realiza em nós o milagre divino da verdadeira humanidade.

Na Carta aos Colossenses, Paulo afirma que, uma vez que fomos ressuscitados com Cristo, devemos pensar e buscar as coisas lá do alto, e não aquelas que são aqui da terra (Cl 3.1-3). É um convite para elevar nossos desejos e anseios. Um convite para viver a partir de uma nova realidade. “Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus [...]. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos” (Ef 2.6 e 10). Um convite para não mais vivermos conformados com este mundo (Rm 12.2). A ressurreição de Cristo realizou isto.

Uma onda de frustração, futilidade e falta de sentido vem tomando conta da humanidade. Perdeu-se a noção do que significa ser humano. Os valores e tradições que davam algum sentido ou ordem à vida e à sociedade não existem mais. A família, que sempre foi reconhecida como a “célula mãe” da sociedade, hoje representa a matriz de muitas patologias sociais. A igreja, que simbolizou o eixo moral, encontra-se mergulhada em muitos escândalos. Sem saber o que fazer, somos levados a viver da forma como os outros vivem, empurrados por uma cultura decadente e consumista. A humanidade encolheu.

A mediocridade é uma marca da nossa cultura.
Vivemos cercados de celebridades fúteis, políticos inescrupulosos e estúpidos, negociantes ambiciosos e desumanos, religiosos vulgares e narcisistas. Por todo lado que olhamos, não encontramos alguém que nos inspire, que valha a pena imitar, que nos desperte para algo maior, mais sublime, mais real. É claro que eles existem, mas parece que ninguém se importa com eles. O que move a nossa cultura é a vulgaridade.

É num contexto assim que Paulo fala sobre os “lugares celestiais”. É um convite para elevar nossas expectativas, linguagem, anseios e desejos. Elevar, enfim, nossa humanidade à semelhança da humanidade de Jesus Cristo.
Os “lugares celestiais” não são esferas abstratas de uma espiritualidade subjetiva, mas a natureza gloriosa da vida que nasce da ressurreição, da vida liberta da presente ordem cultural e elevada a uma nova realidade da qual Jesus é o primogênito.

Somos a nova criação de Deus. Fomos libertos e redimidos da escravidão da futilidade imposta à humanidade pelos pensamentos e filosofias vazias da cultura que nos cerca. A nova criação de Deus, realizada em Cristo, abre as portas para uma realidade nobre e gloriosa, para uma humanidade moldada pela humanidade real de Cristo. Os “lugares celestiais” são a expressão que Paulo usa para descrever essa nova realidade. Fazemos parte dela. Fomos colocados neste lugar pela fé em Cristo e pela participação em sua ressurreição.

Somos tentados, ora por um escapismo subjetivo de uma espiritualidade abstrata que nos afasta da realidade, ora por uma forma de engajamento cultural que nos torna parte deste sistema.
A espiritualidade cristã é a expressão da vida de quem foi assentado em lugares celestiais pela fé em Jesus Cristo.

Ricardo Barbosa de Sousa
Fonte: Revista Ultimato da Editora Ultimato

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O CRISTIANISMO E O MUNDO por A W Tozer

"Se estivermos saciando a sede em fontes proibidas, não teremos razão de esperar que Deus nos dessedente. Se não formos alimentados pelo pão do céu, teremos de nos saciar com as migalhas do mundo. Depois que estivermos viciados no alimento do mundo, nosso apetite por Deus desaparecerá".
(Erwin Lutzer)

O Cristianismo está tão envolvido com o mundo que milhões não notam o quanto se afastaram do padrão do Novo Testamento. Concessões em toda parte. O mundo foi caiado o bastante para passar a inspeção por homens que se dizem crentes. E o Cristianismo evangélico se vendeu. E está tragicamente abaixo do padrão do Novo Testamento.

O mundanismo é parte aceita do nosso modo de viver, a vida religiosa e social em vez de espiritual. Perdemos a arte da adoração! Não produzimos santos! Nossos modelos são certos homens de negócios, atletas famosos e personalidades do teatro.

Praticamos as nossas atividades religiosas de acordo com a propaganda moderna. Nossos lares se tornaram teatros, nossa literatura é superficial os nossos hinos são sacrílegos, mas ninguém parece se importar.

Muito do que se passa por Cristianismo do Novo Testamento é pouco mais do que a verdade objetiva adoçada para se tornar agradável ao paladar religioso.

Jesus convida os homens a levar a Cruz, e nós os convidamos a se divertirem.

Ele o chama para deixar o mundo, e nós dizemos que se eles aceitarem Jesus o mundo será deles.

Ele os chama a sofrer, nós os chamamos a gozar do conforto que a civilização moderna oferece.

Ele os chama a santidade, e nós os chamamos a uma felicidade barata, que seria rejeitada com desprezo até pelos filósofos estóicos sem falar dos apóstolos.

O novo decálogo, o novo mandamento foi adotado pelos neocristãos dos nossos dias. E a primeira frase diz: "Tu não deves discordar". E um grupo de beatitude que começa a "Bem-aventurado os que toleram tudo porque eles não serão responsáveis por nada..."


A W Tozer (para saber mais sobre este autor, click: biografia de A. W. Tozer)
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Deus é o que nós (mais) desejamos!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A MALDIÇÃO DO HOMEM MODERNO por A W Tozer

"Nunca houve um santo sobre a face da terra que não tenha visto a si mesmo como um vil pecador; de modo que se você não sente que é um vil pecador, não é parecido com os santos” (M. Lloyd-Jones).

Existe uma maldição antiga que permanece conosco até hoje — a disposição da sociedade humana de ser completamente absorvida por um mundo sem Deus.

Embora Jesus Cristo tenha vindo a este mundo, este é o pecado supremo dos incrédulos, o qual levou o homem a não sentir — nem sentirá — a presença dEle que permeia todas as coisas. O homem não pode ver a verdadeira Luz, tampouco pode ouvir a voz do Deus de amor e verdade.

Temos nos tornado uma sociedade “profana” — completamente envolvida em nada mais do que os aspectos físico e material desta vida terrena. Homens e mulheres se gloriam do fato de que são capazes de viver em casas luxuosas, vestir roupasde estilistas famosos e dirigir os melhores carros que o dinheiro pode comprar — coisas que as gerações anteriores nunca puderam ter.

Esta é a maldição que jaz sobre o homem moderno — ele é insensível, cego e surdo em sua prontidão de esquecer que existe um Deus. Aceitou a grande mentira e crença estranha de que o materialismo constitui a boa vida. Mas, querido amigo, você sabe que o seu grande pecado é este: a presença eterna de Deus, que alcança todas as coisas, está aqui, e você não pode senti-Lo de maneira alguma, nem O reconhece no menor grau? Você não está ciente de que existe uma grande e verdadeira Luz que resplandece intensamente e que você não pode vê-la? Você não tem ouvido, em sua consciência e mente, uma Voz amável sussurrando a respeito do valor e importância eterna de sua alma, mas, apesar disso, tem dito: “Não ouço nada?”

Muitos homens imprudentes e inclinados ao secularismo respondem: “Bem, estou disposto a agarrar minhas chances”. Que conversa tola de uma criatura frágil e mortal! Isto é tolice porque os homens não podem se dar ao luxo de agarrar as suas chances — quer sejam salvos e perdoados, quer sejam perdidos. Com certeza, esta é a grande maldição que jaz sobre a humanidade de nossos dias —
os homens estão envolvidos de tal modo em seu mundo sem Deus, que recusam a Luz que agora brilha, a Voz que fala e a Presença que permeia e muda os corações.

Por isso, os homens buscam dinheiro, fama, lucro, fortuna, entretenimento permanente ou apego aos prazeres.
Buscam qualquer coisa que lhes removam a seriedade do viver e que os impeça de sentir que há uma Presença, que é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Eu mesmo fui ignorante até aos 17 anos, quando ouvi, pela primeira vez, a pregação na rua e entrei numa igreja onde ouvi um homem citando uma passagem das Escrituras: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim... e achareis descanso para a vossa alma" (Mt 11.28,29).

Eu era realmente pouco melhor do que um pagão, mas, de repente, fiquei muito perturbado, pois comecei a sentir e reconhecer a graciosa presença de Deus. Ouvi a voz dEle em meu coração falando indistintamente. Discerni que havia uma Luz resplandecendo em minhas trevas.

Novamente, andando pela rua, parei para ouvir um homem que pregava, em um cantinho, e dizia aos ouvintes: "Se vocês não sabem orar, vão para casa, ajoelhem-se e digam: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador." Isso foi exatamente o que eu fiz. E Deus prometeu perdoar e satisfazer qualquer pessoa que estiver com bastante fome espiritual e muito interessado, a ponto de clamar:
"Senhor, salva-me!"

Bem, Ele está aqui agora. A Palavra, o Senhor Jesus Cristo, se tornou carne e habitou entre nós; e ainda está entre nós, disposto e capaz de salvar. A única coisa que alguém precisa fazer é clamar com um coração humilde e necessitado: "ó Cordeiro de Deus, eu venho a Ti; eu venho a Ti!"

. . .

"O cristianismo de hoje não transforma as pessoas. Pelo contrário, está sendo transformado por elas. Não está elevando o nível moral da sociedade; está descendo ao nível da própria sociedade, congratulando-se com o fato de que conseguiu uma vitória, porque a sociedade está sorrindo enquanto o cristianismo aceita a sua própria rendição!"
A. W. Tozer