Não existe nada em si mesmo que torne “o perdão dos pecados” em boas-novas. Se o perdão dos pecados é boas-novas, isso depende daquilo ao que ele pode conduzir. Você poderia ser declarado inocente de um crime, sair do tribunal e ser morto na próxima esquina. O perdão pode ou não levar ao regozijo. Escapar do inferno não é, em si mesmo, as boas-novas pelas quais anelamos – especialmente se achamos o céu bastante monótono.
Nem mesmo a justificação, em si mesma, é as boas-novas. Para onde ela conduz? Esta é a questão. Para que a justificação seja boas-novas, isso depende da recompensa que recebemos por causa da justiça imputada. O que recebemos por sermos considerados justos em cristo? A resposta é comunhão com Jesus.
O perdão dos pecados e a justificação são boas-novas porque removem os obstáculos para chegarmos à fonte de gozo duradouro e plenamente satisfatório – JESUS CRISTO. Ele não é apenas o meio de nos resgatar da condenação; é o objetivo de nossa salvação. Se não achamos satisfação em estar com Ele, então não há salvação. Jesus Cristo não é a corda que nos puxa das ondas ameaçadoras; Ele é a praia firme sob os nossos pés, o ar de nossos pulmões, a batida de nosso coração, o sol que arde em nossa pele, a canção em nossos ouvidos e os braços de nosso amado.
Essa é a razão por que o Novo Testamento define o Evangelho chamando-o, apenas, de Cristo. O evangelho é “o evangelho de Cristo” (Romanos 15.19; I Coríntios 9.12; II Coríntios 2.12; 9.13; 10.14; Gálatas 1.7; Filipenses 1.27, etc.). Ou, mais especificamente, o evangelho é “o evangelho da glória de Cristo” (II Coríntios 4.4). E de um modo ainda mais admirável, Paulo disse que a pregação do evangelho é a pregação das “insondáveis riquezas de Cristo” (Efésios 3.8).
Portanto, crer no evangelho não é apenas aceitar as tremendas verdades de que: 1) Deus é santo; 2) Somos pecadores sem esperança; 3) Cristo morreu e ressuscitou pelos pecadores; 4) Esta grande salvação é desfrutada pela fé em Cristo. Crer no evangelho é também entesourar a Cristo como nossa riqueza insondável. O que torna o evangelho em “evangelho” é o fato de que este traz pessoas ao gozo eterno e sempre crescente de Cristo.
Estas serão as palavras que Jesus falará quando chegarmos ao céu: “Entra no gozo do teu Senhor” (Mateus 25.21). A súplica que Jesus fez por nós terminou com esta observação: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória” (João 17.24). A glória que Ele deseja que vejamos são “as insondáveis riquezas de Cristo”; é “a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Efésios 2.7).
Os termos “insondáveis” e “suprema” significam que não haverá fim para a nossa descoberta e gozo. Não haverá qualquer monotonia. Cada dia revelará coisas novas e admiráveis a respeito de Cristo, e estes farão com que as maravilhas das coisas de ontem sejam vistas sob nova luz, de modo que não somente haverá novas percepções de glória a cada dia, mas também a glória acumulada se tornará mais gloriosa a cada nova revelação.
O evangelho é as boas-novas de que podemos ter o gozo crescente e eterno de Cristo que nunca é enfadonho e sempre satisfaz; e de que podemos ter esse gozo, gratuita e eternamente, pela fé na morte que perdoa pecados e na ressurreição que outorga esperança, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
Que Deus nos conceda que sejamos fortalecidos “com poder”, para compreendermos “com todos os santos, qual é a largura, o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Efésios 3.18-19).
Do Livro PROVAI e VEDE - Saboreando a Supremacia de DEUS em TODA A VIDA, do mesmo autor, Editora FIEL. Grifos sempre meus.