"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

MELHOR QUE O PLANEJADO

Leitura: Efésios 5:15-21 
…dando sempre graças por tudo… —Efésios 5:20

As interrupções não são novidade. Raramente um dia corre como o planejado.

A vida é cheia de inconveniências. Os nossos planos são constantemente contrariados por circunstâncias além do nosso controle. A lista é longa e sempre mutante. Doenças, conflitos, engarrafamentos, esquecimentos, mau funcionamento de equipamentos, grosserias, preguiça, falta de paciência, incompetência.

O que não podemos ver, no entanto, é o outro lado da inconveniência. Acreditamos não ter outro propósito além de nos desencorajar, dificultar a vida e frustrar os nossos planos. Entretanto, a inconveniência poderia ser o jeito de Deus nos proteger do perigo despercebido, ou poderia ser uma oportunidade de demonstrar a graça e o perdão de Deus. Pode ser o começo de algo muito melhor do que havíamos planejado. Ou poderia ser um teste para verificar como reagimos à adversidade. Seja o que for, mesmo que não conheçamos os motivos de Deus, podemos estar certos do que Ele quer: tornar-nos mais parecidos com Jesus e expandir o Seu reino na terra.

Dizer que através da história os seguidores de Deus encontraram “inconveniências” é eufemismo. Mas Deus tem um propósito. Sabendo disso, podemos agradecê-lo, confiantes de que Ele nos dá uma oportunidade de remir o tempo (Efésios 5:16,20).

—JAL
O que acontece conosco não é tão importante quanto o que Deus faz em nós e por nosso intermédio.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

DEPRESSÃO: UMA MORTE VIVA por Esther Carrenho

Depressão é uma palavra no singular, mas que designa uma série de quadros. Há a depressão leve, a moderada e a chamada grave, ou severa. Há também as depressões que estão relacionadas ao jeito de ser da pessoa. Elas existem, mas não são acontecimentos externos que as desencadeiam – são processos que surgem de dentro para fora. E ainda há as depressões que nem deveriam merecer o nome, já que são reações de tristeza e desencanto por perdas naturais na vida; o desemprego, a saída de um filho de casa, as mudanças de qualquer tipo, a chegada da velhice ou uma doença. Melhor dizendo, tais tipos de quadros merecem mais o nome de "sintomas depressivos", necessários para a elaboração do que se foi e a adaptação à nova realidade. 

Depressão é um assunto praticamente inesgotável. Muito já foi dito escrito e descrito sobre ela, e ainda há muito para ser descoberto. Mas dois aspectos existentes em quase todos os tipos de depressão podem ser considerados positivos. O primeiro é a possibilidade de uma reviravolta na vida. Isto é, a depressão é um alerta de que a forma como a vida acontece já não é mais possível. É como uma luz no painel da existência, indicando que, se providências não forem tomadas, a vida do indivíduo entrará em pane total. Vários fatores podem interferir e provocar um estado de depressão grave, no qual a pessoa perde totalmente o ânimo. O mundo vira todo colorido de cinza; os projetos futuros desaparecem; o sono e o apetite se alteram, a realidade fica distorcida. A disposição e a vontade para atividades sociais somem por completo. Se é que ainda existe algum alivio nesse quadro, este se dá no isolamento e na solidão – e o desejo de morrer é uma realidade constante. É por essa razão que chamo a depressão de "morte viva": há na depressão um gosto de morte, sim, ou porque alguma morte já ocorreu ou porque algum tipo de ruptura precisa ocorrer, para que a pessoa possa viver melhor trilhando novos caminhos. 

O segundo sinal positivo na depressão é que, junto com o inferno que, muitas vezes, é experimentado, há também aspectos positivos a serem adquiridos enquanto se mergulha na noite escura da vida, como se refere São João da Cruz. Lembro-me de uma mulher de 35 anos que acompanhei num período de depressão profunda, durante quase seis meses. Ela podia contar com um marido e com amigos que lhe deram todo o suporte durante o período em que não via razões para continuar viva; e também com um médico, que tratou dela de forma que tivesse condições para rever sua própria vida enquanto enfrentava as trevas da depressão. Quando, finalmente, superou aquela crise, ela concluiu que a agonia profunda que experimentou fez dela um ser humano mais acolhedor e compreensivo para com as pessoas, principalmente diante daquelas que apresentam tristeza, desânimo e vontade de desistir. "Hoje, sou mais amorosa e paciente. É como se o meu espaço interior tivesse se alargado para acolher as pessoas que sofrem", constatou ela. 

As depressões requerem cuidados e atenção; e, na maioria das vezes, medicação adequada pode ajudar em muito. Mas não se pode esquecer que tais situações também cooperam com o amadurecimento e o crescimento, tanto emocional como espiritual. Elias, o profeta, é um bom exemplo disso. Ele experimentou na própria pele um estado com todos os sintomas de uma depressão grave. Deus não o condenou; pelo contrário, quando ele fugia com medo de ser assassinado pela rainha Jezabel, milagres aconteceram na sua vida. Enquanto ele só dormia, a Bíblia diz que um anjo lhe trouxe comida, para que tivesse forças para caminhar até o Horebe. Naquele monte, Deus se manifestou a ele através de uma brisa suave. Elias, então, se apresenta e Deus lhe fala de forma acolhedora e amorosa, esclarecendo que ele tinha tarefas importantes para executar e que não estava sozinho: havia 7 sete mil pessoas que criam como ele e com as quais poderia conviver. 

Até Cristo Jesus experimentou uma tristeza profunda no Jardim do Getsêmani, sentimento tão intenso que o próprio Filho de Deus o definiu como "tristeza de morte". Mas foi assumindo aquela tristeza que ele tomou a decisão final de derramar vida a todos nós, através de sua morte na cruz. Pois que tanto Elias como Cristo sejam nossos estímulos para que, caso a depressão chegue a nós, não caiamos na desesperança!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ORTODOXIA HUMILDE por Joshua Harris

VASOS DE MISERICÓRDIA

“A mensagem da ortodoxia cristã não é que eu sou certo e que a outra pessoa está errada. A mensagem é que sou errado, mas, apesar disso, Deus encheu-me de Sua graça. Sou errado, mas Deus preparou um meio pelo qual eu posso ser perdoado, aceito e amado por toda a eternidade. Sou errado, mas, apesar disso, Deus mandou Seu Filho, Jesus, para morrer em meu lugar e receber minha punição. Sou errado, mas por meio da fé em Jesus posso ser tornado justo diante de um Deus santo.
Isto é o Evangelho. Isto é a verdade que toda a doutrina cristã celebra. É a verdade que todo seguidor de Jesus é chamado a amar e preservar. E até morrer por ela. É a única verdade sobre a qual podemos edificar nossa vida e fundamentar nossa esperança eterna".
Joshua Harris no Livro Ortodoxia Humilde p.39