"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

sábado, 18 de maio de 2013

5 (cinco) ORAÇÕES PERIGOSAS por Bill Hybels

“É preciso coragem para fazê-las, mas a recompensa é grande”




“Senhor, ajuda-me a viver este dia!” Diariamente dirigimos a Deus diversos tipos de oração, desde as mais cautelosas e as que visam aos nossos interesses, até as mais arriscadas e perigosas. Qual foi a última vez que fizemos uma oração “perigosa”, dessas em que colocamos nossa fé à prova e abrimos o coração para Deus de uma forma jamais vivenciada?

Deus gosta de ouvir tais petições, pois promovem nosso crescimento espiritual. A Bíblia contém inúmeros exemplos de orações feitas por fiéis que desejavam amadurecer na vida cristã. Se você, meu amigo, vem mantendo certa distância de Deus em suas orações, experimente um dos seguintes tipos de oração “perigosa” que se seguem. E Deus irá atendê-la com muita sabedoria.

1. Sonda-me!

Karen bateu o fone com força no gancho e, muito irritada, pensou: Como é que Patty pode fazer unia coisa dessas! Ela sabe muito bem que não deve envolver-se com um homem casado!

Como Karen, nós também podemos nos sentir indignados diante de certas atitudes de pessoas que parecem não dar a mínima atenção para as determinações divinas. Ficamos aborrecidos pelo fato de elas não revelarem a menor consideração por suas leis morais. O rei Davi expressa exatamente esse tipo de sentimento no Salmo 139. Inicialmente, ele expressa intenso louvor a Deus, em atitude de adoração e gratidão; mas na seqüência, de repente, começa a demonstrar indignação, dizendo: “Tomara, ó Deus, desses cabo do perverso… Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? E não abomino os que contra ti se levantam? Aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato:” (Vv. 19a,22.)

Contudo, nem bem ele acabou de pronunciar essas palavras, caiu em si e disse: “Sonda-me, Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” (SI 139.23,24)

Parece muito certo abrigarmos uma ira justa contra aqueles que se rebelam contra Deus. Todavia, como é fácil nos esquecermos de perguntar ao Senhor se nós também não estamos agasalhando alguma atitude de rebelião. Esse tipo de oração é perigosa porque, quando pedimos ao Senhor que sonde nosso coração, ele sonda mesmo. O Espírito Santo revela as áreas de nossa vida que “resguardamos” com tanto cuidado, e que necessitam ser modificadas. O crente que tem um compromisso sério com Deus dirige-lhe esse tipo de petição no objetivo de eliminar o pecado de sua vida, visando ao seu crescimento espiritual.

A Bíblia contém inúmeros exemplos de orações feitas por fiéis que desejavam amadurecer na vida cristã.

Qual foi a última vez que fizemos uma oração perigosa?

2. “Derruba as barreiras que há em mim!”

Certa senhora confessou:

“Tenho forte tendência de sempre querer causar boa impressão nos outros. Acho que me preocupo demais com o que eles irão pensar de mim. Sinto medo de sofrer rejeição. Vivo constantemente num círculo vicioso de preocupação e medo!”

Em Eclesiastes 3.3, lemos que há “tempo de derribar e tempo de edificar”. Se quisermos crescer espiritualmente, temos de fazer a petição: “Derruba as barreiras, Senhor!” Por mais que já tenhamos avançado na vida cristã, sempre há alguma área de nossa vida em que se faz necessária uma intervenção divina.

Quando iniciei meu ministério pastoral, era muito inseguro. Parecia que o medo pairava sobre minha vida como uma nuvem escura. Então comecei a orar a Deus nos seguintes termos: “Senhor, liberta-me desse espírito de temor. Isso não glorifica teu nome e prejudica minha atuação como líder e pregador.”

O problema não se resolveu da noite para o dia, mas continuei a orar nesse sentido e, pouco a pouco, fui experimentando mais do poder de Deus e, ao mesmo tempo, o medo foi desaparecendo.

Sempre há em nossa vida algum mal que precisa ser derrubado como, por exemplo, o desânimo, o orgulho, a insensibilidade, etc.. E não podemos derrotá-lo sozinhos. Só Deus tem poder para ajudar-nos a superá-lo. Se alguém deseja ver-se livre de algum problema dessa natureza para seguir a Cristo de todo o coração, tem de fazer uma oração do tipo: “Derruba as barreiras, Senhor!”

3. “Quero crescer!”

Cindy enfrenta problemas em seu casamento. O marido não adota os valores cristãos que ela assumiu e não atende a muitas de suas necessidades emocionais. E ela relata:

“A princípio eu vivia orando a Deus, pedindo que modificasse meu marido, mudasse as circunstâncias e deixasse tudo perfeito, do jeito que eu queria. Mas agora entendo que o Senhor quer que eu passe por esses problemas para crescer, e não que fique livre deles. Quer fortalecer minha fé.”

Os cristãos primitivos fizeram esse tipo de oração. Eles não pediram:

“Senhor, remove a perseguição.”

Eles oraram assim: “Senhor, aumenta nossa coragem; aumenta nossa ousadia.”

Em conseqüência disso, a igreja primitiva cresceu muito, tanto espiritual como numericamente, apesar de enfrentar terrível oposição.

Talvez você se sinta espiritualmente emperrado, triste por não ver avanços em sua vida espiritual nem em seus relacionamentos. Enfrenta problemas no casamento, como Cindy? Seus filhos estão atravessando um período difícil, e você não sabe o que fazer? Peça a Deus que faça crescer seu casamento, a criação dos filhos, seu entendimento espiritual e até sua coragem de inovar na comunhão com ele. Se alguém quer amadurecer espiritualmente, é essencial que faça esta oração: “Quero crescer!”

4. “Dirige-me!”

Assim que me converti, um amigo me incentivou a entregar toda a minha vida a Deus, passando a ele o controle de tudo. Então fiz a seguinte oração:

“Senhor, toma minha vida e faz dela o que o Senhor quiser!”

A primeira providência dele foi tirar-me da firma onde eu trabalhava. Tratava-se de uma empresa altamente lucrativa, pertencente à nossa família, que meu pai pretendia passar aos filhos mais tarde. Em seguida, conduziu-me a uma organização cristã que trabalha com jovens. Depois levou-me a aceitar o cargo de pastor da mocidade numa igreja. Minha impressão era de que ele estava-me guiando na direção errada. Contudo, nesse período de três anos, fui-me convencendo de que Deus sabia exatamente o que estava fazendo – embora, em determinados momentos, eu próprio não o soubesse.

Hoje cada novo passo que ele me leva a dar é mais maravilhoso que o anterior. E cada um me revela para que foi que Deus me criou, e é sempre algo muito gratificante para mim. E continuo fazendo esse tipo de oração: “Dirige-me, Senhor!”, pois Deus já se provou merecedor de toda a minha confiança.

As vezes somos tentados a evitar orações que talvez venham a “desarrumar” nossa vida. Temos medo de nos colocar totalmente sob o controle de Deus. Contudo é daí que vem nossa fé. Precisamos crer que o Senhor deseja conduzir nossa vida para um caminho melhor.

5. “Usa-me!”

Certa vez eu me dirigia a um lugar onde deveria pregar, e fiz essa oração: “Usa-me, Senhor!”

Quando lá cheguei, descobri que me esquecera de pôr uma gravata na mala. Então fui a certa loja do outro lado da ma para comprar uma. Quando voltava, notei um senhor de aparência tristonha, parado ao lado de um engraxate. 0 Espírito de Deus inspirou-me a travar conversa com ele. Quinze minutos depois já ficara sabendo que ele tinha um problema financeiro justo, e que eu poderia resolver. Como eu dissera a Deus: “Usa-me!”; ele me conduzira àquele homem.

Ao fazer essa oração, estamos dizendo ao Senhor:

“Senhor, se quiseres realizar algum feito grandioso por meu intermédio, se quiseres abençoar alguém através de mim, estou à tua disposição.”

Essa oração é muito poderosa. Ela nos conduz a muitas aventuras. Nunca sabemos o que poderá acontecer quando fazemos essa petição.

Quem faz essas cinco orações “perigosas” demonstra que deseja um compromisso sério com Deus. Se nós, em espírito de oração e com coragem, decidirmos abandonar nosso conforto pessoal, nossa vida espiritual nunca mais será a mesma.

“Sonda-me. Quebra barreiras em mim. Quero crescer. Dirige-me. Usa-me.”

Meu irmão, faça essas orações e fique esperando para ver o que Deus fará.

Bill Hybels

sexta-feira, 10 de maio de 2013

UM DEUS SEM CURA PARA SI MESMO! por Caio Fábio


Se prevalecesse a ideia de que Deus criou e pronto, tendo depois que fazer ajustes à criação, conforme se crê que a Bíblia narre, teríamos que dizer que Deus não somente de fato se arrepende, como também que se arrependeu muitas vezes, e que, hoje, se arrepende todos os dias de haver feito o que fez como Criador.

O critério acima exposto não só é totalmente humano, limitado, linear e finito, como, também, é um atestado da inviabilidade de Deus como Criador e Pai segundo a lógica do homem.

Deus nunca se deu bem e Seus projetos parecem ter falhado!

Adão foi uma tragédia. Seu filho Caim de cara vira homicida. A descendência dele fez ainda pior. Depois veio a tal invasão “anjo-alienígena” descrita por Gênesis seis, quando os “filhos de Deus” tomaram as mulheres mais belas da terra e com ela geraram os Gigantes, os Nephilim. Então veio o Dilúvio. Noé sobrevive, mas de sua descendência logo surge um filho amaldiçoado: Cão, pai dos cananeus.

Outra vez o mundo se danou todo com extrema rapidez.

Então Deus suscitou Abraão, que foi lindo de fé, mas que gerou uma segunda descendência, com Hagar, e que é a descendência dos piores inimigos do povo da linha direta de Abraão: Isaque e seus descendentes: os filhos de Israel.

Israel, outra provisão divina para o mundo, tornou-se o que se tornou: pior dos que os povos antigos que o haviam precedido na terra da peregrinação de Abraão.

Então veio o Rei Davi, homem segundo o coração de Deus, mas que teve também coração para o que não deveria ter tido.

Assim, Israel se corrompe outra vez, só que agora numa sucessão de corrupção através dos Reis de Israel, começando com Salomão, filho direto de Davi.

Profetas são levantados. Utopias são prometidas caso Israel ande com Deus. Mas, dos profetas, ficamos conhecendo não as utopias proféticas [até hoje o leão e o boi não pastam juntos...], mas apenas a verdade dos profetas nos cumprimentos dos juízos vaticinados.

Assim, as profecias continuaram, as tragédias se sucederam, mas os profetas acabaram.

Então, veio o cativeiro para corrigir os idolatras filhos de Abraão.

Enfim, vem Jesus. Veio para o que era Seu, mas os Seus não o receberam. Surge uma outra comunidade: a Igreja.

Ora, a Igreja seria o novo Israel. É verdade que sempre se pode pensar na Igreja Invisível, pois, a Igreja visível apenas dá testemunho do fracasso de Deus como Arquiteto e Edificador.

Então, veio, da Igreja e sua influencia, o mundo Ocidental e tudo o que nele já se fez em nome de Deus e de Jesus.

Agora, mais do que nunca, temos todos os “agentes explícitos” de Deus na História em estado de desgraça: Israel é visto como um usurpador perverso e a Igreja é a comunidade da Promessa Corrompida.

O Pai não teria dado certo com Israel e o Filho e o Espírito teriam fracassado no Projeto Igreja!

Sim! A julgar pelo que os crentes sempre consideram o “caminho histórico e único de Deus”, Israel e a Igreja, temos que dizer que Deus não deu certo como Deus.

No trato com Seus filhos Ele já tentou de tudo.

Adão teve tudo, menos uma coisa, mas essa única coisa que ele não poderia foi justamente a coisa que ele quis contra tudo o que poderia.

Veio Seu Filho, mas foi morto, e os que nele creram, depois de um tempo, tornaram-se discípulos de si mesmos. Sim! Do que chamaram de “nós, a Igreja”; mas já não eram mais discípulos de Jesus.

Ora se os planos de Deus para consertar o mundo se limitam a Israel e à Igreja, então, creia meu amigo: Deus se danou nessa!

Desse modo, não me admira que os “ajudantes” de um Deus tão incompetente — pois, nesse caso, Deus pode ser tudo: Onipotente, Onisciente, Onipresente, mas é também Oni-Incompetente — estejam tentando criar uma teologia do dialogo entre Deus e o homem; e mais: criando certas limitações no softer de Deus, tornando-o mais incapaz, mais lento; e isto a fim de torná-lo menos Deus, e, assim, podermos explicar melhor Sua impossibilidade de fazer o melhor da e para a criação.

Sim! A História de Deus com Sua criação foi difícil até mesmo antes de o homem ser criado.

O tal “Querubim da Guarda”, acerca de quem pouco ou nada se sabe, veio a tornar-se diabo no meio da Assembléia Sublime. Deu tudo errado, segundo o padrão humano de avaliação.

Criou-se o homem. Mas o homem virou um diabo.

E, agora, o diabo do homem com o diabo que o homem nem sabe quem é, juntos, estão acabando o mundo.

Ora, já que não dá para criar um outro homem e nem um outro diabo, pois, tanto o homem quanto o diabo não estão ao dispor do homem para mudar, então, somente se criando um “outro Deus”, para ver se a gente dá uma reviravolta pelo menos filosófica no “Problema Deus” ou no “Problema de Deus”.

O Não-Deus Budista, em um tempo como o nosso, leva imensa vantagem; pois, nunca prometeu nada na Terra; nunca teve uma terra, um povo, uma nação santa; nunca teve relações pessoais; nunca disse nada; nunca dele se disse que soubesse qualquer coisa no futuro; e apenas estimulou a que se sofresse pouco, pela via da desistência das paixões do ego; e que também se fosse compassivo, mas sem passionalidades nos afetos.

Esse ‘Deus’ que não é um Deus por definição Ocidental, não tem problemas. De fato, somente não sugiro que o pessoal cristão angustiado com o ‘Deus dos cristãos’ e da ‘Igreja’ se converta a “Ele”, pois, em razão do acesso logorreico dos viciados nas cerebrações e nas discussões sobre Deus, eles ficariam entediados, pois, tal “Deus” não tem papo, e nem serve a um projeto de Teologia Relacional; do contrario, já seria um Deus “prontinho” para eles. Que pena!

Ora, o que se impõe concluir é que o Deus da Igreja não tem o que dizer ao mundo, a começar do fato que seu ultimo projeto, a ‘Igreja’, não deu certo entre os homens também.

Desse modo, a oração Sacerdotal de Cristo, em João 17, no máximo tem seu cumprimento apenas nos ambientes da subjetividade inverificável, mas não na História verificável.

Assim, a Oração de Jesus ficou frustrada historicamente falando, posto que seja inegável que Jesus desejasse que Seus seguidores, a Igreja, se tornasse uma comunidade humana de amor, verdade, justiça e paz; e, como sabemos, isso nunca aconteceu de modo consistente e continuo na História. Falhou também.

Pedro disse na sua 2ª epistola que seria esse tipo de frustração com Deus, e, também, com a imutabilidade das situações desde o principio, desde Adão, o poder que faria muita gente se cercar de mestres procurando uma saída, um outro Deus; ou, quem sabe: um Deus que mude o paradigma da expectativa em relação a Ele, pois, de acordo com o que se pode medir, Deus teria falhado.

Na realidade Deus não tem nada a ver com tudo o que se diz Dele ou tampouco com o “Retrato Falado” que Dele os homens têm recebido através da “Igreja”.

O desconhecimento da “Igreja” em relação a Deus e a Jesus é tão grande, que se Ele se manifestar mesmo, os crentes vão repreendê-Lo em “nome de Jesus”.

Deus não está com problemas, e, tampouco, nos deu esse “manualzinho divino” que hoje se pretende ou precisa reformar a fim de adequar Deus aos tempos.

Na realidade, dado ao que o mundo apresenta, Deus virou o maior problema do mundo!

É em nome de Deus que os maiores ódios permanecem. É nome de Deus que se pode vir a explodir a Terra. É nome de Deus que se fez tudo o que se fez do progresso que hoje ameaça destruir o mundo. E mais: Deus é culpado por tudo o que não dê certo!

O mais simples para Deus, que deve andar de Saco Divino Cheio de tudo o que a Ele se atribui, discute, sugere, demanda ou Dele se “explica” — seria acabar com o homem; posto que a Natureza não tenha problemas para além de nós, a terrível “jóia da criação”.  

Deus, porém, não tem cura!...

Sofre do amor de Oséias, o corno. Sofre a dor do Pai do Pródigo e a do Pai do irmão que tinha inveja do pecado do outro. Sofre como o Pai que não é reconhecido nem com DNA pelos filhos.

Sofre e segue... Não dá para explicar. Ele mesmo não se explica. Apenas manda não filosofar e crer. Crer que Ele sabe o que está fazendo, embora eu não entenda nada.

Sim! Ele mesmo disse que o que nos aguardaria seria justamente o que chegou. Mas garante que no final veremos o sentido de tudo, se apenas crermos, confiarmos e não nos cansarmos do amor e do bem.

Entretanto, olhando com os olhos dos Teólogos Psicanalistas de Deus, teríamos que dizer:

Deus é um Pai incorrigível, que acostumou mal a Seus filhos, que é co-dependente da humanidade, mas errou muito querendo acertar. Agora, porém, chegou a hora de Deus crescer e dialogar com os teólogos e com a humanidade, pois, sozinho, Deus nada conseguiu; pode ser com uma consultoria humana Ele se saia melhor; posto que até agora, usando critérios humanos de qualquer natureza, teríamos que dizer que Deus não deu certo. Mas isso não seria justo com Ele, que, afinal, se esforçou tanto!

Jesus falou deste dia, quando indagou afirmando:

Porventura, quando vier o Filho do Homem, encontrará fé na Terra?

Deus não está assustado. Mas o homem está morrendo de medo!

Ora, não posso falar pelo mundo, mas por mim eu posso e digo:

Se a única criação de Deus tivesse sido eu, apesar de mim mesmo, eu diria e digo: Deus deu certo em mim!

Nele, que nunca se arrependeu e que nunca teve de remendar nada, embora eu não compreenda coisa alguma,

Caio
19 de janeiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

quinta-feira, 2 de maio de 2013

ENCONTRAR DEUS por Ariovaldo Ramos

Deus existe, criou o universo, sua vontade é o padrão da criação, ou seja, tudo o que não anda conforme sua ordenação está em estado disfuncional. Ele está fora e dentro do universo, se revelou através do povo de Israel e, perfeitamente, em Jesus de Nazaré, por meio de cujo sacrifício salvou o universo salvando o homem de sua queda, e deixou um livro, a Bíblia, para explicar isso tudo.

Então, qual é o segredo? Por que relacionar-se com Deus se tornou algo tão cheio de burocracias? Por que a gente parece que tem de entrar num concurso vestibular para realmente alcançar o conhecimento de Deus? Não seria muito mais lógico explicar para as pessoas o que significou todo o movimento de Deus para salvar a humanidade, e toda a criação, e colocá-las em contato com Ele e pronto?

Qual é a dificuldade para falar com Deus, se Ele é a maior realidade do universo? Para que tantos intermediários? Por que tanto templo e tanto ritual? Se basta dois ou três reunidos em nome de Jesus, e, pronto: eis a Igreja instalada? Uma vez que Deus é mais real do que o ar que respiramos, por que tanta celeuma, tanto sacerdote? Se estes dois ou três são suficientes para que haja eucaristia e batismo? Já pensou se fosse assim para respirar o ar? Certamente estaríamos todos mortos por asfixia! E se Deus está perto de todos os que o invocam, por que não simplesmente invocá-lo, sabendo que Ele está em todo o lugar, e que Cristo abriu o caminho de contato com ele?

Tem mais, há alguém que, porventura, fica a repetir o tempo todo, oh ar, que bom que você está aqui para que eu possa respirá-lo? Ora, a gente simplesmente respira. Por que com Deus não é assim? Por que a gente não o vive simplesmente, sabendo que nele estamos todos, que podemos invocá-lo a toda hora?

Sabe, há muita embromação religiosa em torno do relacionamento com Deus, muita coisa acrescentada por gente que quer ganhar alguma coisa com o relacionamento necessário entre o ser humano e Deus. Acho que esse é outro tipo de abuso para o qual temos de estar atentos. Como pode haver casas especiais para encontrar Deus, se ele está em todo o lugar, e, principalmente, perto de todos os que o invocam? E como pode existir tanta gente de especial relacionamento com Deus, que tem de ser acionada para que Deus possa ouvir o que espera ouvir, se o único mediador entre o Pai Eterno e o ser humano é Jesus Cristo? Sei não, mas acho que tem alguma coisa errada nesse “imbróglio” todo.

Ariovaldo Ramos