"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O MITO DO BOA VIDA | BM

"Existe um mito que alguns gozam de boa vida. Esqueça! A distância, véus e máscaras nos impedem de ver a agonia e a dor d'alma do "vida boa". Existe sim uma possibilidade; Em Cristo podemos ter uma vida mais que gratificante." @AlmaAncorada

"Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte". 
(Fp 3.10 ver também 2 Co 1.5; 1 Pe 4.13; Co 1.24; 2 Tm 2.3; 1 Pe 5.1; Hb 11 e 12)

Paulo fala o tempo todo da sua disposição de SOFRER por algo maior que ele, porque sabia que todo seu sofrimento traria frutos pra si, para as pessoas com as que ele partilhava o Evangelho e no fim um peso eterno de glória. Como alguém já disse: "Quem tem um porquê enfrenta (suporta) qualquer como".

Hoje temos a maioria dos pregadores com uma mensagem totalmente diferente (um outro evangelho), eles reforçam este falso mito e são também falsos profetas. Acerca deles disse Jesus: "Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores". Jeremias há quase 3.000 anos escreveu: "Sim, estou contra os que profetizam sonhos falsos", declara o Senhor. "Eles os relatam e com as suas mentiras irresponsáveis desviam o meu povo. Eu não os enviei nem lhes autorizei; e eles não trazem benefício algum a este povo", declara o Senhor". 

E infelizmente você pode estar ouvindo desses falsos profetas agora mesmo (eles estão na TV o tempo todo), mas mesmo que não, as palavras deles já fazem parte de nossas crenças, estão no nosso inconsciente:
"Você ouve alguém dizendo que sua fé é fraca e por isso Deus não lhe abençoa. Você ouve alguém dizendo que seu sofrimento é fruto do seu pecado e por isso Deus quer você no "purgatório" até que você pague toda a sua dívida. Você ouve alguém dizendo que por você "ter recusado" um chamado de Deus para o "ministério" Deus vai lhe perseguir igual a Jonas. Você ouve alguém dizendo que "quem não vem pelo amor vem pela dor". Você ouve e ouve...

De tanto ouvir coisas como estas Deus se torna uma figura parecida com o seu pai terreno, muito difícil de ser amado e ainda mais de queremos junto de nós. Este Deus é indigno de nossa confiança, alguém que não é bom, que só pensa em si. Bem diferente do Deus revelado nas páginas das Escrituras que mesmo sabendo tudo a nossa respeito, conhecendo a nossa fragilidade e debilidade, envia Jesus...

O Pai de Jesus Cristo, o Deus da bíblia, Criador de TODAS as coisas, revelado no Seu Filho é o bem supremo (Summum bonum), fonte de TODA boa dádiva, inclusive seu respirar, andar, falar, pensar... Ele é muito diferente da caricatura de um velhinho de barbas jogando raios do céu... JESUS (leia por favor os Evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João) é a imagem perfeita dEle. O Deus que se deixa matar e morre por amor a humanidade que se extraviou, se perdeu.

JESUS, o justo, morreu por você! A mensagem da CRUZ é a maior demonstração de amor (amor = coisa que desconhecemos, leia I Co 13 e troque a palavra AMOR por DEUS). Na Cruz TODAS as MALDIÇÕES se encerram! 

O que Pedro escreveu na sua primeira carta - "Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação, SE é que vocês já PROVARAM que o SENHOR é benigno (1 Pe 2.2,3) - É mais que válido hoje!

Deus que quer um relacionamento pessoal com cada um, não se relaciona conosco através de sacerdotes, pastores, padres, médiuns, santos de nenhuma espécie... Nem por causa das coisas boas ou más que fazemos. Deus se relaciona conosco pessoalmente por meio de Jesus, através do Seu Corpo que é a Igreja feita de pessoas iguaizinhas a nós (por favor esqueça o prédio!!!), onde o Seu Santo Espírito habita.

Quem prova do amor de Deus sabe que Ele é bondoso ao extremo e sabe que TODAS as coisas cooperam para o nosso bem. Hoje é o dia de chamar este Deus maravilhoso para uma boa e honesta conversa e trocar a nossa dor, tristeza, pesar, angústia, e culpa pelo Dom Perfeito que é o próprio Jesus Cristo. Em Cristo temos Nova Vida, Paz verdadeira e Alegria que perdura apesar de...

Que Deus nos abençoe!
...

domingo, 20 de janeiro de 2013

DO FRACASSO À REALIZAÇÃO - Osmar Ludovico


"Bem-aventurados (muito mais que felizes) os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus".
(Mateus 5.3)
Para meus amigos do coração...
CRISES E PERDAS fazem parte da existência humana. Podem acontecer na família, no trabalho ou na igreja. De repente, por razões que estão fora de nosso controle, fracassamos e nos vemos diante da dor e do sofrimento. Pode ser uma separação, uma enfermidade grave, essas crises surgem sem razão plausível; outras, por nossa culpa e responsabilidade.

No universo evangélico existe a idéia errônea de que o cristão não sofre. Basta seguir os princípios bíblicos para tudo dar certo. Quando alguém fracassa, tendemos a achar que essa pessoa não está andando nos caminhos do Senhor. Quando acontece conosco chegamos a pensar que Deus nos abandonou.

O fracasso é o fim irreparável de um determinado projeto no qual colocamos muita expectativa e energia, mas que afunda, quebra e não tem mais cura ou conserto.

Quando fracassamos, o mundo desaba sobre nós e nos vemos diante de duas possibilidades: admitir e aceitar nossa limitação, nos humilhando diante do Senhor e buscando sua ajuda; ou negar, esconder e fugir na tristeza, nos vícios, no ativismo, e no ressentimento, em vez de enfrentar.

Ao aceitarmos o conceito do fracasso, inicia-se um processo de retomada da vida e de condução à realização autêntica. O aprendizado principal é o fim da ilusão de onipotência e de autonomia. Essas duas palavras descrevem aquilo que a Bíblia chama de pecado. A onipotência (ou desejo de ser igual a Deus) é se achar forte o suficiente para enfrentar qualquer situação na vida; é a autoconfiança e a prepotências exagerados. A autonomia é pretensão de não precisar de ninguém, achando-se adequado e capacitado para resolver tudo sozinho.

O pecado nos leva a usar Deus e as pessoas para a realização de projetos pessoais sem reconhecermos a colaboração e a ajuda decisivas que recebemos para alcançá-los. O arrependimento é a dolorosa desconstrução dessa ilusão de onipotência e autonomia que herdamos com o pecado original. A pedagogia de Deus, por intermédio do fracasso, da dor e do sofrimento, coloca-nos diante de nossa finitude e nossa fragilidade para, então, nos quebrantarmos e dependermos dEle.

Nesse processo, emerge de nossas fraquezas uma força ainda desconhecida, e assim nos tornamos feridos capazes de curar – em outras palavras, consoladores que oferecem o que receberam de Deus no dia da angustia e do sofrimento. Toda realização e todo sucesso na vida deixam de ser conquistas pessoais para serem compartilhados, tornando-se motivo de glória ao Senhor da vida e gratidão às pessoas que nos ajudaram.

Na Bíblia, são muitos os exemplos de homens que fracassaram, foram restaurados e usados por Deus:

+ Jacó queria ser primogênito. Para isso, manipulou o irmão Esaú. Fugiu da parentela, vagou durante anos como exilado e fugitivo até que se tornou Israel, pai das doze tribos do povo eleito;
+ Moisés matou um egípcio e, perseguido por Faraó, escondeu-se no deserto por quarenta anos antes de se tornar o grande libertador de Israel;
+ Paulo, após sua conversão, fracassou na primeira empreitada ministerial em Damasco e fugiu na calada da noite. Passou dez anos no deserto, anônimo, antes que Barnabé o procurasse e Deus o usasse como missionário e teólogo;
+ Pedro, que se acovardou negou Cristo três vezes no dia da crucificação, humilhou-se e chorou quando seu olhar cruzou com o do Salvador; a partir daí, tornou-se líder principal da igreja nascente.

Na historia recente, conhecemos a saga de Nelson Mandela, que amargou 27 anos no cárcere antes de se tornar presidente da África do Sul e por fim à odiosa política do apartheid.

Aqueles que experimentam o fracasso podem conhecer melhor o Deus que restaura e cura.

Entre o fracasso, a plena realização e a vocação há um caminho que passa por luto, lamento, reconhecimento da finitude e da fragilidade humanas, confissão dos pecados da autonomia e da onipotência e consagração ao Senhor. Só então se pode experimentar uma profunda mudança espiritual, emocional, relacional e existencial.

Vivemos uma nova vida baseada em humildade, dependência de Deus e serviço ao próximo, estabelecendo vínculos profundos e duradouros no núcleo familiar, no contexto da igreja e da sociedade. As situações de fracasso, intensa inadequação, dor e humilhação são, portanto, transformadas nas mãos de Deus, e a vida ao lado dele se torna mais intensa, frutífera e abundante.
Extraído do livro “MEDITATIO”, de Osmar Ludovico
São Paulo, Mundo Cristão – 2007 , Páginas 87-89.
"Cada instante contigo Senhor
Que passo aos teus pés
Eu sou mais feliz..."
http://www.youtube.com/watch?v=TM0k2wDNTU0

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O EVANGELHO COMO SUPERAÇÃO DA RELIGIÃO | Ultimato Jan/Fev 2013

O evangelho é a superação da religião. O cristianismo é uma religião. O evangelho é, portanto, a superação do cristianismo. O silogismo proposto carece de esclarecimentos. Não pode ser compreendido sem uma adequada noção dos conceitos de evangelho e religião.

O sociólogo venezuelano Otto Maduro, em seu livro “Religião” e “Luta de Classes”, define religião como “conjunto de discursos e práticas, referente a seres anteriores ou superiores ao ambiente natural e social, em relação aos quais os fiéis desenvolvem uma relação de dependência e obrigação”.

A definição de Otto Maduro permite identificar dois importantes aspectos do fenômeno religioso: seus fundamentos e sua lógica. Quanto aos fundamentos, a expressão “conjunto de discursos e práticas” aponta para as bases da religião: discursos, ou dogmas – corpo doutrinário; rito, ou práticas litúrgicas; e tabu, ou códigos morais. Considerados esses fundamentos, o evangelho não pode ser classificado como religião.

Embora tenha suas doutrinas e afirmações dogmáticas, a essência do evangelho é o relacionamento com uma pessoa – Jesus Cristo –, e não com um “conjunto de crenças” racional e cartesianamente organizado: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Em relação aos ritos e práticas litúrgicas, sabemos que o evangelho extrapola absolutamente o cerimonialismo religioso e torna obsoleto o debate a respeito de onde e como adorar a Deus, pois “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). A adoração legítima e autêntica é a consagração da vida como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1), em detrimento do que se faz nos templos, até porque “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas” (At 7.48), tendo como morada (Ef 2.20-22) uma casa espiritual construída com pedras vivas (1Pe 2.5).

Finalmente, o evangelho, cujo novo mandamento é amar com o amor do Cristo (Jo 13.34), jamais poderá se classificar como tabu, ou régua reguladora de comportamento moral, pois “no amor não há Lei” (Gl 5.22-23), o que estabelece a proposta cristã como uma nova consciência, baseada na mente (1Co 2.16) e na atitude do Cristo (Fp 2.5-11), que extrapolam qualquer enquadramento moral ou legal.

Considerando as categorias das ciências da religião que encaixam o fenômeno religioso na moldura dos dogmas, ritos e tabus, é surpreendente que o evangelho seja considerado religião. O evangelho é a superação da religião. Não é adesão a dogmas, mas relação mística com o Deus revelado em Jesus de Nazaré; não é celebrado em ritos, mas na dinâmica do Espírito que faz da vida toda uma festa para a glória de Deus; não se restringe à observação de regras comportamentais, mas se estabelece a partir de uma profunda transformação do ser humano, que é arrancado de si mesmo na direção de seu próximo em amor.

A definição de Otto Maduro permite também perceber a lógica inerente ao fenômeno religioso: a “relação de obrigações e benefícios” com os “seres superiores”. A religião se sustenta na lógica da justiça retributiva: o fiel cumpre suas obrigações e recebe a bênção; falha no cumprimento do que lhe compete no contrato com a divindade e em troca recebe o castigo e a maldição. A impossibilidade humana de atingir quaisquer que sejam os padrões definidos pelos deuses, ou mesmo Deus, faz surgir necessariamente o sistema sacrificial. Por definição, o divino está na categoria da perfeição, enquanto o humano, da finitude e da imperfectibilidade moral. Para escapar dos castigos e maldições, a religião oferece os sacrifícios compensatórios, necessários para afastar a ira dos deuses e conquistar seus favores.

O evangelho é a superação das relações de mérito (justiça retributiva) e dos sistemas sacrificiais. Jesus é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), e inaugura uma nova dimensão de relação entre Deus e os homens, não mais baseada no mérito, mas na graça, a elegante opção autodeterminada de Deus de abençoar “bons e maus, justos e injustos”, pois “Deus é amor” (1Jo 4.8). Aquele que se apropria do evangelho sabe que “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós”, também “nos dará juntamente com ele, pela graça, todas as coisas” (Rm 8.32), e desfruta a liberdade e a paz com Deus e a paz de Deus (Rm 5.1; 8.1), pois “o amor lança fora todo o medo” (1Jo 4.18).

À sombra da cruz do Calvário, onde o escandaloso amor de Deus é revelado (Jo 3.16; 1Co 1.23), é surpreendente que o evangelho seja encaixotado nas categorias da religião, que tem como fundamento as “relações de obrigações e benefícios”, e sobrevive de enclausurar corações e consciências nos limites estreitos do medo e da culpa.

É urgente a melhor compreensão dos termos que estabelecem a distinção entre o evangelho de Jesus Cristo e o cristianismo compreendido nos termos das ciências da religião. O cristianismo, como sistema religioso organizado e institucionalizado, é culpado do pecado de quebra do terceiro mandamento. O cristianismo, em qualquer período da história e contexto sociocultural, se assemelha muito mais a todos os demais fenômenos religiosos que ao evangelho que pretendeu superar. É uma pena que os cristãos estejam, ainda hoje, exageradamente apegados às discussões e aos debates dogmáticos, aprisionados a cerimoniais ritualísticos templocêntricos e clericais, quixotesca e desnecessariamente ocupados na tentativa de subjugar e controlar moralmente o comportamento social, e tristemente, escravizados pelos sistemas sacrificiais e meritórios, que não fazem mais do que multiplicar as fileiras dos “decepcionados com Deus”.

Chegou o tempo quando homens e mulheres que serão tomados por loucos devem, em plena manhã, acender uma lanterna, correr aos templos cristãos e gritar incessantemente: “Onde estão aqueles que não se envergonham do evangelho?”.

• Ed René Kivitz é pastor da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo.
www.edrenekivitz.com

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

CORAGEM PARA CONHECER A SI MESMO por Antônio Carlos Costa

"O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia".  Pv 28:13

Quantos amam a verdade a ponto de ficarem do lado dela contra si mesmos? Quem é capaz de admitir que no seu comportamento encontra os mesmos males que percebe nos hábitos daqueles que mais odeia? Imagine uma pessoa ver na sua vida as mesmas sementes do mal responsáveis por guerras e grandes injustiças sociais. O homem mente. Precisa mentir. Sua auto-estima sucumbe ao peso da responsabilidade pelos seus atos. Sua ira secreta contra Deus perde sua razão de ser, ao perceber que seus sofrimentos são frutos das suas decisões pecaminosas, e que seu coração bate e sangue circula nas suas artérias por um ato de imensa condescendência divina.

Os que conhecem o amor de Deus são os mais propensos a ser honestos consigo mesmos. Quem sabe que o ato da confissão remete a alma para os braços de um ser infinitamente misericordioso, não precisa mais viver nas trevas do auto-engano, imputando à vida, ao homem e a Deus seus erros e frustrações. Conhecer a natureza doce de Deus faz abrir os porões do inconsciente. Não seríamos tão mentirosos se conhecêssemos o Deus-Pai revelado por Cristo.

Confesse o amor de Deus. Confesse o seu erro. Largue o pecado. Largue-se em Deus. Chore. Sorria. Disse Jesus: "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados".

Antônio C. Costa 
http://palavraplena.typepad.com/accosta/2013/01/coragem-para-conhecer-a-si-mesmo.html