"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)
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domingo, 17 de novembro de 2013

VIDA LONGA, VIDA ALONGADA E VIDA ETERNA - Revista Ultimato nov/dez

Em vez de pedir a Deus vida longa, riqueza ou a morte de seus inimigos, o recém-empossado rei de Israel pediu sabedoria para governar o povo com Justiça. Na escala de valores do jovem Salomão, pelo menos para aquele momento, capacidade para servir a Deus e aos homens era mais importante do que vida longa (I Rs 3.4-15).

Afinal o que é vida longa? Vida longa é aquela que, a cada dia, consegue empurrar a morte para frente. Mas, no fundo, o que se quer mesmo é a morte da morte, "aquele monstro cujo lábio inferior toca a terra e o superior toca o céu, de modo a engolir tudo". A morte é uma intrusa, não foi programada, é a sósia do pecado e, segundo Paulo, é o último - e o pior - inimigo do ser humano e da criação de Deus a ser derrotado (I Co 15.26).

Na realidade, enquanto não chegarmos à plenitude da salvação, é mais correto falar em vida alongada do que em vida longa. Há uma pequena diferença entre uma e outra.

A vida alongada tem um preço muito alto. Depende de uma infinidade de médicos e enfermeiras, de produtos farmacêuticos - quase todos de uso contínuo - de aparelhos cada vez mais sofisticados, de exames de laboratório, de planos de saúde, de cirurgias e de permanências na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Hoje em dia, o alongamento da vida está sendo questionado tanto pela ciência como pela sociedade, incluindo o próprio paciente e sua família. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que 90% das mortes - quase 60 milhões por ano - "resultam de doenças agudas incapacitantes e enfermidades crônico-degenerativas que podem evoluir com lento e longo processo de morte, dependendo da doença e das comorbidades envolvidas". O cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida - SP, e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), diz que "a morte não é uma doença para a qual devemos achar cura" e "é necessário que o homem reconheça a aceite a própria realidade e os próprios limites".

Precisamos tirar o foco da esperança da vida longa e da vida alongada e colocá-la na vida eterna, à qual Jesus se referiu diversas vezes. Vida eterna não é vida terrestre, nem vida física, nem vida comum. Vida eterna é mais do que vida depois da morte e da ressurreição. Ela pode começar aqui e continuar, sem interrupção, para todo o sempre. O Evangelho de João garante que quem crê no Filho de Deus como Salvador "tem a vida eterna". O verbo "ter" está no presente e não no futuro (Jo 3.36). O ex-professor do seminário teológico de Dallas J. Walvoord explica que vida eterna "é mais o resultado do que a causa da Salvação, mas relaciona-se com a conversão ou a manifestação da vida nova em Cristo". É aquela vida "que antegoza e garante a comunhão com Deus na eternidade".

Jesus explicou a Nicodemos que Ele seria pregado numa cruz para que todos os que cressem nEle tivessem a vida eterna (Jo 3.15). A continuação desta palavras é o versículo mais traduzido e recitado de toda a Bíblia: "Deus amou o mundo tanto, que deu o Seu único Filho, para que todo aquele que nEle crer não morra, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).

Jesus não veio remendar coisa alguma - Ele veio para construir coisas novas e maiores. A vida eterna para quem deseja ter vida longa ou alongada - e não consegue - é uma delas.

A morte daquele monstro cujo lábio inferior encosta no mais baixo abismo e o superior encosta no mais alto céu, de modo a devorar bebês, recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os gêneros, faz parte da escatologia cristã. O sumiço da morte está em processo!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A ESCOLHA RADICAL por John Stott

"Nem todo aquele que me diz: "Senhor, Senhor", entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus". 
(Mateus 7.21)



Jesus coloca diante de nós, na conclusão do sermão do monte, a escolha radical entre obediência e desobediência. Não que possamos, é claro, ser salvos por meio de nossa obediência, mas que, se verdadeiramente somos salvos, mostremos isso através dela.


Primeiro, Jesus nos adverte do perigo de uma confissão meramente verbal (v. 21 -23). E certo que uma confissão expressa verbalmente é essencial; "Jesus é Senhor" é o primeiro, mais curto e mais simples de todos os credos. Contudo, se isso não for acompanhado de uma submissão pessoal ao senhorio de Jesus, é inútil. Podemos ouvir no último dia as terríveis palavras de Jesus: "Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal" (v. 23).

Segundo, Jesus nos adverte do perigo de um conhecimento meramente intelectual. Enquanto o contraste nos versículos 21 a 23 era entre falar e fazer, c contraste agora é entre ouvir e fazer (v. 24-27). Jesus então ilustra isso por meio de sua famosa parábola dos dois construtores. Ela apresenta um homem sábio, que construiu sua casa sobre a rocha, e um tolo, que teve preguiça de fazer alicerces e construiu sua casa sobre a areia. Quando ambos entraram em suas construções, um observador menos atento não teria notado a diference entre elas, pois a distinção se encontrava nos alicerces, e alicerces não são vistos. Somente quando a tempestade caiu e atingiu ambas as casas com fúria é que a diferença fatal foi revelada. Do mesmo modo, cristãos praticantes (tanto genuínos quanto espúrios) têm a mesma aparência. Ambos demonstrar estar edificando vidas cristãs. Ambos ouvem as palavras de Cristo. Vão à igreja, lêem a Bíblia e escutam sermões. As profundezas de seus alicerces, no entanto, estão ocultas à vista. Somente a tempestade da adversidade nesta vida e a tempestade do juízo no último dia revelarão quem somos.

O sermão do monte termina com uma nota solene de escolha radical. Só há dois caminhos (o estreito e o largo) e somente duas fundações (a rocha e a areia). Em que estrada estamos viajando? Sobre qual alicerce estamos construindo?

Para saber mais: Mateus 7.13-29

STOTT, John. DEVOCIONÁRIO: A BÍBLIA TODA, O ANO TODO - Meditações Diárias de Gênesis a Apocalipse - Ed. Ultimato. (pag. 198) 
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Como mudar de Caminho (eu sei que você já tentou fazer isso com muitas promessas).

terça-feira, 27 de julho de 2010

O QUE SIGNIFICA ACEITAR A CRISTO - Tozer e Chambers

Eu não sei quem me despertou do sono, e me alertou do grande perigo, eu não consigo me lembrar onde ouvi o galo cantar ou qual cantou primeiro, o que eu sei é que este assunto é pouco discutido hoje em dia. Quando ouço algum pregador fazendo um "apelo" nesses termos (aceite a Jesus, Ele quer morar no seu coração - Jesus morreu por você e Ele só quer o seu coração - não viva sem Cristo, mas principalmente não morra sem Ele), me preocupo bastante sobre que tipo de Evangelho é este que está sendo anunciado, me dá até um arrepio.

Para alguns pode ser somente questão de terminologia, mas para mim é, como diz os autores, "aceitar a Cristo" é algo que não faz parte do 'espírito evangélico' contido nas Escrituras. Nem Cristo nem os Apóstolos falaram nestes termos, isso parece uma 'açucarização' do Evangelho, algo bastante perigoso. Você já ouviu falar de remédio eficiente sem ser amargo?

Os apelos neotestamentarios eram do tipo:
"arrenpendei-vos pois é chegado o Reino dos céus." (Mt 3.2);

"...Mas se não se arrenpenderem, todos vocês pereceram." (Lc 13.5);

"Depois Jesus foi pelas cidades e povoados e ensinava, prosseguindo em direção a Jerusalém. Alguém lhe perguntou: Senhor, serão poucos os salvos? Ele lhes disse: Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês ficarão do lado de fora, batendo e pedindo: Senhor, abre-nos a porta. Ele, porém, responderá:‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Então vocês dirão: Comemos e bebemos contigo, e ensinaste em nossas ruas. Mas ele responderá: Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal!" (Lc 13.22-27);

"Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo". (Lc 14.26,27);

"Pedro respondeu: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para que os seus pecados sejam perdoados, e vocês receberão de Deus o Espírito Santo". (At 2.38)

É disso que os dois, Tozer e Chambers, vão falar. Para mim é mais uma questão de vida ou morte. Um remédio pode ser inócuo ou se tornar um veneno dependendo da dose, no caso do Evangelho de Jesus Cristo não existe perigo de superdosagem...

BM

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O Ministério dos Despercebidos por Oswald Chambers
"Bem-aventurados os humildes de espírito." - Mateus 5.3

O Novo Testamento destaca virtudes que, pelos nossos padrões, não são lá muito importantes. "Bem-aventurados os humildes de espírito", literalmente - "bem-aventurados os indigentes" - algo excessivamente comum para ser levado em conta! As pregações que se ouvem hoje procuram enfatizar a força de vontade, a beleza do caráter da pessoa - coisas que são facilmente notadas por todos. A frase que tantas vezes ouvimos - "Aceitar a Jesus" - dá ênfase a uma postura que o Senhor nunca propôs e na qual nunca confiaria. Ele nunca nos pede para aceitá-lo, mas para nos rendermos a Ele - o que é muito diferente. O reino de Jesus Cristo tem como base a beleza natural daquelas coisas simples. Sou bem-aventurado é na minha pobreza. Se sei que não tenho força de vontade, nem nobreza de disposição, então Jesus diz: "Bem-aventurado és tu", porque é através dessa pobreza que entro no Reino dEle. Não posso entrar nele como pessoa boa, só posso entrar como um indigente.

A verdadeira natureza da beleza interior que testifica de Deus é aquela que se torna sempre um fator inconsciente. Uma influência consciente é pedante e anticristã. Se eu disser: "Será que sirvo para alguma coisa", perco imediatamente toda a beleza que vem do toque proveniente do Senhor. "Quem crer em mim... do seu interior fluirão rios de água viva", João 7:38. Se eu fico a analisar esses rios são, perco o toque do Senhor.

Quais são as pessoas que mais nos têm influenciado? Não são as que pensavam fazê-lo, mas as que não tinham a mínima noção de que estavam nos influenciando. Na vida cristã, a realidade implícita nunca é consciente; se é consciente, deixa de ter aquela beleza simples que é característica do toque de Jesus. Sabemos quando é Jesus que está operando, porque Ele produz nas coisas comuns algo que é inspirador.

Oswald Chambers (do devocional TUDO PARA ELE dia 21 de agosto).
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O Que Significa Aceitar Cristo por A W Tozer

Poucas coisas, felizmente poucas, são assuntos de vida e morte, tal como uma bússola para uma viagem marítima ou um guia para uma viagem através do deserto. Ignorar coisas assim vitais não é só lançar sortes ou correr um risco, mas puro suicídio; ou seja, estar certo ou morto.

Nosso relacionamento com Cristo é uma questão de vida ou morte, e num plano muito superior. O homem que conhece a bíblia sabe que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores e que os homens são salvos apenas por Ele sem qualquer influência por parte de quaisquer obras meritórias deles.

Tal coisa é verdadeira e sabida, mas a morte e ressurreição de Cristo evidentemente não salvam todos de maneira automática. Como um indivíduo entra numa relação salvadora com Cristo? Sabemos que alguns fazem isso, mas é óbvio que outros não alcançam esse plano. Como é coberto o abismo entre a redenção provida objetivamente e a salvação recebida subjetivamente? Como o que cristo fez por mim opera em meu interior? Para a pergunta: “O que devo fazer para ser salvo?” devemos aprender a resposta correta. Falhar neste ponto não envolve apenas arriscar nossas almas, mas garantir o exílio eterno da face de Deus. É aqui que devemos estar certos ou perder-nos para sempre.
Os cristãos “evangelicais” fornecem três respostas a esta pergunta ansiosa: “Creia no Senhor Jesus Cristo”, “Receba Cristo como seu Salvador pessoal” e “Aceite Cristo”. Duas delas são extraídas quase literalmente das Escrituras (At 16:31; Jo 1:12), enquanto a terceira é uma espécie de paráfrase, resumindo as outras duas. Não se trata então de três, mas de uma só.

Por sermos espiritualmente preguiçosos, tendemos a gravitar na direção mais fácil a fim de esclarecer nossas questões religiosas, tanto para nós mesmo quanto para os outros; assim sendo, a fórmula “aceite Cristo” tornou-se uma panacéia de aplicação universal, e acredito tem sido fatal para muitos. Embora um penitente ocasional responsável possa encontrar nela toda instrução de que precisa para ter um contato vivo com Cristo, temo que muitos façam uso dela como um atalho para a terra prometida, apenas para descobrir que ela o levou em vez disso a “uma terra de escuridão, tão negra quanto as próprias trevas; e da sombra da morte, sem qualquer ordem, e onde a luz é como a treva”.

A dificuldade está em que a atitude “Aceite Cristo” está provavelmente errada. Ela mostra Cristo suplicando a nós, em lugar de nós a Ele. Ela faz com que fique de pé, com o chapéu na mão, aguardando o nosso o veredicto a respeito dEle, em vez de nos ajoelharmos com os corações contritos esperando que Ele nos julgue. Ela pode até permitir que aceitemos a Cristo mediante um impulso mental ou emocional, sem qualquer dor, sem prejuízo de nosso ego e nenhuma inconveniência ao nosso estilo de vida normal.

Para esta maneira eficaz de tratar um assunto vital, podemos imaginar alguns paralelos; como se, por exemplo, Israel tivesse “aceito” no Egito o sangue da páscoa , mas continuasse vivendo em cativeiro, ou o filho pródigo “aceitasse” o perdão do pai e continuasse entre os porcos no país distante. Não fica claro que se aceitar Cristo deve significar algo, é preciso que haja uma ação moral em harmonia com essa atitude?

Ao permitir que a expressão “Aceite Cristo” represente um esforço sincero para dizer em poucas palavras o que não poderia ser dito tão bem de outra forma, vejamos então o que queremos ou devemos indicar ao fazer uso dessa frase.

Aceitar Cristo e dar ensejo a uma ligeira ligação com a pessoa de nosso Senhor Jesus absolutamente única na experiência humana. Essa ligação é intelectual,volitiva e emocional. O crente acha-se intelectualmente convencido de que Jesus é tanto Senhor como Cristo; ele decidiu segui-lo a qualquer custo e seu coração logo está gozando da singular doçura de sua companhia.

Esta ligação é total, no sentido de que aceita alegremente Cristo por tudo que Ele é. Não existe qualquer divisão covarde de posições, reconhecendo-o como salvador hoje e aguardando até amanhã para decidir quanto à sua soberania. O verdadeiro crente confessa Cristo como o seu Tudo em Todos sem reservas. Ele inclui tudo de si mesmo, sem que qualquer parte de seu ser fique insensível diante da transação revolucionária.

Além disso, sua ligação com Cristo é toda-exclusiva. O senhor torna-se para ele a atração única e exclusiva para sempre, e não apenas um entre vários interesses rivais. Ele segue a órbita de Cristo como a Terra a do Sol, mantido em servidão pelo magnetismo do seu afeto, extraindo dEle toda a sua vida,luz e calor. Nesta feliz condição são-lhe concedidos novos interesses, mas todos eles determinados pela sua relação com o Senhor.

O fato de aceitarmos a Cristo desta maneira todo-inclusiva e todo-exclusiva é um imperativo divino. A fé salta para Deus neste ponto mediante a Pessoa e a obra de Cristo, mas jamais separa a obra da Pessoa. Ele crê no Senhor Jesus Cristo, o Cristo abrangente, sem modificação ou reserva, e recebe e goza assim tudo o que Ele fez na sua obra de, tudo o que está fazendo agora no céu a favor dos seus, e tudo que opera neles e através deles.

Aceitar Cristo é conhecer os significado das palavras: “pois, segundo ele é, nós somos neste mundo” (1 joão 4:17). Nós aceitamos os amigos dele como nossos, seus inimigos com inimigos nossos, seus caminhos como os nossos, sua rejeição como a nossa rejeição, sua cruz como a nossa cruz, sua vida como a nossa vida e seu futuro como o nosso.

Se é isto que queremos dizer quando aconselhamos alguém a aceitar a cristo, será melhor explicar isso a ele, pois é possível que se envolva em profundas dificuldades espirituais caso não explanarmos o assunto.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O CAMINHO DA VIDA E O CAMINHO DA MORTE segundo A DIDAQUÊ

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra". 2 Tm 3.16,17
Este texto no original grego tem uma peculiariedade muito interessante, ele pode ter duas traduções aceitáveis: "toda escritura é inspirada por Deus e útil..." ou "toda escritura inspirida por Deus é útil..."
A maioria das traduções bíblicas ficaram com a primeira e com certeza nos traz menos problemas, mas pelo menos uma ficou com a segunda opção: "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça..." 2 Tm 3.16 Almeida Revista e Corrigida.

Que diferença isso faz? Bom para mim nenhuma, mas para os defensores dos livros apócrifos e pseudo-epígrafos pode fazer alguma (mais em
http://www.caminhocristao.com/?p=65 ). Mas o que creio, sem sombra de dúvida alguma, é que a Bíblia que temos em nossa mão não é uma imposição de uma "igreja" que não queria perder o poder, mas de um Deus todo-poderoso que preservou a Sua Palavra para edificar a sua Igreja. Quem estuda um pouquinho, com o mínimo de honestidade, a história da igreja e não consegue ver isso, está cego.

Este livro a DIDAQUÊ, na verdade coloco aqui a sua primeira parte, ficou por muito pouco, humanamente falando, fora do Cãnon bíblico definitivo. Ainda no primeiro século ele era usado para ensino dos novos convertidos, e antes que qualquer um fosse batizado precisava conhecê-lo e dar provas da sua fé em Cristo.

O seu ensino mostra uma fé viva, que se torna evidente no dia-a-dia, e não um conhecimento vazio que não transforma nada, nem ninguém. Os dois caminhos são tanto distintos
entre si como o dia e a noite, e eles podem nos servir como reflexão para onde estamos caminhando... "Mas o caminho dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito". Pv 4.18
BM
...
Instrução do Senhor para as nações segundo os Doze Apóstolos, O CAMINHO DA VIDA E O CAMINHO DA MORTE:

Existem dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da morte. Há uma grande diferença entre os dois.

Este é o caminho da vida: primeiro, ame a Deus que o criou; segundo, ame a seu próximo como a si mesmo. Não faça ao outro aquilo que você não quer que façam a você.
Este é o ensinamento derivado dessas palavras: bendiga aqueles que o amaldiçoam, ore por seus inimigos e jejue por aqueles que o perseguem. Ora, se você ama aqueles que o amam, que graça você merece? Os pagãos também não fazem o mesmo? Quanto a você, ame aqueles que o odeiam e assim você não terá nenhum inimigo.
Não se deixe levar pelo instinto. Se alguém lhe bofeteia na face direita, ofereça-lhe também a outra face e assim você será perfeito. Se alguém o obriga a acompanhá-lo por um quilometro, acompanhe-o por dois. Se alguém lhe tira o manto, ofereça-lhe também a túnica. Se alguém toma alguma coisa que lhe pertence, não a peça de volta porque não é direito.
Dê a quem lhe pede e não peças de volta pois o Pai quer que os seus bens sejam dados a todos. Bem-aventurado aquele que dá conforme o mandamento, pois será considerado inocente. Ai daquele que recebe: se pede por estar necessitado, será considerado inocente; mas se recebeu sem necessidade, prestará contas do motivo e da finalidade. Será posto na prisão e será interrogado sobre o que fez... e daí não sairá até que devolva o último centavo.
Sobre isso também foi dito: que a sua esmola fique suando nas suas mãos até que você saiba para quem a está dando.

O segundo mandamento da instrução é:
Não mate, não cometa adultério, não corrompa os jovens, não se prostitua, não roube, não pratique a magia nem a feitiçaria. Não mate a criança no seio de sua mãe e nem depois que ela tenha nascido.
Não cobice os bens alheios, não cometa falso juramento, nem preste falso testemunho, não seja maldoso, nem vingativo.
Não tenha duplo pensamento ou linguajar pois o duplo sentido é armadilha fatal.
A sua palavra não deve ser em vão, mas comprovada na prática.
Não seja avarento, nem ladrão, nem fingido, nem malicioso, nem soberbo. Não planeje o mal contra o seu próximo.
Não odeie a ninguém, mas corrija alguns, ore por outros e ame ainda aos outros, mais até do que a si mesmo.

Filho, procure evitar tudo aquilo que é mau e tudo que se parece com o mal.
Não seja colérico porque a ira conduz à morte. Não seja ciumento também, nem briguento ou violento, pois o homicídio nasce de todas essas coisas.
Filho, não cobice as mulheres pois a cobiça leva à fornicação. Evite falar palavras obscenas e olhar maliciosamente já que os adultérios surgem dessas coisas.
Filho, não se aproxime da adivinhação porque ela leva à idolatria. Não pratique encantamentos, astrologia ou purificações, nem queira ver ou ouvir sobre isso, pois disso tudo nasce a idolatria.
Filho, não seja mentiroso pois a mentira leva ao roubo. Não persiga o dinheiro nem cobice a fama porque os roubos nascem dessas coisas.
Filho, não fale demais pois falar muito leva à blasfêmia. Não seja insolente, nem tenha mente perversa porque as blasfêmias nascem dessas coisas.
Seja manso pois os mansos herdarão a terra.
Seja paciente, misericordioso, sem maldade, tranqüilo e bondoso. Respeite sempre as palavras que você escutou.
Não louve a si mesmo, nem se entregue à insolência. Não se junte com os poderosos, mas aproxima dos justos e pobres.
Aceite tudo o que acontece contigo como coisa boa e saiba que nada acontece sem a permissão de Deus.

Filho, lembre-se dia e noite daquele que prega a Palavra de Deus para você. Honre-o como se fosse o próprio Senhor, pois Ele está presente onde a soberania do Senhor é anunciada.
Procure estar todos os dias na companhia dos fiéis para encontrar forças em suas palavras.
Não provoque divisão. Ao contrário, reconcilia aqueles que brigam entre si. Julgue de forma justa e corrija as culpas sem distinguir as pessoas.
Não hesite sobre o que vai acontecer.
Não te pareças com aqueles que dão a mão quando precisam e a retiram quando devem dar.
Se o trabalho de suas mãos te rendem algo, as ofereça como reparação pelos seus pecados.
Não hesite em dar, nem dê reclamando porque, na verdade, você sabe quem realmente pagou sua recompensa.
Não rejeite o necessitado. Compartilhe tudo com seu irmão e não diga que as coisas são apenas suas. Se vocês estão unidos nas coisas imortais, tanto mais estarão nas coisas perecíveis.
Não se descuide de seu filho ou filha. Muito pelo contrário, desde a infância instrua-os a temer a Deus.
Não dê ordens com rudeza ao seu escravo ou escrava pois eles também esperam no mesmo Deus que você; assim, não perderão o temor de Deus, que está acima de todos. Certamente Ele não virá chamar a pessoa pela aparência, mas somente aqueles que foram preparados pelo Espírito.
Quanto a vocês, escravos, obedeçam aos seus senhores, com todo o respeito e reverência, como à própria imagem de Deus.
Deteste toda a hipocrisia e tudo aquilo que não agrada o Senhor.
Não viole os mandamentos dos Senhor. Guarde tudo aquilo que você recebeu: não acrescente ou retire nada.
Confesse seus pecados na reunião dos fiéis e não comece a orar estando com má consciência.
Este é o caminho da vida!

Este é o caminho da morte:
Primeiro, é mau e cheio de maldições - homicídios, adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatria, magias, feitiçarias, rapinas, falsos testemunhos, hipocrisias, coração com duplo sentido, fraudes, orgulho, maldades, arrogância, avareza, palavras obscenas, ciúmes, insolência, altivez, ostentação e falta de temor de Deus.
Nesse caminho trilham os perseguidores dos justos, os inimigos da verdade, os amantes da mentira, os ignorantes da justiça, os que não desejam o bem nem o justo julgamento, os que não praticam o bem mas o mal. A calma e a paciência estão longe deles. Estes amam as coisas vãs, são ávidos por recompensas, não se compadecem com os pobres, não se importam com os perseguidos, não reconhecem o Criador. São também assassinos de crianças, corruptores da imagem de Deus, desprezam os necessitados, oprimem os aflitos, defendem os ricos, julgam injustamente os pobres e, finalmente, são pecadores consumados.
Filho, afaste-se disso tudo!
Mais sobre A DIDAQUÊ em http://www.mackenzie.com.br/7114.html