"Bem-aventurados (muito mais que felizes) os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus".
(Mateus 5.3)
Para meus amigos do coração...
CRISES E PERDAS fazem parte da existência humana. Podem acontecer na família, no trabalho ou na igreja. De repente, por razões que estão fora de nosso controle, fracassamos e nos vemos diante da dor e do sofrimento. Pode ser uma separação, uma enfermidade grave, essas crises surgem sem razão plausível; outras, por nossa culpa e responsabilidade.
No universo evangélico existe a idéia errônea de que o cristão não sofre. Basta seguir os princípios bíblicos para tudo dar certo. Quando alguém fracassa, tendemos a achar que essa pessoa não está andando nos caminhos do Senhor. Quando acontece conosco chegamos a pensar que Deus nos abandonou.
O fracasso é o fim irreparável de um determinado projeto no qual colocamos muita expectativa e energia, mas que afunda, quebra e não tem mais cura ou conserto.
Quando fracassamos, o mundo desaba sobre nós e nos vemos diante de duas possibilidades: admitir e aceitar nossa limitação, nos humilhando diante do Senhor e buscando sua ajuda; ou negar, esconder e fugir na tristeza, nos vícios, no ativismo, e no ressentimento, em vez de enfrentar.
Ao aceitarmos o conceito do fracasso, inicia-se um processo de retomada da vida e de condução à realização autêntica. O aprendizado principal é o fim da ilusão de onipotência e de autonomia. Essas duas palavras descrevem aquilo que a Bíblia chama de pecado. A onipotência (ou desejo de ser igual a Deus) é se achar forte o suficiente para enfrentar qualquer situação na vida; é a autoconfiança e a prepotências exagerados. A autonomia é pretensão de não precisar de ninguém, achando-se adequado e capacitado para resolver tudo sozinho.
O pecado nos leva a usar Deus e as pessoas para a realização de projetos pessoais sem reconhecermos a colaboração e a ajuda decisivas que recebemos para alcançá-los. O arrependimento é a dolorosa desconstrução dessa ilusão de onipotência e autonomia que herdamos com o pecado original. A pedagogia de Deus, por intermédio do fracasso, da dor e do sofrimento, coloca-nos diante de nossa finitude e nossa fragilidade para, então, nos quebrantarmos e dependermos dEle.
Nesse processo, emerge de nossas fraquezas uma força ainda desconhecida, e assim nos tornamos feridos capazes de curar – em outras palavras, consoladores que oferecem o que receberam de Deus no dia da angustia e do sofrimento. Toda realização e todo sucesso na vida deixam de ser conquistas pessoais para serem compartilhados, tornando-se motivo de glória ao Senhor da vida e gratidão às pessoas que nos ajudaram.
Na Bíblia, são muitos os exemplos de homens que fracassaram, foram restaurados e usados por Deus:
+ Jacó queria ser primogênito. Para isso, manipulou o irmão Esaú. Fugiu da parentela, vagou durante anos como exilado e fugitivo até que se tornou Israel, pai das doze tribos do povo eleito;
+ Moisés matou um egípcio e, perseguido por Faraó, escondeu-se no deserto por quarenta anos antes de se tornar o grande libertador de Israel;
+ Paulo, após sua conversão, fracassou na primeira empreitada ministerial em Damasco e fugiu na calada da noite. Passou dez anos no deserto, anônimo, antes que Barnabé o procurasse e Deus o usasse como missionário e teólogo;
+ Pedro, que se acovardou negou Cristo três vezes no dia da crucificação, humilhou-se e chorou quando seu olhar cruzou com o do Salvador; a partir daí, tornou-se líder principal da igreja nascente.
Na historia recente, conhecemos a saga de Nelson Mandela, que amargou 27 anos no cárcere antes de se tornar presidente da África do Sul e por fim à odiosa política do apartheid.
Aqueles que experimentam o fracasso podem conhecer melhor o Deus que restaura e cura.
Entre o fracasso, a plena realização e a vocação há um caminho que passa por luto, lamento, reconhecimento da finitude e da fragilidade humanas, confissão dos pecados da autonomia e da onipotência e consagração ao Senhor. Só então se pode experimentar uma profunda mudança espiritual, emocional, relacional e existencial.
Vivemos uma nova vida baseada em humildade, dependência de Deus e serviço ao próximo, estabelecendo vínculos profundos e duradouros no núcleo familiar, no contexto da igreja e da sociedade. As situações de fracasso, intensa inadequação, dor e humilhação são, portanto, transformadas nas mãos de Deus, e a vida ao lado dele se torna mais intensa, frutífera e abundante.Extraído do livro “MEDITATIO”, de Osmar Ludovico
São Paulo, Mundo Cristão – 2007 , Páginas 87-89.
"Cada instante contigo SenhorCRISES E PERDAS fazem parte da existência humana. Podem acontecer na família, no trabalho ou na igreja. De repente, por razões que estão fora de nosso controle, fracassamos e nos vemos diante da dor e do sofrimento. Pode ser uma separação, uma enfermidade grave, essas crises surgem sem razão plausível; outras, por nossa culpa e responsabilidade.
No universo evangélico existe a idéia errônea de que o cristão não sofre. Basta seguir os princípios bíblicos para tudo dar certo. Quando alguém fracassa, tendemos a achar que essa pessoa não está andando nos caminhos do Senhor. Quando acontece conosco chegamos a pensar que Deus nos abandonou.
O fracasso é o fim irreparável de um determinado projeto no qual colocamos muita expectativa e energia, mas que afunda, quebra e não tem mais cura ou conserto.
Quando fracassamos, o mundo desaba sobre nós e nos vemos diante de duas possibilidades: admitir e aceitar nossa limitação, nos humilhando diante do Senhor e buscando sua ajuda; ou negar, esconder e fugir na tristeza, nos vícios, no ativismo, e no ressentimento, em vez de enfrentar.
Ao aceitarmos o conceito do fracasso, inicia-se um processo de retomada da vida e de condução à realização autêntica. O aprendizado principal é o fim da ilusão de onipotência e de autonomia. Essas duas palavras descrevem aquilo que a Bíblia chama de pecado. A onipotência (ou desejo de ser igual a Deus) é se achar forte o suficiente para enfrentar qualquer situação na vida; é a autoconfiança e a prepotências exagerados. A autonomia é pretensão de não precisar de ninguém, achando-se adequado e capacitado para resolver tudo sozinho.
O pecado nos leva a usar Deus e as pessoas para a realização de projetos pessoais sem reconhecermos a colaboração e a ajuda decisivas que recebemos para alcançá-los. O arrependimento é a dolorosa desconstrução dessa ilusão de onipotência e autonomia que herdamos com o pecado original. A pedagogia de Deus, por intermédio do fracasso, da dor e do sofrimento, coloca-nos diante de nossa finitude e nossa fragilidade para, então, nos quebrantarmos e dependermos dEle.
Nesse processo, emerge de nossas fraquezas uma força ainda desconhecida, e assim nos tornamos feridos capazes de curar – em outras palavras, consoladores que oferecem o que receberam de Deus no dia da angustia e do sofrimento. Toda realização e todo sucesso na vida deixam de ser conquistas pessoais para serem compartilhados, tornando-se motivo de glória ao Senhor da vida e gratidão às pessoas que nos ajudaram.
Na Bíblia, são muitos os exemplos de homens que fracassaram, foram restaurados e usados por Deus:
+ Jacó queria ser primogênito. Para isso, manipulou o irmão Esaú. Fugiu da parentela, vagou durante anos como exilado e fugitivo até que se tornou Israel, pai das doze tribos do povo eleito;
+ Moisés matou um egípcio e, perseguido por Faraó, escondeu-se no deserto por quarenta anos antes de se tornar o grande libertador de Israel;
+ Paulo, após sua conversão, fracassou na primeira empreitada ministerial em Damasco e fugiu na calada da noite. Passou dez anos no deserto, anônimo, antes que Barnabé o procurasse e Deus o usasse como missionário e teólogo;
+ Pedro, que se acovardou negou Cristo três vezes no dia da crucificação, humilhou-se e chorou quando seu olhar cruzou com o do Salvador; a partir daí, tornou-se líder principal da igreja nascente.
Na historia recente, conhecemos a saga de Nelson Mandela, que amargou 27 anos no cárcere antes de se tornar presidente da África do Sul e por fim à odiosa política do apartheid.
Aqueles que experimentam o fracasso podem conhecer melhor o Deus que restaura e cura.
Entre o fracasso, a plena realização e a vocação há um caminho que passa por luto, lamento, reconhecimento da finitude e da fragilidade humanas, confissão dos pecados da autonomia e da onipotência e consagração ao Senhor. Só então se pode experimentar uma profunda mudança espiritual, emocional, relacional e existencial.
Vivemos uma nova vida baseada em humildade, dependência de Deus e serviço ao próximo, estabelecendo vínculos profundos e duradouros no núcleo familiar, no contexto da igreja e da sociedade. As situações de fracasso, intensa inadequação, dor e humilhação são, portanto, transformadas nas mãos de Deus, e a vida ao lado dele se torna mais intensa, frutífera e abundante.Extraído do livro “MEDITATIO”, de Osmar Ludovico
São Paulo, Mundo Cristão – 2007 , Páginas 87-89.
Que passo aos teus pés
Eu sou mais feliz..."
http://www.youtube.com/watch?v=TM0k2wDNTU0
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