Já faz algum tempo que ando com uma persistente inquietação sobre a qualidade da vida cristã que tenho vivenciado e visto, isso tem haver com a dificuldade de enxergar em mim mesmo e no meu irmão, pelo menos da forma que eu gostaria, o Cristo que nos salvou. Em Romanos 8.29 (um texto muito usado na polêmica da predestinação versus livre-arbítrio, salvação versus condenação eterna) a Palavra de Deus está falando sobre que tipo de caráter que será formado naqueles que creram: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Ser conforme a imagem de Jesus é o destino de todo salvo.
Diante do que entendo ser cristão e da distância em que nos encontramos do ideal, surgem do profundo do meu ser perguntas que não querem se calar, tais como: Porque depois de receber pela fé a salvação e o perdão dos pecados aquela vida abundante (vida eterna) que Cristo nos prometeu parece mais uma utopia do que realidade? Porque se recebemos o Espírito Santo de Deus, que é o selo de nossa redenção e filiação, ainda nos lambuzamos no lamaçal do pecado e caminhamos nas pisadas da desobediência de Saul e não nas de obediência do nosso Senhor?
Lembro-me dos meus primeiros escritos como seminarista, precisamente no primeiro sermão para a disciplina de homilética em que questionava: “O evangelho Segundo Mateus 1:21 diz o seguinte: ‘ela dará a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles’. Se Jesus veio nos salvar dos nossos pecados, Qual a razão de vermos tantos cristãos doentes e afligidos pelo pecado, vivendo constantemente em derrota? Por que é que tantas pessoas que se dizem convertidas, não produzem frutos, nem mostram com sua vida o exemplo de JESUS CRISTO? Será que estamos formando discípulos do Cristo ressurreto ou estamos formando meros seguidores de uma religião vazia e sem vida?”
Vejo então que persisto numa inquietação bem antiga e assim como Paulo quase que me desespero: Desventurado homem que sou! - e pergunto: Quem me livrará do corpo desta morte? Mas sei, assim como Paulo, que a morte e o pecado já foram derrotados na cruz e os escritos de dívida que eram contra nós foram ali quitados, contudo creio também que existe uma vida melhor do que essa sobre-vivida por milhões de cristãos no mundo inteiro. Sei que existe porque Jesus prometeu. Ele nos disse que nos daria vida abundante, uma vida em que o pecado não é mais vitorioso, mas sim a graça de Deus, e a imagem de Cristo em nós e o seu bom perfume se tornam manifestos.
FORMAÇÃO ESPIRITUAL, O QUE É?
“Pouca fé é necessária para nos levar ao céu, mas muita fé é necessária para trazer o céu a terra”. Esta frase atribuída a Lutero se parece com a oração do Senhor “...Venha a nós o teu Reino” e mostra esta busca de experimentar, agora, a Vida Eterna que Jesus nos outorgou com o advento do Reino de Deus “...A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8.19). Mas como obter essa vida hoje? Será somente por falta de fé que ela não se manifesta? Alguém já a viveu? Será que existe um método e este serve para hoje? O que faço e como faço? Existe algum segredo, qual é? Alguém já disse que o problema na vida não está em obter as respostas corretas, mas fazer as perguntas certas.
A primeira grande questão é que para fazermos as perguntas certas temos que pensar corretamente, mas como assim? Pensar corretamente neste caso é buscar conhecer dentro das escrituras e da tradição cristã como esse tema é tratado. Após esse conhecimento prévio temos então a missão de contextualizá-lo. Daí poderia surgir uma primeira pergunta: Qual é a minha a formação espiritual? Eu poderia começar dizendo que sou um cristão 'evangélico' que conheceu a Cristo ainda na adolescência, participante de tais e tais comunidades e que em momentos pontuais foi marcado por experiências espirituais bem significativas. Tudo bem isso é real para mim e você, mas existe por trás destas experiências uma teologia que nos levou a crer, pensar, e ser como somos, será que já paramos para repensá-la à luz deste conhecimento?
Formação espiritual é o processo que nos leva a crer, pensar, ser e agir como agimos. Nos dizeres de A W Tozer: “A mais importante afirmação sobre quem somos é aquilo que acreditamos sobre Deus”. Desta forma TODO mundo tem uma formação espiritual independentemente da religião confessada, inclusive o ateu, pois aqui o mais importante é o conceito que construímos de Deus e como isto nos leva a nos relacionarmos com Ele, consigo mesmo, com o próximo e com a natureza (mundo).
Assim queremos pensar este mesmo conceito de Formação Espiritual dentro da espiritualidade cristã, que passa a ser chamada Formação Espiritual em Cristo ou Cristã. A base são dois teólogos da atualidade que estão conjuntamente desenvolvendo este conceito, são os americanos Richard Foster e Dallas Willard fundadores de uma organização chamada RENOVARE ( www.renovare.org ), que recentemente recebeu uma versão brasileira chamada Renovare Brasil ( www.renovare.org.br ) com o objetivo de contextualizar esta visão com a nossa realidade tupiniquim.
A NECESSIDADE DA FORMAÇÃO ESPIRITUAL EM CRISTO
“No caminho cristão o que importa não é a velocidade com que estamos indo, nem a distância percorrida, mas sim a direção que tomamos”. A W Tozer
Como já vimos todos temos uma formação espiritual que não depende do credo abraçado, mas é por ele influenciado e de certa forma este determinará o tipo de visão que teremos de Deus e por conseqüência de nós mesmos e de mundo. Falando dentro de um contexto essencialmente cristão protestante evangélico como podemos avaliar o que temos feito e vivenciado a luz deste conceito Formação Espiritual em Cristo. Será que essa minha teologia formadora difere em alguma coisa daquilo que a Bíblia e a tradição nos sugere? A grande Comissão (Mateus 28) é o texto básico da teologia da Formação Espiritual em Cristo e o Dallas Willard diz que este tem sido nossa maior contradição por causa de nossa omissão. Um dos seus livros tem o título de A GRANDE (C)OMISSÃO.
O texto de Mateus que narra as últimas palavras de Jesus antes de ser assunto aos céus é a base da missão da Igreja: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide (indo), portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mt 28.18-20). A Igreja de Cristo, agência do Reino de Deus entre os homens, tem como principal função fazer discípulos dEle, ensinando-os a guardar TUDO o que Ele ensinou. Prestemos bem atenção não é ensinar o que Ele disse, não somos professores somente, mas assim como Ele fez, precisamos através do viver mostrar como o amor a Deus e ao próximo se manifesta.
Diante do que entendo ser cristão e da distância em que nos encontramos do ideal, surgem do profundo do meu ser perguntas que não querem se calar, tais como: Porque depois de receber pela fé a salvação e o perdão dos pecados aquela vida abundante (vida eterna) que Cristo nos prometeu parece mais uma utopia do que realidade? Porque se recebemos o Espírito Santo de Deus, que é o selo de nossa redenção e filiação, ainda nos lambuzamos no lamaçal do pecado e caminhamos nas pisadas da desobediência de Saul e não nas de obediência do nosso Senhor?
Lembro-me dos meus primeiros escritos como seminarista, precisamente no primeiro sermão para a disciplina de homilética em que questionava: “O evangelho Segundo Mateus 1:21 diz o seguinte: ‘ela dará a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles’. Se Jesus veio nos salvar dos nossos pecados, Qual a razão de vermos tantos cristãos doentes e afligidos pelo pecado, vivendo constantemente em derrota? Por que é que tantas pessoas que se dizem convertidas, não produzem frutos, nem mostram com sua vida o exemplo de JESUS CRISTO? Será que estamos formando discípulos do Cristo ressurreto ou estamos formando meros seguidores de uma religião vazia e sem vida?”
Vejo então que persisto numa inquietação bem antiga e assim como Paulo quase que me desespero: Desventurado homem que sou! - e pergunto: Quem me livrará do corpo desta morte? Mas sei, assim como Paulo, que a morte e o pecado já foram derrotados na cruz e os escritos de dívida que eram contra nós foram ali quitados, contudo creio também que existe uma vida melhor do que essa sobre-vivida por milhões de cristãos no mundo inteiro. Sei que existe porque Jesus prometeu. Ele nos disse que nos daria vida abundante, uma vida em que o pecado não é mais vitorioso, mas sim a graça de Deus, e a imagem de Cristo em nós e o seu bom perfume se tornam manifestos.
FORMAÇÃO ESPIRITUAL, O QUE É?
“Pouca fé é necessária para nos levar ao céu, mas muita fé é necessária para trazer o céu a terra”. Esta frase atribuída a Lutero se parece com a oração do Senhor “...Venha a nós o teu Reino” e mostra esta busca de experimentar, agora, a Vida Eterna que Jesus nos outorgou com o advento do Reino de Deus “...A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8.19). Mas como obter essa vida hoje? Será somente por falta de fé que ela não se manifesta? Alguém já a viveu? Será que existe um método e este serve para hoje? O que faço e como faço? Existe algum segredo, qual é? Alguém já disse que o problema na vida não está em obter as respostas corretas, mas fazer as perguntas certas.
A primeira grande questão é que para fazermos as perguntas certas temos que pensar corretamente, mas como assim? Pensar corretamente neste caso é buscar conhecer dentro das escrituras e da tradição cristã como esse tema é tratado. Após esse conhecimento prévio temos então a missão de contextualizá-lo. Daí poderia surgir uma primeira pergunta: Qual é a minha a formação espiritual? Eu poderia começar dizendo que sou um cristão 'evangélico' que conheceu a Cristo ainda na adolescência, participante de tais e tais comunidades e que em momentos pontuais foi marcado por experiências espirituais bem significativas. Tudo bem isso é real para mim e você, mas existe por trás destas experiências uma teologia que nos levou a crer, pensar, e ser como somos, será que já paramos para repensá-la à luz deste conhecimento?
Formação espiritual é o processo que nos leva a crer, pensar, ser e agir como agimos. Nos dizeres de A W Tozer: “A mais importante afirmação sobre quem somos é aquilo que acreditamos sobre Deus”. Desta forma TODO mundo tem uma formação espiritual independentemente da religião confessada, inclusive o ateu, pois aqui o mais importante é o conceito que construímos de Deus e como isto nos leva a nos relacionarmos com Ele, consigo mesmo, com o próximo e com a natureza (mundo).
Assim queremos pensar este mesmo conceito de Formação Espiritual dentro da espiritualidade cristã, que passa a ser chamada Formação Espiritual em Cristo ou Cristã. A base são dois teólogos da atualidade que estão conjuntamente desenvolvendo este conceito, são os americanos Richard Foster e Dallas Willard fundadores de uma organização chamada RENOVARE ( www.renovare.org ), que recentemente recebeu uma versão brasileira chamada Renovare Brasil ( www.renovare.org.br ) com o objetivo de contextualizar esta visão com a nossa realidade tupiniquim.
A NECESSIDADE DA FORMAÇÃO ESPIRITUAL EM CRISTO
“No caminho cristão o que importa não é a velocidade com que estamos indo, nem a distância percorrida, mas sim a direção que tomamos”. A W Tozer
Como já vimos todos temos uma formação espiritual que não depende do credo abraçado, mas é por ele influenciado e de certa forma este determinará o tipo de visão que teremos de Deus e por conseqüência de nós mesmos e de mundo. Falando dentro de um contexto essencialmente cristão protestante evangélico como podemos avaliar o que temos feito e vivenciado a luz deste conceito Formação Espiritual em Cristo. Será que essa minha teologia formadora difere em alguma coisa daquilo que a Bíblia e a tradição nos sugere? A grande Comissão (Mateus 28) é o texto básico da teologia da Formação Espiritual em Cristo e o Dallas Willard diz que este tem sido nossa maior contradição por causa de nossa omissão. Um dos seus livros tem o título de A GRANDE (C)OMISSÃO.
O texto de Mateus que narra as últimas palavras de Jesus antes de ser assunto aos céus é a base da missão da Igreja: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide (indo), portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mt 28.18-20). A Igreja de Cristo, agência do Reino de Deus entre os homens, tem como principal função fazer discípulos dEle, ensinando-os a guardar TUDO o que Ele ensinou. Prestemos bem atenção não é ensinar o que Ele disse, não somos professores somente, mas assim como Ele fez, precisamos através do viver mostrar como o amor a Deus e ao próximo se manifesta.
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