"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

quarta-feira, 24 de março de 2010

O QUE É O EVANGELHO CRISTÃO? Por John Piper

O Evangelho não é apenas uma seqüência de passos (como as Quatro Leis Espirituais, da Cruzada Estudantil para Cristo). Esses são essenciais. Contudo, o que torna o evangelho em boas-novas é o fato de que ele une as pessoas com as “insondáveis riquezas de Cristo”.

Não existe nada em si mesmo que torne “o perdão dos pecados” em boas-novas. Se o perdão dos pecados é boas-novas, isso depende daquilo ao que ele pode conduzir. Você poderia ser declarado inocente de um crime, sair do tribunal e ser morto na próxima esquina. O perdão pode ou não levar ao regozijo. Escapar do inferno não é, em si mesmo, as boas-novas pelas quais anelamos – especialmente se achamos o céu bastante monótono.

Nem mesmo a justificação, em si mesma, é as boas-novas. Para onde ela conduz? Esta é a questão. Para que a justificação seja boas-novas, isso depende da recompensa que recebemos por causa da justiça imputada. O que recebemos por sermos considerados justos em cristo? A resposta é comunhão com Jesus.

O perdão dos pecados e a justificação são boas-novas porque removem os obstáculos para chegarmos à fonte de gozo duradouro e plenamente satisfatório – JESUS CRISTO. Ele não é apenas o meio de nos resgatar da condenação; é o objetivo de nossa salvação. Se não achamos satisfação em estar com Ele, então não há salvação. Jesus Cristo não é a corda que nos puxa das ondas ameaçadoras; Ele é a praia firme sob os nossos pés, o ar de nossos pulmões, a batida de nosso coração, o sol que arde em nossa pele, a canção em nossos ouvidos e os braços de nosso amado.

Essa é a razão por que o Novo Testamento define o Evangelho chamando-o, apenas, de Cristo. O evangelho é “o evangelho de Cristo” (Romanos 15.19; I Coríntios 9.12; II Coríntios 2.12; 9.13; 10.14; Gálatas 1.7; Filipenses 1.27, etc.). Ou, mais especificamente, o evangelho é “o evangelho da glória de Cristo” (II Coríntios 4.4). E de um modo ainda mais admirável, Paulo disse que a pregação do evangelho é a pregação das “insondáveis riquezas de Cristo” (Efésios 3.8).

Portanto, crer no evangelho não é apenas aceitar as tremendas verdades de que: 1) Deus é santo; 2) Somos pecadores sem esperança; 3) Cristo morreu e ressuscitou pelos pecadores; 4) Esta grande salvação é desfrutada pela fé em Cristo. Crer no evangelho é também entesourar a Cristo como nossa riqueza insondável. O que torna o evangelho em “evangelho” é o fato de que este traz pessoas ao gozo eterno e sempre crescente de Cristo.

Estas serão as palavras que Jesus falará quando chegarmos ao céu: “Entra no gozo do teu Senhor” (Mateus 25.21). A súplica que Jesus fez por nós terminou com esta observação: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória” (João 17.24). A glória que Ele deseja que vejamos são “as insondáveis riquezas de Cristo”; é “a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Efésios 2.7).

Os termos “insondáveis” e “suprema” significam que não haverá fim para a nossa descoberta e gozo. Não haverá qualquer monotonia. Cada dia revelará coisas novas e admiráveis a respeito de Cristo, e estes farão com que as maravilhas das coisas de ontem sejam vistas sob nova luz, de modo que não somente haverá novas percepções de glória a cada dia, mas também a glória acumulada se tornará mais gloriosa a cada nova revelação.

O evangelho é as boas-novas de que podemos ter o gozo crescente e eterno de Cristo que nunca é enfadonho e sempre satisfaz; e de que podemos ter esse gozo, gratuita e eternamente, pela fé na morte que perdoa pecados e na ressurreição que outorga esperança, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

Que Deus nos conceda que sejamos fortalecidos “com poder”, para compreendermos “com todos os santos, qual é a largura, o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Efésios 3.18-19).
Do Livro PROVAI e VEDE - Saboreando a Supremacia de DEUS em TODA A VIDA, do mesmo autor, Editora FIEL. Grifos sempre meus.

quinta-feira, 18 de março de 2010

MORRER ANTES, VIVER DEPOIS por Ed René Kivitz

“A ressurreição de Cristo é o acontecimento mais decisivo e significativo da história, pois nenhum outro terá jamais tanta importância”.
Urs von Balthasar
Cristo é chefe de fila na ressurreição dos mortos”.
Lucien Cerfaux

A Páscoa cristã celebra o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na Páscoa cristã o sangue dos animais sacrificados para remissão de pecados é substituído pelo corpo e sangue de Jesus Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, imolado de uma vez para sempre, sacrifício que repercute por toda a eternidade: desde antes da fundação do mundo o sangue de Jesus era conhecido, afirmam os apóstolos. Como já foi dito, para que Deus pronunciasse "haja luz", foi necessário que antes tivesse pronunciado "haja cruz". Somente o sacrifício de Jesus Cristo dá sustentação a um mundo que, não obstante sua maldade, permanece alvo da misericórdia e graça de Deus.

Sendo verdade que a morte de Jesus Cristo possibilita a existência, sua ressurreição dá sentido a ela. Na ressurreição de Jesus Cristo há a inversão da polaridade da vida. O paradigma "viver antes, morrer depois", em Jesus Cristo é substituído por "morrer antes, viver depois". A real densidade da vida é aquela que Jesus Cristo conquista em sua ressurreição. O ressuscitado tem uma vida que não morre mais. A vida em sua plenitude exige a morte; somente depois de morrer é possível viver verdadeiramente.


Quem vive preso ao paradigma antigo: "viver antes, morrer depois", está preso a uma qualidade de vida finita, contida nos limites da mortalidade. Por mais que se esforce para superar o drama da morte, estará sempre combatendo um inimigo com quem não se pode negociar. Tentará superar sua finitude com as coisas efêmeras da existência: o retardamento do envelhecimento, a entrega insaciável ao prazer, conforto e bem estar, ou será vítima do encharcamento da náusea e do desespero. A morte estará sempre à espreita, revestindo de transitoriedade tudo aquilo a que o iludido tenta se apegar para vencer sua condição mortal.


Aquele que vive sob o novo paradigma da ressurreição: "morrer antes, viver depois", encontra e desfruta a verdadeira e real dimensão da vida. Não pode ser ferido pela morte, pois já morreu e ressuscitou. Na linguagem de Jesus, "passou da morte para a vida", isto é, já não vive mais aprisionado pelo medo da morte e não teme a carência de coisa alguma, pois já experimenta o que não se pode perder. É capaz de desfrutar sem possuir, fruir o efêmero e caminhar sereno pela sexta-feira da paixão, pois seguro está na promessa e na esperança do domingo da ressurreição.


Seguir a Jesus Cristo é colocar os pés na rota da vida eterna. Vida com qualidade divina, que não se esgota nos limites do corpo mortal, mas se plenifica no corpo da ressurreição, quando o mortal se reveste de imortalidade e o corruptível de incorruptibilidade. A vida eterna é mais do que vida para sempre e sua realidade diz respeito a algo mais do que tempo de existência. Não importa tanto quanto tempo vou viver, mas que tipo de vida anima meu ser. Quem acredita que a vida é o que se tem até que a morte chegue, concentrará todos os seus esforços e energias em conquistar o melhor possível aqui e agora. Quem sabe que a plenitude da vida está para além do túmulo, que fica vazio na ressurreição, saberá viver aqui e agora além dos limites do morrer, terá a verdadeira vida desde já, pois Jesus Cristo prometeu: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente".
Ed René Kivitz


MORRER ANTES, VIVER DEPOIS em MP3 para ouvir
(Click no link salve, e ouça)

quarta-feira, 3 de março de 2010

o ser humano e seu coração...

"O motivo pelo qual muitos ainda estão angustiados, buscando e progredindo lentamente é que ainda não chegaram ao fim de si mesmos. Nós ainda tentamos comandar e meter o bedelho no trabalho que Deus realiza dentro de nós".
A W Tozer


O homem; as viagens
(Carlos Drummond de Andrade)

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua

desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

"O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras”.
Jeremias 17.9,10

AS DUAS CONVERSÕES por Ed René Kivitz

"Portanto, agora vou atraí-la; vou levá-la para o deserto e falar-lhe com carinho. Ali devolverei a ela a suas vinhas, e farei de Acor uma porta de Esperança. Ali ela me responderá como nos dias de sua infância..."
(Oséias 2.14,15)

Alguém já disse que todos nós, ou estamos caminhando para o "deserto", ou já estamos nele. Mas o deserto nem sempre é lugar de aridez, pelo contrário, é um local de encontro consigo e com Deus... "No deserto não há apetites, estímulos ou alguém a quem culpar. Ficamos longe de nossas rotas habituais de fuga: a agitação, a correria, o ativismo, a tagarelice, os muitos ruídos. Só quando adentramos o silêncio e a solitude é que Deus tem toda a nossa atenção voltada para ele" (Osmar Ludovico ).

Porém no meio da crise, no meio do deserto, o primeiro sentimento que nos chega é o de desamparo e logo depois o de desespero. O pregador vai falar da Noite escura d'alma, das nossas crises de fé, e do beneficio que podemos obter...

Para ouvir a mensagem click no link, depois salve ou abra:

http://www.ibab.com.br/mensagens/20100103_erk.mp3

"Jamais se desespere em meio às mais sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda".
Autor desconhecido