Criando pródigos você faz do seu filho um consumidor materialista, individualista e egoísta. A vida dele consiste em buscar prazer e desfrutar de tudo destruindo até a árvore que dá o fruto. Ele vai comer a galinha e a vaca, ficando sem o azeite, a uva, e o pão, sem o ovo, e sem o leite; ele nunca terá um bezerro cevado para se alegrar verdadeiramente - no futuro próximo ele ficará só querendo comer as alfarrobas. Aqui, Há uma grande oportunidade de ele cair em si e voltar pra casa do Pai e querer ser como Ele é.
Criando herdeiros você trata seu filho como empregado, ou ele se vê dessa forma. Ele vive na expectativa de um dia herdar a sua fortuna e gozar a vida gastando até o último centavo aquilo que era seu de direito. Ele não adquirirá a capacidade, nem a motivação de criar algo novo, fará a manutenção do status quo, ate o momento de possuir tudo. E por causa da amargura não poderá gozar nem das riquezas, nem da companhia dos seus irmãos. Filhos herdeiros tem pouca chances de mudar, pessoas assim perpetuarão a mentalidade de empregados ou servos, não de filhos.
Criando filhos deveria ser a forma mais comum, antigamente era. Há um pai e uma mãe presentes, ou um deles de forma atuante. Há mesa, há cuidado, e há educação além da "educação escolar". Os pais vivem para família e para o trabalho, eles se dividem entre ganhar e gastar; com eles mesmos, e com os filhos. Eles não estão tão preocupados em guardar dinheiro para deixar um futuro garantido, mas nos vinte e poucos anos que eles têm de convívio querem deixar memórias alegres e passar adiante valores morais.
O sonho desses pais é gozarem mais a vida quando os netos chegarem. Estes pais colocam uma carga pesada e uma alta expectativa que seus filhos retribuirão todo o investimento de uma vida dedicada a eles. Há um risco grande de frustração para todos!
Criando filhos para serem pais e mães que criam pais e mães: primeiro não existe possibilidade nenhuma de algo assim ser sonhado, muito menos colocado em prática se Deus não for amado como Jesus O revelou: o Pai nosso! Nosso Abba é o modelo.
Jesus em Lucas 15 conta a história do filho que saiu e do filho que ficou, mas a ênfase desse enredo está no Pai que ama de verdade sem medidas, e sem esperar nada em troca (1 Coríntios 13).
A criação de filhos precisa ser intencional; esses filhos que nós geramos precisam ser adotados por nós. Eles são de Deus, e para darem frutos que permanecem precisamos entender que os criamos para a eternidade, não para nós mesmos, nem para este mundo que vai passar.
O Evangelho precisa ser pregado e vivido. Dia após dia. A graça de Deus nos livrará de nós mesmos, dos nossos maiores medos, nos dará confiança da Presença de Deus em tudo. Até as nossas falhas e pecados serão usados para mostrar a graça, a misericórdia e o perdão. Ninguém se verá como perfeito, mas como dependentes do amor do Pai e tendo a graça de Jesus Cristo como modelo e destino (Efésios 4).
O resultado de uma família que ama a Deus verdadeiramente será de gerações de bem-aventurados. E se por acaso alguns deles não derem frutos próprios, o Senhor os fará pais e mães de muitos órfãos, aliás todos serão pais e mães de muitos órfãos.
BM
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