Fico vendo o comportamento dos cristãos considerados cult, psicologicamente sensíveis...
Quem e como são?...
São necessariamente conflitados, recomendavelmente duvidosos, crentes em estado de permanente descrença; sem discernimento, mas muito críticos; evasivos quanto à eficácia do testemunho da Palavra pura e simples, embora cheio de opiniões negativas em relação a quem pregue sem angustia, conflito ou crise de fé; conhecedores teóricos das discussões da fé e dos dilemas teológicos, ainda que vivendo sem nenhum interesse prático/real no Evangelho que seja para além da informação e da discussão viciada...
Em geral são sempre descrentes de milagres [até nos da Bíblia], embora muito capazes de usá-los como alegorias ou lindas metáforas da vida...
Ou seja: quase sempre existindo como aquele que... nem chove e nem molha; que não é, mas não deixa de ser...
Ora, o que vejo é que estes, diferentemente dos falsos profetas e dos lobos, fazem seu próprio mal; posto que sejam mornos, sem intrepidez, sem disposição para além do discurso...
Portanto, sendo educados, parecem ganhar pela polidez de suas dúvidas o direito de existir em crise; sendo cavalheiros e finos, parecem poder caminhar em descrença aceitável; estando sempre em dúvida acerca de algo [...] mesmo assim continuam a discutir sobre o “tema Jesus”...
E, com isso..., se fazem passar por gente que duvida em razão de serem íntegros em relação à própria fé... Posto que sendo articulados, tornam seus conflitos elogiáveis, pois são ditos com benditas palavras psicológicas e filosóficas; e, sendo humanos no expressar seu sentir, ganham o direito de existir em dor, pois, sem dor de crise parece não existir real humanidade; tendo cultura, aparentemente dão aos demais crentes, menos instruídos, a sensação de que eles, os cult, os cultos, os sensíveis, são assim em razão de seu saber, da profundidade do seu sentir, e das angustias decorrentes de sua humanidade superior a dos demais...
Assim, estão e nunca são; dizem, mas jamais provam; pregam, e nunca aproveitam; sabem e não experimentam; poetizam, mas não amam para além das belas palavras; discutem a fé, e nunca a abraçam; falam de Deus, embora sempre em estado de dúvida devota...
Quando pastoreiam é antes de tudo em razão de suas próprias angustias...
Sendo assim [...] desconfiam de quem sendo humano não vive em angustia; de quem sendo pensante [...] não exista em dúvida; de quem crendo [...] busque viver conforme a fé; de quem confessando [...] não tema as implicações; de quem conhecendo a Deus [...] não se iniba quanto a afirmar...
Fico imaginando o que aconteceria, se tais deles, vivendo como discípulos de Jesus nos evangelhos, trouxessem tais devoções eternamente duvidosas a Jesus...
O que Jesus diria?...
Sim, se Ele disse que aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é digno do reino de Deus [...] o que Ele diria a esses discípulos da dúvida?...
Ora, Ele não teve pudores jamais...
Aos Seus discípulos duvidosos Ele jamais disse que duvidar fosse parte de um processo normal de crenças [...], muito menos da fé...
Em Jesus não há elogios a duvida, mas tão somente à fé!
Não! Ele lhes pergunta: “Homens de pouca fé, por que duvidastes?”
Ante suas “impossibilidades” decorrentes da descrença..., Ele apenas disse: “Não pudestes expulsar o demônio por causa da pequenez da vossa fé!” E acrescentou: “Mas esta casta não sai senão por meio de jejum e oração”.
Sim, essa casta de crença sem fé, de fé que é apenas crença, e que se distrai discutindo a fé — de fato não sai senão mediante a sua quebra pela oração e pelo jejum.
Esta é a casta presente na maior parte dos pensadores da fé, mas que nunca se deixam pensar pela fé.
Sim, pois quem pensa a fé não é pensado pela fé...
Afinal, tal coisa somente acontece mediante a entrega em razão da confiança que faz a descrença morrer..., e que, ao mesmo tempo, introduz a pessoa no ambiente no qual “Deus não existe”, posto que em tal ambiente de fé não haja lugar para o Deus que existe, mas apenas para o Deus que É.
A descrença é relativa ao Deus que existe...
A fé decorre do Deus que É!
Portanto, brincar de crer sem crer é coisa de menino, e não de homem segundo o que Jesus considere um homem que anda mediante a fé, na alegria de não duvidar.
Leia os evangelhos e veja se Jesus acha legal viver sem as implicações de fazer da existência uma constante afirmação de fé...
Nos evangelhos você não encontrará este lugar..., embora encontre Jesus mostrando compaixão e amor também por esses, mas sem deixar de prosseguir em Seu caminho, vindo o candidato a discípulo após Ele ou não...
Nele, que não elogia a duvida como estado sadio de uma fé em crise permanente,
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