"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

sábado, 21 de janeiro de 2012

ALGUÉM SUPERIOR A VOCÊ | Stephen Kanitz

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Lembrem-se! No final do jogo de xadrez, o peão e o Rei voltam para a mesma caixinha.
Viajei uma vez de classe executiva, e ao meu lado um senhor de terno, cara de executivo, lendo a Bíblia.
Achei que fosse um destes bispos de igrejas que visam o lucro viajando com todo o conforto do mundo, mas era na realidade um Vice Presidente de uma empresa subsidiária da Alcoa.
Perguntei porque ele estava lendo a Bíblia.
"Como Vice Presidente de uma grande empresa eu tenho muita influência e poder sobre a vida de milhares de pessoas. Se eu não tomar cuidado, este poder pode subir à minha cabeça, o que causaria muita infelicidade.
Por isto, acho importante ir todo domingo à Igreja, para relembrar que existe uma pessoa mais poderosa e muito mais sábia do que eu."

Eu já ouvi muitas razões para se ir todo domingo à Igreja, mas esta era uma ideia nova.
Achei uma razão muito interessante para ir até uma Igreja toda semana, não para pedir perdão ou pedir ajuda.
Mas como uma forma para que aqueles que comandam o poder tenham o bom senso de baixar a bola, perceber todo domingo o limite da prepotência, fazer semanalmente um ato de humildade e ficar de joelhos como todos nós.
A classe dominante de ontem ainda acreditava em Deus, mas nestes últimos 50 anos foi substituída por outra classe que já não acredita em algo superior a História, que não vai à Igreja mostrar humildade, nem jogar um balde de água fria na arrogância.
A nova classe dominante das universidades, da mídia, dos líderes dos movimentos sociais, dos políticos e da maioria dos intelectuais passaram a acreditar que não há ninguém superior a eles, que eles sabem tudo, que mudarão o mundo sem ter que prestar contas a mais ninguém. Os fins justificam os meios.
Intelectuais mandam cada vez mais nas nossas vidas, achando que são os czares da economia, altruístas da Sociologia, protagonistas da História, endividando países ao seu bel prazer, congelando preços e salários, sequestrando nossa poupança, destruindo o capital social deste país, retirando 38% da renda de seus legítimos donos, e assim por diante.
Como eles sabem tudo, os fins justificam os meios, afinal eles são superiores.
Para os social democratas, como o PSDB, bastava colocar 100 intelectuais em postos chaves, as melhores cabeças deste país, e tudo ficaria resolvido.  
Mal sabem que hoje em dia não basta uma centena de intelectuais para administrar um país.
O número mais próximo seria no mínimo os 12 milhões de membros da chamada classe média, que está sendo deliberadamente destruída pelos intelectuais que não querem competição.
Se você intelectual, que não acredita em Deus, e por isto não quer ir para a Igreja uma vez por semana, para não mostrar aos seus correligionários que acredita que existe algo superior à sua ciência, pelo menos seja humilde como o Vice Presidente da Alcoa.
O sofrido povo do Brasil agradece.

Um comentário:

  1. Uma vez perguntaram para Lewis: “É necessário frequentar um culto ou ser membro de uma comunidade cristã para um modo cristão de vida?”

    Sua resposta foi a seguinte: “Esta é uma pergunta que eu não posso responder. Minha própria experiência é que logo que eu me tornei um cristão, cerca de quatorze anos atrás, eu pensava que poderia me virar sozinho, me retirando a meu quarto e lendo teologia, e não frequentava igrejas ou estudos bíblicos; e então mais tarde eu descobri que era o único modo de você agitar sua bandeira; e, naturalmente, eu descobri que isso significava ser um alvo. É extraordinário o quão inconveniente para sua família é você ter que acordar cedo para ir à Igreja. Não importa tanto se você tem que acordar cedo para qualquer outra coisa, mas se você acorda cedo para ir à igreja é algo egoísta de sua parte e você irrita todos na casa. Se há qualquer coisa no ensinamento do Novo Testamento que é na natureza de mandamento, é que você é obrigado a participar do Sacramento e você não pode fazer isso sem ir à igreja. Eu não gostava muito dos seus hinos, os quais eu considerava poemas de quinta categoria com música de sexta categoria. Mas à medida em que eu ia eu vi o grande mérito disso. Eu me vi diante de pessoas diferentes de aparência e educação diferentes, e meu conceito gradualmente começou a se desfazer. Eu percebi que os hinos (os quais eram apenas música de sexta categoria) eram, no entanto, cantados com tamanha devoção e entrega por um velho santo calçando botas de borracha no banco ao lado, e então você percebe que você não está apto sequer para limpar aquelas botas. Isso o liberta de seu conceito solitário.”

    (C. S. Lewis, God in the Dock, pp 61-62)
    Via http://www.umporto.com/c-s-lewis-sobre-ir-a-igreja/

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