“Um menino chegou para o seu mestre e perguntou:
- Mestre, qual é a grande diferença entre o céu e o inferno?
- Nenhuma.
- Como nenhuma? Então, por que lutar para ir para o céu? E por que lutar para não ir para o inferno?
- Vamos fazer uma comparação. Para você, qual é a coisa mais importante do mundo?
- Para mim é uma panela cheia de arroz.
E o mestre disse ainda:
- O céu e o inferno são lugares que têm essas duas panelas de arroz.
- Então, qual é a diferença?
- Filho, quando a gente morre, a medida do nosso caixão é usada como modelo para fazer o cabo da colher eterna.
- Cabo da colher eterna?
- Conforme o tamanho da pessoa se faz o cabo da colher, e esse cabo é grudado em sua mão com uma cola especial e nunca mais sai. E no inferno é essa a tristeza, porque existe aquele panelão de arroz, e a pessoa tenta comer o arroz com uma colher com dois metros de cabo. As pessoas tentam comer, mas não conseguem, por isso começam a brigar.
- De que adianta ter arroz, de que adianta ter colher, se o braço é desse tamanho?
- O arroz não acaba, mas as pessoas morrem de fome. Isso é o inferno.
- E o céu, mestre?
- É a mesma coisa.
- Qual a diferença, então? No céu o cabo é mais curto?
- É do mesmo tamanho, e ás vezes chega a ser maior, porque acrescenta todas as boas obras que você fez.
- Ai é pior, então. Não entendo, mestre. Qual é a diferença?
- A diferença é que no céu estão aqueles que aprenderam a encher a colher e tratar o outro, e o outro, que está satisfeito, trata o outro, e o outro trata o outro.
Essa é a visão do mundo: as pessoas que se apegam as coisas pequenas transformam a panela de arroz em inferno. Onde todos têm dons, e cada um recebeu muitos dons, mas está querendo os dons só para si, e todos aqueles dons que queremos para nós mesmos acabam morrendo. É preciso aprender a partilhar: um precisa tratar o outro.”
(Extraído do livro: Buscai as Coisas do Alto, Pe. Léo, SCJ, páginas 16 a 18)
Nenhum comentário:
Postar um comentário