"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

domingo, 30 de setembro de 2012

OUVIDO | Bonhoeffer

O PORQUÊ QUE DEUS NOS DEU DOIS OUVIDOS E UMA BOCA SÓ...


"O primeiro serviço que alguém deve ao outro na comunidade é ouvi-lo. Assim como o amor a Deus começa com o ouvir a sua Palavra, assim também o amor ao irmão começa com aprender a escutá-lo. É prova do amor de Deus para conosco que não apenas nos dá sua Palavra, mas também nos empresta o ouvido. Portanto é realizar a obra de Deus no irmão quando aprendemos a ouvi-lo. Cristãos e especialmente os pregadores, sempre acham que tem algo a "oferecer" quando se encontram na companhia de outras pessoas, como se isso fosse o seu único serviço. Esquecem que ouvir pode ser um serviço maior do que falar. Muitas pessoas procuram um ouvido atento, e não o encontram entre os cristãos, porque esses falam quando deveriam ouvir... “

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES | Ed Rene Kivitz

Não se preocupem com o que comer, beber ou vestir, mas busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Esta recomendação de Jesus aos discípulos é geralmente interpretada como uma declaração de Deus prometendo que os que cristãos fiéis jamais passarão fome, sede ou frio, isto é, terão suas necessidades físicas e materiais absolutamente supridas. Mas parece que não é só isso.

Não foram poucos os cristãos que ao longo da história sofreram privações extremas, alguns deles justamente porque buscaram o reino de Deus e sua justiça em primeiro lugar. Ainda hoje, temos à nossa volta centenas de milhares de cristãos vivendo na pobreza, em condições desumanas. Muitos são perseguidos e mortos por sua fidelidade a Jesus e ao reino de Deus. Será que todos são infiéis? Será que Deus se esqueceu ou desistiu de cuidar deles? Há algo errado com Deus, com os nossos irmãos, ou com a maneira como interpretamos a promessa de Jesus? Prefiro a terceira hipótese.

Jesus quis dizer pelo menos três coisas com sua palavra a respeito da primazia do reino de Deus. Primeiro, deixou claro que, caso viessemos a passar por privações, não faria sentido imaginarmos que Deus se esqueceu de nós, pois se Ele cuida das flores e dos passarinhos, como deixaria de cuidar dos seus filhos? A privação se explica por outro motivo que não o abandono ou descuido de Deus. Em segundo lugar, Jesus quis deixar claro que os cristãos não mais se preocupam com comida, bebida e roupas, mas com o reino de Deus. Na verdade, Jesus disse que deveríamos escolher viver para o nosso reino ou o reino de Deus.

Finalmente, Jesus quis dizer que Deus jamais sonegaria todas as coisas necessárias para a sobrevivência dos seus filhos. Acontece que a promessa não é para cada cristão individualmente, mas para os cristãos como corpo, como família, como unidade espiritual, de modo que o não passar privações depende da capacidade da comunidade dos discípulos repartir tudo quanto já recebeu de Deus. O fato de um cristão passar por privação não diz nada a respeito de Deus, mas tudo a respeito da comunidade cristã. Entre os discípulos de Jesus “ninguém considera seu o que possui”, de modo que “quem colhe demais não tem sobrando e quem colhe de menos não tem faltando”, e nesse caso, quando um cristão passa fome, a comunidade está em débito.

A questão é a seguinte: quanto mais vivemos determinados pelo conforto material, mais indiferentes seremos às necessidades dos outros. Quanto mais vivemos para o reino de Deus e sua justiça, menos privações haverá ao nosso redor. Resta saber como queremos viver: preocupados com comer, beber e vestir, ou dedicados a promover a justiça do reino de Deus.

sábado, 1 de setembro de 2012

OS ILLUMINATI e A IGREJA | Bp. Walter McAlister


Todos nós sabemos que desde os tempos antigos existiram imperadores, muitos dos quais foram homens tomados de uma ambição desumana que extrapolou toda e qualquer sensibilidade ou compaixão. Vivendo e sendo guiados pela ânsia nua e crua de poder, esmagaram os povos que se opuseram a eles: Alexandre, o Grande; os Césares; Gengis Khan; Napoleão. E até aqueles que, sem ser imperadores, agiram como tal, a exemplo de Adolf Hitler. Esses estadistas ceifaram a vida de multidões como grama para alcançar seus objetivos de poder, em grande parte insanos. A gana por ter nas suas mãos o destino dos povos assegurou a muitos deles um lugar de infâmia na História do mundo.

Ambição é uma constante humana. Em todos os tempos, e em todos os níveis, houve quem quisesse agregar para si poder sobre os outros. Esse poder confere a quem o detém quase que o status de semideus, pois projeta o sentimento do ambicioso para além da condição de mero mortal.

Mas o tempo de ditadores já passou, claro. Vivemos num planeta mais civilizado. Bem… será? Será que não sobrou quem queira dominar o mundo? Será que esse impulso satânico deixou de existir? Afinal, será que todos já aprenderam que querer domínio global é uma ambição fadada ao fracasso e à destruição? Claro que homens da laia de Hitler são coisa do passado! Claro que não existem mais figuras como essas! Na realidade, infelizmente não é bem assim. Sabemos que há líderes tribais na África que sequestram crianças, forçando-as a se tornarem assassinas – até da sua própria família. De metralhadoras nas mãos, e com apenas 11 ou 12 anos de idade, são transformadas em monstros. Liderando essas milícias há homens desprovidos de qualquer noção de humanidade. Não só na África, mas entre as FARC e, por que não dizer, nas favelas dos centros urbanos da nossa própria nação.

Sabemos mais: há companhias que produzem alimentos que sabidamente contêm elementos cancerígenos. Coincidentemente (ou não?), são as mesmas companhias que fabricam os medicamentos que tratam os cânceres que esses aditivos provocam. “Mas isso é loucura!”, poderíamos pensar. “É fruto de um devaneio doentio. Imagine se alguém seria tão cruel e desumano ao ponto de causar doenças só para aumentar a sua fortuna pessoal. Não! Pessoas assim não existem”.

Histórias dessa linha, as que falam de conspirações, cartéis, Illuminati, barões em castelos tramando contra a humanidade… são obras de ficção. Bobagem! O mundo está um caos, isso sim. Está tudo uma grande bagunça. Claro que existe um diabo que quer matar e destruir, mas isso não acontece em larga escala. No máximo ele quer que eu traia a minha esposa ou que eu perca os meus filhos para uma vida de pecado. O resto foi inventado para servir de roteiro em Hollywood. Sim, podemos pensar tudo isso.

Todavia, revoluções criadas pelo mercado do petróleo, experiências com novos remédios em vilarejos inteiros na África, cartéis de tráfico de diamantes que escravizam populações, crédito bancário que mantém os trabalhadores deste mundo num estado perpétuo de escravidão, seres humanos mantidos em regime escravo, tráfico de drogas, safras transgênicas, conspirações de revolução social mundial… essas coisas existem. Por trás de cada uma delas há pessoas que tomam decisões. Que têm noção do que estão fazendo. Há gananciosos que não enxergam o custo em vidas humanas como algo que importa. O seu interesse é tão cruel como o de um Hitler ou um Gengis Khan. Não usam espadas para esquartejar as suas vítimas. Usam computadores. Números. Marqueteiros e fundações. Mas seus métodos são tão cruéis como. Só que os tais não aparecem. Pois temos sido doutrinados a aceitar tudo isso como absolutamente “normal”.

Assisti ao filme Super Size Me – A dieta do palhaço, sobre um homem que decidiu viver por trinta dias alimentando-se apenas de fast food. De manhã, à tarde e à noite, ele consumiu apenas os hambúrgueres, as batatas fritas e os refrigerantes de uma conhecida cadeia internacional de lanchonetes. O filme mostra que ele quase morreu. Provou que fast food é veneno. Só que, em vez de causar uma debandada geral deste hábito tão “normal”, o filme virou cult – algo para ser visto por excêntricos que acreditam nessas “bobagens” de conspiração. Afinal, ninguém nos prejudicaria e, certamente, o governo não permitiria que nos fizessem mal assim, não é?  O pior que os nossos governantes fazem é roubar um pouco do nosso dinheiro. Jamais nos fariam mal. Será?

Porque… e se for verdade? Que sentido tem a vida? O que estamos fazendo aqui? Qual é o papel da Igreja face a todo esse mal sistêmico? Vamos mudar o mundo? Empunhar cartazes? Defender uma alimentação macrobiótica? Deixar de consumir comida industrializada? Mudar para o campo e sobreviver comendo broto de feijão e tecendo a nossa própria roupa?

Certamente o caminho não é esse. Mas a verdade é que a Igreja vive enamorada pelo mundo. Curtimos ver dois brutamontes entrarem numa jaula (no eufemismo, o “octógono”) e se surrarem até que um caia ensanguentado e semiconsciente. “É esporte”, defendem os adeptos. Consumimos a crédito hipotecando nossos futuros e fazendo com que nossa força vital seja sugada por bancos. Escravos do sistema, nos fazemos amigos do mundo. O próprio “evangelho” tem se oferecido a serviço deste mundo. Com promessas de prosperidade e alegria, vivemos numa “festa da virada”. Afinal, Deus nos fez cabeça e não cauda. Vamos às compras. Vamos ao shopping. Vamos fazer um evangelismozinho de vez em quando, porque, afinal, “Jesus merece”. Mas não sejamos radicais. Pega leve. Deus nos criou para gozar das coisas boas da vida.

E, como a grama, nossa saúde, nosso futuro, nossa mente, tudo é ceifado pelos que lucram às custas do mar da humanidade. Pior: há quem esteja servindo este mundo em nome de Deus. Sim, pois há os que, para saciar sua ânsia por poder, satisfazem os anseios do povo e oferecem a versão “gospel” de tudo o que o mundo já oferece na sua versão “ímpia”. Só que não importa o nome que damos a um copo de água poluída, aquilo continua a ser nocivo. Não importa o nome que damos à indústria de entretenimento, ainda assim consumirá nossa mente e nosso tempo.

Paulo disse: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.” (Ef 5.15-17)

Os dias são maus? Você realmente acredita nisto? Ah, meu caro, minha cara, como são! Não estamos em festa. A realidade é outra. Os bárbaros põem a mesa com sangue humano. Devoram os fracos. Agregam poder. E a Igreja? Embriagada pelo “vinho” desta geração, anda dissoluta, perdida, e sua fé é inoperante e infrutífera. Os anjos choram. As trevas avançam. Quem levantará os olhos para o único que pode nos salvar? Quantos vão parar e começar a pensar, orar e estudar as Escrituras? Quem se habilita a ser luz entre as trevas?

Na paz,
+W