"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

domingo, 31 de outubro de 2010

RELIGIÃO E CIDADANIA por Ed René Kivitz

Igreja não vota. Igreja não faz aliança política. Igreja não apoia candidato. Igreja não se envolve com política partidária. Há pelo menos cinco razões para este posicionamento.

Primeira: o Estado é laico. Igreja e Estado são instituições distintas e autônomas entre si. É inadmissível que, em nome da religião, os cidadãos livres sofram pressões ideológicas. Assim como é deplorável que os religiosos livres sofram pressões ideológicas perpetradas pelo Estado. É incoerente que um Estado de Direito tenha feriados santos, expressões religiosas gravadas em suas cédulas de dinheiro, espaços e recursos públicos loteados entre segmentos religiosos institucionais. É uma vergonha que líderes espirituais emprestem sua credibilidade em questão de fé para servir aos interesses efêmeros e dúbios (em termos de postulados ideológicos e valores morais) da política eleitoral ou eleitoreira.

Segunda: o voto é uma prerrogativa do cidadão. Assim como os clubes de futebol, as organizações não governamentais, as entidades de classe, as associações culturais e as instituições filantrópicas não votam, também a igreja não vota. Quem vota é o cidadão. O cidadão pode ser influenciado, melhor seria, educado, por todos os segmentos organizados da sociedade civil, inclusive a igreja. Mas quem vota é o cidadão.

Terceira: a igreja é um espaço democrático. A igreja é lugar para todos os cidadãos, independentemente de raça, sexo, classe social e, no caso, opção política. A igreja é lugar do vereador de um lado, do deputado de outro lado, e do senador que não sabe de que lado está. A igreja que abraça uma candidatura específica ou faz uma aliança partidária, direta e indiretamente rejeita e marginaliza aqueles dentre seu rebanho que fizeram opções diferentes.

Quarta: a igreja não tem autoridade histórica para se envolver em política. Na verdade, não se trata apenas de uma questão a respeito da igreja cristã, mas de toda e qualquer expressão religiosa institucional. A mistura entre política e religião é responsável pelos maiores males da história da humanidade. Os católicos na Península Ibérica e em toda a Europa Ocidental. Os protestantes na Índia. Os católicos e os protestantes na Irlanda. Os judeus no Oriente Médio. Os islâmicos na Europa e na América. Todos estes cometeram o pior dos crimes: matar em nome de Deus. Saramago disse com propriedade que “as religiões, todas elas, sem exceção, nunca serviram para aproximar e congraçar os homens, que, pelo contrário, foram e continuam a ser causa de sofrimentos inenarráveis, de morticínios, de monstruosas violências físicas e espirituais que constituem um dos mais tenebrosos capítulos da miserável história humana”.

Quinta: o papel social da igreja é profético. Quando o governo acerta a igreja aplaude. Quando o governo erra a igreja denuncia. Quando a autoridade civil cumpre seu papel institucional a igreja acata. Quando a autoridade civil trai seu papel institucional a igreja se rebela. A igreja não está do lado do governo, nem da oposição. A igreja está do lado da justiça.

Todo cristão é também cidadão. Todo cristão deve exercer sua cidadania à luz dos valores do reino de Deus e do melhor e máximo possível da ética cristã, somando forças em todos os processos solidários, e engajado em todos os movimentos de justiça. Comparecer às urnas é uma ato intransferível de cidadania, um direito inalienável que custou caro às gerações do passado recente do Brasil, e uma oportunidade de cooperar, ainda que de maneira mínima, na construção de uma sociedade livre, justa e pacífica.

[Publicado pela primeira vez em setembro de 2006]
Publicado em 14 1setembro 2010 por forumibab
http://forumcristaoprofissionais.com/2010/09/14/religiao-e-cidadania/



PARA OUVIR (Click no link, salve e escute), JESUS, O REVOLUCIONÁRIO! :
http://www.ibab.com.br/mensagens/20101024_manha_erk.mp3

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

GERAÇÃO MÚLTIPLA ESCOLHA - Caio

"Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino". ( I Co 13.11)

Texto riquíssimo e profético, de urgente necessidade de Reflexão.

Infelizmente o que está escrito neste texto retrata o espírito da minha Geração e da Geração do meu filho, principalmente no que diz respeito a nossa fragilidade emocional.
Depois de sua leitura, é preciso responder: Meninos (e meninas)do teclado! Quando vos tornareis homens (e mulheres)?

E os Pais (os fabricantes!?) destes meninos???

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GERAÇÃO MÚLTIPLA ESCOLHA: filhos da fragilidade de alma

Gerações fracas. É o que temos. E isto acontece em todo o mundo. De fato, com exceção dos lugares pobres e sem cultura, onde quer que as facilidades tecnológicas cheguem — aí surge uma geração frouxa e sem tenacidade.

Tome-se como exemplo o exército americano atual e o exercito de Israel.

Os “meninos” americanos são garotos jogadores de videogame e nada sabem sobre enfrentamento real, sobre dificuldades brabas, sobre confronto não programado. São ágeis no gatilho eletrônico do joguinho de matar no qual brincam em casa e, depois, no jogo da guerra, dentro de tanques blindados. Com aqueles brinquedos na mão eles são campeões da guerra.

Mas ponha-se qualquer daqueles meninos numa favela do Rio, à noite, sozinho, e se verá de que material são feitos.

Derretem. Têm síndrome do pânico. Desmaiam. Gritam pela mamãe. Sonham com o “home, sweet home”.

De outro lado, olhe-se para os guerreiros de Israel. Meninos-homens. Já nascem sabendo que jogo é jogo e treino é treino.

São chamados pelos seus pais de “sabras”, que é uma planta abundante no norte de Israel, e que é cheia de espinhos por fora, embora seja muito doce por dentro.

Eles são guerreiros. Mas os meninos americanos apertam apenas botões de guerra.

Ora, se fossem retirados os aparatos de guerra eletrônica, e os meninos americanos tivessem de lutar como homens, com as mãos — possivelmente se veria que um dos exércitos mais frouxos da Terra é o Americano.

Estou dizendo isto porque me assusto cada dia mais quando vejo a fraqueza destas novas gerações.

São feitas de açúcar. Derretem. Desistem logo. Não sabem o que querem. Pensam a vida como múltipla escolha. E tudo o que não for botão, dá trabalho.

O enfraquecimento emocional e de rigidez de vontade é um fato pós-moderno. Os humanos ficaram com os dedos rápidos para os joguinhos, mas tornaram-se retardados quanto ao mais.

Crescem. Ficam muito altos. Mas continuam imbecilizados e retardados em tudo...

Confundem caprichos com vontade. Não sabem diferenciar gargalhada de alegria. “Ficam, ficam, ficam” — mas continuam não sabendo tratar uma mulher ou um homem.

Tudo os abala... Tudo gera crise. Tudo é demais...

Tornam-se adultos, mas continuam crianças na irresolução. Assim, são mestre em se auto-vitimar e em transferir responsabilidades para sempre — seja para os pais, seja para o mundo.

Discutem acerca do que devem como se o mundo devesse a eles. Entretanto, em tal fraqueza, são mandões na mesma medida em que são bobões. Não vivem sem ajuda, mas cobram e esperam a ajuda como se fosse dívida...

Encontro pessoas de vinte ou trinta anos que são mais infantis e frágeis do que eu jamais fui nem quando menino.

A tendência atual é fabricar gente tão bonita quanto boba.

Quando comparo os jovens de hoje com aqueles que faziam parte de minha juventude, raramente encontro alguém que pudesse andar conosco naquela época. Sairiam correndo... Ou então não conseguiriam acompanhar o ritmo e seriam deixados fora.

Converso com os jovens desta geração e fico aturdido com o infantilismo. Terminam cursos superiores, mas continuam no jardim da infância das percepções da vida.

Ficam altos, mas nunca crescem. Adiam tudo. Quase nunca olham a vida com responsabilidade. Se aparecer quem os sustente, permanecerão em tal estado pra sempre. São lesados!

Quando se empregam, em geral se sentem donos de si mesmos, embora comam na casa dos pais.

São arrogantes e desobedientes aos pais. Fazem apenas o que gostam. E quando fazem algo pelos pais, sempre é no espírito da troca. “Em troca você me dá isso” — é o que dizem.

Por isto também não sabem ser pais. Pobres de seus filhos. Acabarão por se tornar ainda piores do que seus pais. Mais frágeis do que eles, mais doentes de alma do que eles, mais caprichosos e viciados em banalidades do que eles...

Somente uma paulada forte, uma cacetada violenta, um choque de existência – poderá ajudá-los a virarem homens.

Meninos do teclado! Quando vos tornareis homens?

Cansado de tanto retardo,

Caio ( http://www.caiofabio.net/ )

terça-feira, 26 de outubro de 2010

QUE É QUE VOCÊ ACHA DISSO? Oswald Chambers

Ninguém tem maior amor do que este: de dar a própria vida em favor dos seus amigos... mas tenho vos chamado amigos”.(Jo 15.13-15)

Jesus não nos pede que morramos por ele, mas, que demos a vida para ele. Pedro disse: "Por ti darei a própria vida" e disse para valer; seu sentido de heroísmo era magnífico. Ai de nós se formos incapazes de fazer uma declaração como a que Pedro fez aqui ao Senhor. Só se percebe o senso de dever através do senso de heroísmo.

Alguma vez o Senhor lhe perguntou: "Darás a tua vida por mim?" É muito mais fácil morrer do que dar a vida, diariamente, com a convicção de um chamado divino. Não fomos feitos para os momentos de glória, mas, temos que caminhar à luz deles em toda a nossa vida diária. Houve um único momento de glória na vida de Jesus no Monte da Transfiguração; depois, ele esvaziou-se pela segunda vez da sua glória e desceu para se encontrar com o demônio no vale (Mc 9.1-29). Durante trinta e três anos Jesus deu sua vida para fazer a vontade do Pai; e João diz: "Devemos dar nossa vida pelos irmãos" (1 Jo 3:16), embora fazer isso seja contrário à própria natureza humana.

Se sou amigo de Jesus, tenho que dar minha vida por ele, com responsabilidade e deliberação. Isso é difícil, mas, graças a Deus que é difícil. A salvação é fácil porque custou muito para Deus, mas, a manifestação dela em minha vida é difícil. Deus salva uma pessoa, unge-a com o Espírito Santo e depois lhe diz: "Agora desenvolva a sua salvação; seja leal a mim, mesmo embora a influência de tudo que o cerca o induza a ser desleal". "Tenho vos chamado amigos". Permaneça leal ao seu amigo, e lembre-se de que a honra dele está empenhada e penhorada em sua vida terrena.

TUDO PARA ELE, 16 DE JUNHO

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

BENDITO ALVOROÇO!

“Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga judaica. Segundo o seu costume, Paulo foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras, explicando e provando que o Cristo deveria sofrer e ressuscitar dentre os mortos. E dizia: “este Jesus que lhes proclamo é o Cristo”. Alguns dos judeus foram persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como muitos gregos tementes a Deus, e não poucas mulheres de alta posição. Mas os judeus ficaram com inveja. Reuniram alguns homens perversos dentre os desocupados e,com a multidão, iniciaram um tumulto na cidade. Invadiram a casa de Jasom, em busca de Paulo e Silas, a fim de trazê-los para o meio da multidão. Contudo, não os achando, arrastaram Jasom e alguns outros irmãos para diante dos oficiais da cidade, gritando: “Esses homens, que têm causado alvoroço por todo o mundo, agora chegaram aqui”. (Atos 17.1-6a) A revista Veja de 3 de Julho de 2002 teve como capa e título “A nação evangélica. O maior país católico do mundo está ficando cada vez mais evangélico. E isso começa a mudar muita coisa no Brasil”. A reportagem falava sobre o resultado do ultimo censo e faz um relato do crescimento dos evangélicos no país desde suas origens. (http://veja.abril.com.br/030702/sumario.html ).

O livro de Atos, assim como a Veja, relata o nascimento, o inicio do cristianismo, o seu crescimento e as repercussões deste no mundo da época. A segunda parte deste relato de Lucas, é dedicado ao ministério de Paulo, suas viagens missionárias; suas perseguições, suas prisões e sua pregação incansável do evangelho (tanto a pequenos, quanto a grandes. Tanto a judeus, quanto aos gentios). Por ser Atos um retrato de uma igreja vitoriosa, que crescia tanto em graça diante de Deus e quanto dos homens, gostaria de fazer uma breve reflexão sobre a vida de Paulo e o seu exemplo para os evangélicos no Brasil de hoje.

Paulo estava no meio da sua segunda viagem missionária. em Trôade, ele teve uma visão, dada por Deus, de um homem que lhe dizia: “passe a Macedônia e Ajude-nos”. Obedientes a esta visão Paulo e seus companheiros seguiram para Macedônia. O ministério de Paulo não era orientado por diretrizes ou desejos humanos, mas o Espírito Santo o conduzia. Paulo não sabia que iria a Macedônia ou Tessalônica, mas Deus revelava a cada passo de fé o seu próximo destino. Assim como Deus se revelava a Paulo, Ele continua se revelando. A bíblia diz que Deus não muda e "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e será eternamente". Temos como Igreja, escutado a voz de Deus ultimamente? Será que Deus se calou ou nós ficamos surdos? Deus com certeza tem falado, mas será que a igreja evangélica no Brasil tem ouvido e obedecido à voz de Deus? ou tem ouvido e seguido outras vozes? Jesus disse: “
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem”.

Chegando a Filipos, na Macedônia. Paulo, Silas e Timotéo foram procurar um lugar para oração, um lugar mais tranquilo, longe da agitação e loucura da cidade. Chegaram então à beira do rio para ali buscarem presença de Deus. Se quisermos fazer diferença neste país precisamos estar na presença de Deus, louvando-o, agradecendo e reconhecendo-o como único Senhor da nossa história.

Estando eles ali, Deus concede que eles testemunhem do evangelho a um grupo de mulheres que lá estavam. Ali mesmo uma mulher chamada Lídia tocada pelo Espírito Santo abre seu coração para a mensagem que Paulo pregara e logo foi batizada, ela e também todos da sua casa. Quando a igreja ouve a voz de Deus, busca-o em oração e prega o evangelho autêntico, as pessoas ao redor são tocadas pelo Espírito e acrescentadas à igreja e querem servir a Deus... Lídia logo dispôs a sua casa a serviço do Reino e convida Paulo e seus companheiros a se hospedarem lá.

Ainda em Filipos, Paulo é seguido por uma moça possessa por um espírito adivinho que dava muito lucro aos seus patrões, ela gritava: “esse homens são servos do Deus altíssimo e lhes anunciam o caminho da salvação”. Paulo repreende o espírito e ordena que a deixe no nome de Jesus. Por ter cessado a fonte de lucro dos senhores daquela jovem, Paulo e Silas são agarrados, arrastados, severamente açoitados e presos. Ainda presos eles não culpam, nem questionam a Deus por estarem naquela situação, mas antes agradecem e o louvam, por se acharem dignos de sofrerem pelo nome de Jesus. Quando a igreja está realizando os propósitos de Deus, ela afeta e destrói as obras malignas, sem se preocupar com as conseqüências. Precisamos reconhecer a opressão maligna exercida neste país em todas as suas dimensões e fazermos como Jesus “...ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus estava com ele”.

Na prisão Deus usou Paulo e Silas para testemunharem ao carcereiro do evangelho, não só com palavras mas com atos que evitaram que o carcereiro se matasse. Ali mesmo o carcereiro reconheceu o poder e o amor de Deus e creu no Senhor Jesus e foi salvo, ele e sua casa. Até na situação mais difícil, Deus quer nos usar. Graças a Deus não temos perseguição religiosa no Brasil, mas já houve em tempos recentes, precisamos aproveitar o tempo que se chama agora e anunciarmos que: quem quer crer no Senhor Jesus será salvo, não só da ira eterna, mas da maldade do seu coração e poderá a partir de já, viver uma vida nova e abundante em Cristo.

Sendo conduzidos pelo Espírito Santo, Paulo e seus companheiros chegam a Tessalônica. Paulo segundo seu costume vai a sinagoga para pregar o evangelho aos judeus, discutindo e mostrando nas escrituras que o Messias, o Cristo, é Jesus de Nazaré. Os evangélicos brasileiros precisam se lembrar sempre de um dos lemas da reforma (onde eles se originaram) “sola scriptura”, somente a Bíblia é a fonte de regra e conduta e a base de nossa fé. Precisamos tornar relevante a mensagem da Bíblia ao mundo moderno, mas sem enfraquecê-la, sem deturpá-la e sim pregarmos a Palavra de Deus por completo; O seu amor ao pecador e também o seu repúdio ao pecado, a sua Graça ao arrependido e a sua ira ao soberbo, o céu mas também o inferno.

Os cristãos na época de Paulo eram minoria, mas “Esses homens, que têm causado alvoroço por todo o mundo, agora chegaram aqui”. Hoje, segundo o censo, somos pelo menos vinte e seis milhões de evangélicos no Brasil, 15% da população brasileira. Foram apenas 120 pessoas que estavam reunidas no dia de pentecostes e a partir destes Deus nos alcançou hoje, graças ao testemunho e fidelidade destes crentes e do Senhor. A continuidade do evangelho e a pureza deste depende da nossa fé e nosso empenho em querermos descobrir e fazer a vontade de Deus, com 15% da nossa população sendo fiéis a Deus e ao seu evangelho nós já teríamos alvoroçado este país e todas as suas estruturas malignas. Precisamos urgentemente de um grande avivamento e de um retorno às origens, para que essa terra reconheça que Jesus é o nosso Senhor e quer ser o Senhor deste país.
BM
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Este texto foi escrito por mim fazem quase dez anos, estamos a porta de mais um censo, há especulações que os 'evangélicos' (designação boa que de tanto mau usada preferi substituir simplesmente por "cristão") já são mais de 30% da população. O que mudou?

Ps. Recomendo a leitura dos Evangelhos e de Atos (dos apóstolos e do Espírito), eles são muito mais relevantes e atuais do que a próxima edição de Época, Isto É... veja e comprove!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

RELIGIÃO DO CAMINHO por Josias Bezerra da Silva

Jesus disse: "Eu sou o caminho”. Ele não se apresentou como refúgio, nem como oásis, nem como estação de chegada, mas como lugar existencial e espiritual de movimento, de trânsito.

Quem busca em Jesus um oásis, se vê obrigado a fabricar ídolos para manter seu território, seu status quo. Ai nascem os dogmas, a intolerância, o exclusivismo, os jogos de poder, as guerra tribais.

O caminhante nada leva além de sua mochila. "Tomem sobre vocês o meu fardo, porque o meu fardo é leve..." Quem toma sobre os ombros um fardo, mesmo sendo o de Jesus, não se assenta permanentemente em um oásis. Está no caminho e faz da caminhada sua profissão, sua vocação.
Quando tem de parar, considera que está apenas numa estação de revisão... Um breve descanso. Sua inquietação natural, sua inconformação com estruturas prontas e imutáveis, não o deixa quieto. Ele prefere ser "essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."
Então, ele retoma o caminho... Ali, caminhando, ele sente a presença de seu mestre invisível.

E quando tem de passar pelo inevitável "vale da sobra da morte", não recua, porque sua mente já foi suficientemente preparada pela afirmação do ser diante da possibilidade do não-ser: "Não temerei mal algum..."

Caminhante e caminho se misturam, se afetam reciprocamente e se tornam inseparáveis.Essa mútua afetação é a religião verdadeira que se abre às profundezas insondáveis do Eterno e ao "eterno agora”. Por isso, ele não se cronifica no luto, nem antecipa as dores do amanhã: "Basta a cada dia o seu mal."
O caminhante é um louco, dizem. Porque ele renuncia a aparente segurança dos altares. Um altar tem uma estrutura imutável. Representa uma experiência, é verdade, mas não pode ser elevado à categoria de absoluto. Isso é idolatria. Quem gravita em torno de altares, adora sempre um Deus morto.

"Deus está morto! Os Homens o mataram!" Gritava o caminhante louco Nietzcheano. E estava certo.

O caminhante recusa-se a ser idolatra. Prefere a incerteza de como será a próxima face de Deus a caminhar com a imagem divina que algum santo do passado fabricou.

O caminhante sabe que cada encontro com Deus produz uma experiência nova e diferente.

Ausência e presença de Deus são duas faces desse encontro. O desespero da ausência produz a alegria da presença.
Em trânsito, o caminhante se transforma. Ele não se conforma. Conformar-se é entrar numa fôrma e adquirir uma forma. Transformar-se é abrir-se à uma multiplicidade de formas, pela constante renovação da mente (Rm. 12:2).

O caminhante tem pavor de cânones. Ele sabe que a vida se fossiliza e os homens se digladiam nesse ring.

O caminhante não carrega bandeiras. Ele sabe que as cores competem, estimulam as disputas, produzem exércitos rivais e anulam a solidariedade.

O caminhante não aceita ser juiz. Ele não critica uniformes diferentes. Não reserva tempo para discussões sobre "quem é o maior no reino dos céus”.
O caminhante não tem uma religião. Ele sabe que a verdadeira religião não é uma propriedade, mas uma vivência: "O reino de Deus está dentro de vocês" (Lc. 17:21).

O caminhante não admira templos. Ele sabe que é um templo ambulante. Os templos de tijolos e areia se tornaram covas escuras de excusas intenções.

Finalmente, o caminhante sonha em encontrar e ajudar a nutrir uma comunidade de caminhantes: a igreja do caminho.






...
O $HOW TEM QUE PARAR!

sábado, 2 de outubro de 2010

NÃO HÁ UM JUSTO, NEM UM SEQUER

Não há um justo, nem um sequer...*

A Bíblia já afirma isto há mais de 2.500 anos, e tem gente que achava que no governo do PT haveria uma espécie de seguro contra corrupção e desonestidade, tem gente que cria piamente que neste governo as coisas seriam totalmente diferentes, haveria o milagre tipo água em vinho. É preciso ter muita fé!

A questão é, e será para sempre, se 'os fins justificam os meios'? Meu pai já dizia (e continua dizendo) que quem quer fazer carreira política no Brasil tem que deixar de ser 'sério', tem que vender algo (caráter tem preço?), tem que se comprometer (no pior sentido), mesmo que seja para buscar o bem do povo e fazer algo de produtivo pela nação. Pensando que após subir ao poder vai pode se redimir de alguma forma e se tornar um cidadão de bem. Fulano rouba mas faz, já foi lema informal de campanha e, pior de tudo, parece que nós aprovamos.

"Se vamos olhar para trás e investigar, vamos olhar para trás com coragem e investigar tudo. Se é para recuar dois anos, então vamos recuar oito." Disse o senador Aloísio Mercadante combatendo a instalação de mais uma CPI, a primeira de corrupção no governo Lula (Diário de Pernambuco 21/02/2004). Será que os problemas na política brasileira e na ética desta nação começaram a 10, 20 ou 30 anos atrás? Ou herdamos nosso jeito de fazer política desde nossa colonização? Negociamos nossa 'independência' de forma financeira, sem derramamento de sangue!? Ou ainda estamos tentando lavar o sangue que é todo dia derramado em nossas esquinas, favelas e até nos nossos condomínios (ditos seguros)?

Não se concerta, o que está errado há mais de 500 anos (ou teologicamente falando desde que o homem é homem), em quatro ou oito anos. Ou se pensa que a desonestidade e a corrupção é invenção brasileira (Precisamos que alguém tire as escamas da hipocrisia de nossos olhos!). "Errar é humano" todo mundo já sabe e já usou a velha desculpa diversas vezes, tem gente que nem agüenta mais ouvir esta ladainha. A culpa que não produz mudança de atitude, o arrependimento, é maligna e é chamada de remorso e não produz nada de bom, pelo contrário "...Mas perdoar é divino" e todo mundo já sabe ou ouviu isto.

Moisés, aquele da Bíblia, institui para o povo judeu um dia nacional do perdão que ocorria a cada sete anos. Eu tenho uma teoria, (talvez muito infantil, mas todo mundo já sabe que criança é que sabe viver e ser feliz), Lula vamos instituir nosso dia do perdão. Vamos deflagrar um dia de arrependimento por todos os crimes cometidos contra esta nação e este povo. (Todos os crimes que não resultaram em morte pré-meditada ou intencionada devem ser perdoados desde que haja confissão e reparamento sempre que possível. Se houve, por exemplo, enriquecimento ilícito ou aquele dinheiro que se manda para fora do país mesmo que ganhado 'honestamente', sem declaração, o infrator Confessa o crime, paga um percentual, um imposto, e é absolvido). Vamos dar a nação à chance, que todos nós temos, do recomeço. E finalmente vamos criar um código de leis justas que possam ser cumpridas e exigidas.

Fica aí um sonho, talvez mais uma utopia, mas tudo que existe e é real hoje, foi um sonho, uma idéia ontem. Que Deus continue tendo misericórdia desta nação e antes de tudo; qualquer grande mudança só vem a se tornar realidade quando acontece primeiro individualmente, depois coletivamente; primeiro na mente e coração, depois nas atitudes.

Recife 22 de Fevereiro de 2004
Bruno Macedo

Ainda em tempo: cabe aquela velha proposta petista de renegociar a nossa dívida externa, que uns dizem por aí que já está paga há muito tempo.

*carta de Paulo aos Romanos 3.10 citando Salmos.

...
Fazem 6 anos e meio que escrevi este texto acima, na época foi fruto de um sentimento de indignação bem antigo, mas depois que li na mídia a declaração do senador Aloísio Mercadante me deu uma grande vontade e necessidade de externalizá-lo como uma carta para nosso presidente, esperançoso que um dia chegasse as suas mãos.
Quase nada mudou em relação a sujeira na política, a falta de ética e a falta de vergonha das nossas autoridades, penso que piorou muito, pois perdemos uma grande oportunidade de se trazer as claras a podridão e a lama que envolve a política e uma eleição (o caixa dois, a ficha suja, a compra de votos, o lobby, os mensalões e os mensalinhos, o corporativismo dos maus, a venda de cargos, as falsas promessas, e etc - faça sua lista própria).
O Plínio está certo!
Todo mundo fala em melhorar isso e aquilo, mas ninguém quer chegar na raiz do problema, e se comprometer.
O Plínio está errado!
O nosso problema não é (só...) o neo-liberalismo, nem os interesses dos poderosos que financiam os governantes, nem a sujeição ao FMI.
Nossos governantes são um retrato, um espelho da nossa sociedade. Não é o povo que não sabe votar, votamos em pessoas iguais a nós que diante do poder e de grande somas de dinheiro se corrompem, ou se tornam omissos (o preço da denúncia da iniquidade é muito alto, veja João Batista e todos outros que pagaram até com a vida), da mesma forma que talvez você e eu faríamos. Enquanto não houver clareza que todo o nosso sistema está comprometido com a corrupção e a roubalheira, e reconhecermos que todos nós fazemos parte disso, seja por atitude ativa ou passiva, nada vai acontecer.
Amanhã na hora de votar pare de pensar um pouquinho em você, nas vantagens que um político vai lhe trazer, ou se é um amigo seu, vote com responsabilidade e com uma oração na boca e no coração:
Senhor eu quero um país diferente, concede-nos governantes segundo o teu coração, homens e mulheres sábios que tenham coragem para enfrentar a injustiça e a maldade. Senhor, acima de tudo, me concede coragem para fazer diferença! Perdoa a nossa omissão e indiferença e nos concede a tua Graça, por Cristo Jesus, nosso Senhor, Amém!

Sobre o mesmo tema:
Religião e cidadania - Ed René Kivitz
http://forumcristaoprofissionais.com/2010/09/14/religiao-e-cidadania/

PT - O Partido Que Nunca Foi Governo - Robinson Cavalcanti
http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/326/pt-o-partido-que-nunca-foi-governo