"Temos esta Esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus que nos precedeu, entrou em nosso lugar..." (Hebreus 6.19,20a)

terça-feira, 26 de abril de 2011

POR QUÊ SERÁ QUE VOCÊ CONFESSA A JESUS E CONTINUA SEM DEUS? por Caio Fábio

"Jesus (ressuscitado), aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide (indo, no original), portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século".


Mateus 28.18-20


As garantias de Jesus foram todas. Ele não estaria mais fisicamente presente, mas, em compensação, sem limites de geografia, tempo e espaço, estaria conosco todos os dias, sem jamais nos deixar órfãos, pois, enviaria de Si mesmo, o Espírito Santo, o Consolador, Aquele que Caminha Junto, que habitaria conosco e estaria em nós, revelando a cada dia mais de Jesus, e levando-nos a conhece-Lo em todos os nossos caminhos, crescendo em verdade e graça, andando em amor, conforme o entendimento segundo o Evangelho.

Enquanto isto, como decorrência natural dos efeitos da Palavra da Vida em nós, “indo...” onde quer que fossemos, seríamos Testemunhas de Seu amor e graça, visto que Seu chamado não era para que “déssemos testemunhos”, mas antes para que “fossemos testemunhas”. Antes de ser um chamado para fazer é uma convocação para ser.

Enquanto isto, Ele garantiu que faria sinais, prodígios e maravilhas, confirmando a Palavra vivida e anunciada por nós, sendo que Ele mesmo nos levaria a realizar obras maiores que as Dele, pois, receberíamos do que é Dele, e Nele viveríamos.

Ele também garantiu de que se fôssemos postos em provas, Ele mesmo estaria alí, dando-nos sabedoria, e dizendo-nos o que dizer. E garantiu que pisaríamos com os pés a serpentes e escorpiões, e que subjugaríamos, Nele, todo poder do maligno.

Justamente em razão disso, de Sua Presença, de Seu carinho diário, de Seu amor manifesto como Verdade libertadora, como Graça para ocasião própria, e como poder de Deus em nossos corações, é que Ele manda que andemos com esperança, com fé, olhando para o alto, confessando um futuro de Glória, e até mesmo nos regozijando nas dificuldades desta existência.

Sua ordem, entretanto, era para que todo aquele que dissesse que confiava Nele, manifestasse isto mediante atos de misericórdia, verdade, justiça e amor, que são os conteúdos existenciais do Evangelho.

Isto porque o Evangelho não é um conjunto de história e nem um monte de palavras lindas, mas sim, antes de tudo, é espírito de amor, graça, justiça, paz e misericórdia.

Quem, em qualquer lugar, tiver discernido que Deus é assim, então, não importando quem seja, nem onde esteja, o que saiba ou deixe de saber, tal pessoa terá a Presença com ela.

Porém, se alguém se diz cristão, chama a Jesus de Senhor e Salvador, porém, apesar disso, e em contradição com isto, vive sem amor, compaixão, verdade a começar de si mesmo, justiça bondosa, bondade justa, e o desejo de fazer a misericórdia triunfar sobre o juízo —, então, tal pessoa, mesmo conhecendo as histórias e os ensinos do Evangelho intelectualmente e como uma bela informação, não provará a Presença, pois, o “indo...” acerca do qual Jesus falou quando mandou “fazer discípulos” e contar com Sua presença até o fim dos séculos, não é um movimento geográfico, mas, antes disso, interior, e que põe o individuo, bem antes do que no chão de alguma “missão”, no chão do coração, no qual a viagem verdadeira é feita.

Ora, neste ambiente onde a missão de ser se inicia, o que vale não é saber a história de Jesus, mas viver a história conforme o espírito de Jesus.

O que temos hoje no chamado mundo cristão é um monte de gente carente, doente, sem a experiência de Deus, sem paz, deformadas pelas ambições de falsa espiritualidade, existindo apenas no mundo das performances e das superficialidades, enquanto vivem cheias de inveja; confessando-se santas, enquanto estão taradas; dizendo-se povo de Deus, mas sem conhecer o caminho da pacificação interior; cheias de juízo, e que é do tamanho de sua falta de consciência de justificação na Graça, mediante a fé.

Ora, tais pessoas, como não conhecem a Deus, vivem buscando preencher esse vazio com cultos e mais cultos, com cargos eclesiásticos, com atividades missionárias, com corais, com mil obrigações expiatórias; e entregam-se ao comando espiritual de fabricantes de ídolos cristãos, que são as poções mágicas oferecidas em troca de contribuições em dinheiro, escondendo algo que se disfarça sob a nomenclatura de evangélico, e que é a coisa mais falsa que se poderia criar na Terra em nome de Jesus.

Esta, todavia, também é a razão das pessoas crentes serem tão infelizes, pois, trocaram Jesus pela “igreja”, deixaram o Evangelho, e se entregaram a “doutrinas e mandamentos de homens”.

Para tais pessoas, mesmo que confessem o nome de Jesus, não há paz para o coração. Sim, porque conhecem um nome, mas jamais provaram a Pessoa; e conhecem doutrinas, mas não estão tomadas pelo espírito da Palavra, que é o que se torna vida em nós.

Quando o coração discerne o Evangelho e seu significado Hoje, então, quando lê nos evangelhos a promessa que diz “eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”, já não a lê como algo distante; e, nem tampouco diferente do significado dessas mesmas palavras para os primeiros discípulos.

Para quem conhece a Deus em espírito e em verdade, conforme Jesus, este Estou Convosco é verdade. E é verdade todos os dias, todas as horas, em todos os caminhos, e até mesmo nos enganos.

E porque Ele está presente, Ele mesmo nos corrige em Seu justo amor. E porque Ele está presente, Ele mesmo é nosso Pastor em todos as veredas. E, assim, aprende-se que não há lugar para fugir de Sua presença. Sim, Ele não só está Presente, mas Sua Presença também nos Persegue.

Quando Ele está presente não há como não viver cheio de muita esperança e alegria; e, sobretudo, olhando para o alto, de onde vem nossa Absoluta Redenção.

Enquanto isto, indo... o nosso próprio caminhar Nele gera novos discípulos, os quais, não nos pertencem, pois, somente a Ele pertencem, visto que foram comprados pelo Seu sangue, e não pelo nosso.

Experimente crer e confiar. Você verá a Tumba de Jesus vazia, e o ouvirá dizer: “Pare de Chorar! Eis que estou com você todos os dias!”

Nele,

Caio

http://www.caiofabio.net/2009/conteudonews.asp?codigo=3

quarta-feira, 20 de abril de 2011

QUAL A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO PARA DEUS?

A oração do Pai-nosso é um exemplo de como nos aproximar do Pai celestial. Em suas orações, Jesus mostrou várias coisas que podemos pedir a Deus: alimento, proteção e libertação, por exemplo.

Entretanto, cabe a nós uma única atitude.

Perdoar.

"... perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado a nossos devedores..."

Em outras palavras, Jesus está dizendo a seus seguidores: quando orar, além de louvores e pedidos, diga que está fazendo exatamente aquilo que Deus faz, isto é, perdoar os que nos devem e os que não merecem perdão.

E para que não restasse nenhuma dúvida em seus seguidores, Jesus adiciona um comentário a respeito do perdão ao final da oração:

"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas."

Sem dúvida, Jesus não se está referindo ao que os teólogos chamam de "perdão para a salvação" (um perdão que ocorre apenas no céu e que não pode ser conquistado apenas por merecimento; antes, trata-se de um dom de Deus a todos aqueles que creem em Jesus Cristo e em sua obra na cruz como pagamento definitivo por nossos pecados). No caso, Jesus se refere ao fluxo do perdão de Deus em nossa vida neste mundo.

Há algo muito sério envolvido nesse tema, do contrário Jesus não teria incluído essas palavras a respeito do perdão. Jesus deixou bastante claro: quando eu perdoo, Deus me perdoa, Jesus diz que "tampouco vosso Pai vos perdoará as vossa ofensas".

Essa dificuldade me faz compreender a razão que levou Pedro a forçar Jesus a reduzir o mandamento a algo um pouco mais prático. Pedro pergunta:

"Senhor até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?

Pedro imaginou que estava sendo muito generoso: meu irmão me rouba, depois me rouba novamente, e mais outra vez, e de novo. Ora, que tal perdoá-lo até sete vezes, Senhor? Seria suficiente? Não seria um erro terrível perdoar mais que isso?

Entretanto, a resposta de Jesus foi, com efeito: "Não, Pedro. O perdão é ilimitado."
"Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete".

Quem pode perdoar alguém setenta vezes sete ou, em outras palavras, um número ilimitado de vezes? Aos que estão presos no cárcere da falta de perdão, a resposta de Jesus é a motivação suprema daqueles que precisam desse milagre. É por isso que Jesus a revelou a Pedro: para fazer que o apóstolo compreendesse a necessidade de perdoar outra pessoa setenta vezes sete!

Essa é a história do servo que tem uma dívida gigantesca para com seu rei. A fim de recuperar a perda, o rei decide vender seu servo, juntamente com a esposa e filhos, à escravidão. Quando toma conhecimento do que está para lhe acontecer, o servo vai correndo à presença do rei, atira-se ao chão e implora por mais tempo.

Ao contemplar aquele servo prostrado no chão, o coração do rei se condói. Segundo as palavras de Jesus, o rei "teve compaixão dele" e mudou de ideia na mesma hora: em vez de conceder mais tempo, decidiu perdoar toda (impagável) dívida. O servo se tornou um homem livre.

Você consegue imaginar como esse homem se sentiu? Um minuto atrás ele era um servo caído em desgraça, com uma dívida enorme para saldar e um destino terrível pela frente. No minuto seguinte era um homem livre.

O servo, entretanto, desprezou a compaixão que lhe foi oferecida. Tão logo saiu da presença do rei, encontrou um amigo que lhe devia alguns trocados, mas como o amigo não tinha condições de pagá-lo, mandou que fosse jogado na cadeia até saldar toda a dívida.

Ao ficar sabendo do episódio, o rei, irado, manda que o servo seja trazido à sua presença e diz:

"Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você? Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo que devia".

Outra reviravolta impressionante! De homem livre a prisioneiro torturado num piscar de olhos. E dessa vez há apenas uma possibilidade de interromper a tortura: saldar toda a dívida.

Observe que nessa história o rei (também chamado de senhor) é Deus, o Pai. Sabemos disso porque Jesus contou a história em resposta ao questionamento de Pedro a cerca da frequência que seus seguidores devem perdoar. Veja o que Jesus disse em seguida a fim de reforçar o motivo mais chocante em toda a Bíblia para perdoar alguém:

"Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão".

Você quer saber o ponto de vista de Deus a respeito do perdão? Jesus nos disse. Deus não considera o perdão uma ideia simplesmente bonita ou mera sugestão. Na verdade, a exemplo do rei na história de Jesus, Deus fica irado quando aqueles a quem ele tudo perdoou se recusam a perdoar os comparativamente por ninharias.

Além disso, sabemos que Deus agirá caso não perdoarmos. Jesus mostrou isso claramente quando disse: "Assim meu Pai celeste vos fará".

Mas o que exatamente Deus fará? Ele nos entregará aos "torturadores". Deus, o Pai, não tortura ninguém, mas Jesus mostrou que Deus entrega aos pessoas às consequências dolorosas da falta de perdão.

E por quanto tempo? Conforme Jesus: até que perdoemos, de coração, as ofensas dos outros...

E qual resultado Deus almeja alcançar no encontro com uma pessoa presa à falta de perdão? Sem dúvida, que a pessoa pare de sofrer. Deus sofre com cada pessoa ferida e deseja profundamente que essas pessoas sejam libertadas dessa prisão de um modo sobrenatural.

Ficamos livres do passado ao compreender o forte sentimento de Deus com relação à falta de perdão e ao conversamos com os outros sabendo quão intenso é o desejo dele que essas pessoas sejam libertadas desse sofrimento.

Bruce Wilkinson (do livro: VOCÊ NASCEU PARA ISSO, págs. 181-184, Editora Mundo Cristão).

...

PÁSCOA é perdão!


Jesus deixou sua glória (Ele é eterno),


encarnou (se fez um de nós),


viveu (como um de nós),


morreu (se deixou matar) sem culpa e sem culpar ninguém,


e RESSUSCITOU DOS MORTOS para provar que podia fazer isso.


A graça do PERDÃO já nos foi dada (tudo aconteceu por esta causa),


vamos ser discípulos dEle ou rejeitá-lo?


BM


...


Mais um pouco do mesmo:


O QUE É O EVANGELHO CRISTÃO? Por John Piper

domingo, 10 de abril de 2011

Aconteceu na Primeira Páscoa...

"Era noite... o pai entrou com um carneirinho nas costas... tão fofinho! As crianças correram para brincar com ele... a mãe pergunta: "O que é isso? Mais um para alimentar?" "Calma!" responde o homem. Estavam exaustos de trabalhar fabricando tijolos. "É coisa do Moisés... disse que Deus mandou. Depois do que aconteceu por aqui, não vou contestar as ordens dele". A explicação calou a todos. O que aconteceria? Ficariam com o Floquinho? Pois é, ele já tinha até nome, era parte da família. Passaram-se três dias. Floquinho dormia com as crianças e as seguiam por onde iam. Que bom ter um animalzinho por perto enquanto os pais trabalham! Eles sempre voltam tão cansados...agora a casa vive em festa! Mas, na tarde seguinte as crianças choraram: "Onde está o Floquinho? Fugiu?" Estavam tão tristes que não viram o pai pintar os batentes da porta de vermelho "Isso lá é hora de pintar porta, pai? O carneirinho sumiu!" Na hora do jantar, havia carne assada:"Nããão!!! O que fizeram com o Floquinho?". Foi um jantar muito triste. Ainda por cima foram proibidos de sair de casa até amanhecer... e mais triste ainda foi aquela madrugada. Ninguém dormiu por causa dos gritos... os filhos dos patrões de papai e mamãe morreram... aqui ninguém morreu...". O sangue na porta salvou a todos"; explicou o pai. Essa foi a primeira Páscoa (passagem). A morte passou direto e ignorou-os por causa da marca que fizeram.
Achou a história triste? Mas o final é feliz! Jesus fez o mesmo por você: Ele foi morto e a marca do seu sangue em nós é que nos livra da morte. Ao contrário do Floquinho, Jesus, o cordeiro de Deus, venceu a morte e vive para trazer todos para perto de Deus. Ele quer viver em você hoje e deseja ser seu melhor amigo, basta você querer. Você já se preparou para essa páscoa?"
Já dizia o nosso sábio irmão Salomão: "melhor é o fim das coisas do que o seu inicio". Estamos à véspera daquela que deveria ser a maior celebração cristã, a Páscoa. Não é o Natal, o inicio, o nosso maior motivo de alegria, mesmo sabendo que não poderia existir a Páscoa sem ele. Jesus poderia ter vindo a terra (encarnado) e chegado ao Getsêmani e não ter provado o cálice de sofrimento, da renuncia total e da injustiça (que se fez Justiça), Ele poderia ter desistido e isso seria a vitória do inimigo de nossas almas e nossa eterna condenação.

Mas graças a Deus, Ele foi obediente e "obediente até a morte de cruz". Porém a história não acaba aqui, Deus, nosso Pai eterno, o ressuscitou dentre os mortos e o fez SENHOR e CRISTO. Aqui na ressurreição, se inicia o fim da historia que dá significado e propósito a TUDO. A morte e ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é o maior evento da história (humana e eterna) e precisa ser celebrado, comemorado desta Forma.

Deus (antes da fundação do mundo) escolheu redimir sua criação que havia se perdido (se extraviado dizendo não à boa, perfeita e agradável vontade dEle, preferindo a mentira do inimigo), e num momento da nossa história, segundo a Bíblia na `plenitude dos tempos´, Deus envia seu filho com a missão de pregar o Evangelho (Boas-novas, a boa noticia de Deus) que pode ser sintetizado neste relato do evangelho de João 3.16, palavras de Jesus: "Porque Deus amou o mundo de tal (tanto) que deu o filho unigênito (único, igual a Ele) para que todo aquele que nEle crê (confia), não morra mas tenha a Vida eterna (que começa aqui e agora)". "Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E Ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou".

Viver essa vida só é possível através do poder que atuou na Ressurreição. O mesmo poder que operou em Jesus nos está disponível para podermos começar uma nova vida. Vida em que Deus nos adota como filhos seus e passamos a invocá-lo como PAI, um pai amoroso que também é Senhor, Salvador, conselheiro, consolador. Ele é aquele em que "nos movemos, pensamos e existimos".

Como podemos celebrar a Páscoa hoje? Primeiro devemos buscar relembrarmos de toda a história e meditarmos nela. No final de cada Evangelho (Mateus, Marcos, Lucas e João), os primeiros quatro livros do Novo Testamento, nos contam com a visão particular (e complementar) de cada autor, a história da crucificação de Jesus.

Uma boa é ver, se você não assistiu ou assistiu descuidado, depois de ler pelo menos um evangelho, o filme `A PAIXÃO´ de Mel Gibson. Não há exageros ali, o que há realmente é um ato de extremo AMOR por mim e por você. O interessante deste filme é a participação de Mel Gibson, além da idealização e direção, no momento da crucificação no nosso Senhor, a mão que segura o braço de Jesus para o prego ser batido é a dele, algo muito significativo.

A segunda, depois de ler e meditar, é reconhecer que quem crucificou Jesus fomos nós mesmos. Se ali estivéssemos naquela época, poderíamos ser um no meio da multidão gritando, solte Barrabás! e CRUCIFICA-O! ou fazer como os discípulos que fugiram. Não foi só o irmão Pedro que negou a Jesus, porém por todos Jesus orou "Pai perdoem porque não sabem o que fazem". Mas muito mais que isso foram os MEUS pecados que o crucificaram, foi escolha dEle ir para a Cruz pagar o meu preço, a sua dívida, a nossa Redenção.

Somos pecadores porque um dia o nosso `pai´ Adão (e nossa mãe também) resolveu tentar ser autônomo (viver por suas próprias leis), ele não acreditou no que Deus disse que isso seria caminho de morte e destruição. A partir daí o vírus do pecado foi nos passado como por herança, "aquele que comete pecado é escravo do pecado (Jesus)".
Mas o sacrifício perfeito e suficiente de Jesus, quando aceito por nós (como nosso),põe fim a esta maldição "...e conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará ... Eu Sou o Caminho, a Verdade, a Vida". A verdade é uma pessoa! e nEle está a plenitude da vida "... Disse-lhes Jesus: Eu Sou a Ressurreição e a Vida; Quem crê em Mim ainda que esteja morto, viverá! ...Eu vim para que vocês tenham Vida e Vida abundante", Jesus é tudo aquilo de que precisamos!!!

Por fim convoque os seus que você ama, faça como Jesus fez na última Ceia, consagre o Vinho e o Pão a Ele, e reparta entre vocês com um ato de celebração e memória do nosso maior presente, Ele mesmo.
Não se esqueça, Nosso Senhor Jesus Cristo, Aquele que ressuscitou dentre os mortos e vive para todo sempre, prometeu que vai voltar para buscar aqueles que são Seus, aqueles que vivem a vida celebrando a sua vida, morte e ressurreição pela Fé.

domingo, 3 de abril de 2011

SEMPRE AGORA por C. S. Lewis


TODA pessoa que acredita em Deus, de uma forma ou de outra, crê que ele sabe o que você e eu faremos amanhã. Porém, se ele sabe que eu agirei de certa forma, como eu poderia ter liberdade de agir de outra maneira? Temos aqui, mais uma vez, a dificuldade de achar que Deus percorre a linha do tempo da mesma maneira que nós, sendo que a única diferença é que ele pode enxergar além, enquanto nós não. Bem, se isso fosse verdade, se Deus tivesse previsto os nossos atos, seria muito difícil entender como poderíamos ter a liberdade de praticá-los ou não. Mas suponha que Deus esteja acima e além do plano temporal. Nesse caso, o que nós chamamos de “amanhã” estaria visível para ele da mesma forma que o que chamamos de “hoje”. Todos os dias são “agora” para Deus. Ele não se lembra do que fizemos ontem, simplesmente nos vê agindo, pois, embora “ontem” já tenha passado para nós, não passou para ele. Deus não prevê o que faremos amanhã, simplesmente nos vê agindo, porque embora o dia de amanhã não tenha chegado para nós, para ele está presente. Jamais supomos que nossas ações no presente fossem menos livres simplesmente porque Deus sabe o que estamos fazendo. Ele sabe até o que você vai fazer no futuro, pois já se encontra no “amanhã” e pode simplesmente observar você. De certa forma, Deus não conhece a sua ação enquanto você não a tiver praticado; mas depois, no momento em que você a tiver executado, já é “agora” para ele.


C S Lewis do livro Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples] Retirada de Um Ano com C. S. Lewis (Editora Ultimato, 2009)

sábado, 26 de março de 2011

O UNO, EU e O DEUS TRIÚNO


Esta semana foi atípica, nada rotineira, comecei o domingo passado comemorando, celebrando a vida de meu filho Matheus (18) e de minha filha Bruna (12), um entrando na fase adulta e a outra na adolescência. Após dois domingos ouvindo o nosso Pr. Alexandre falar sobre consagração, Deus colocou no meu coração o propósito de não assistir nenhum filme nem série (House, The Good Wife, In Treatment) durante os dias de feira, com a graça dEle percebi que precisava me dedicar muito mais a Sua Palavra e a solitude. Deu certo, fui agraciado e consegui finalizar a semana assim.


Porém ontem, por volta das 15:oo hrs, aconteceu algo fora do planejado, a foto acima é fruto disso. Estava eu na entrada da avenida Recife e final da BR-101, quando por uns poucos segundos fiquei meio absorto, pensando em não sei o quê, e quando olhei para frente vi carros parados na faixa de velocidade maior, sem nehum motivo aparente, só deu tempo de frear, só que frear não foi o bastante... Em um segundo eu estava na traseira de outro veículo.


Bom, graças a Deus os prejuízos foram só financeiros. No momento a preocupação foi voltar a realidade (parece que ela era virtual) e ver como a motorista da frente estava, pois o impacto deve ter sido por volta dos 4o km/h. A moça estava bem, mas só fazia chorar. Na hora tomei atitudes práticas e não pude perceber a situação como um todo. Precisava correr para chegar ao banco e terminar de resolver os negócios pendentes, e ás 16:30 tinha um encontro com a turma do Novo Jeito (http://www.novojeito.com/), aliás Deus nos surpreendeu e se fez presente ali.


A noite a ficha começou a cair e a adrenalina subiu um pouco. Não sei da onde veio a lembrança, quer dizer eu sei sim. Fui lembrado de um Uno (Uno 1.5 R da minha mãe), de um ano (1990), e de uma avenida (Av. Recife). Me lembrei que a exatamente 21 anos atrás eu vinha 'pilotando' este Uninho, saindo da casa da minha futura esposa e indo para casa, e um pneu dianteiro estorou no mesmíssimo local da batida, só que eu estava testando quanto aquela máquina dava. Eu estava a uns 160 km/h.


Naquele dia nada de mal me aconteceu, o carro não perdeu o controle não sei como (quer dizer eu sei sim), eu parei não sei como (eu sei sim), troquei o pneu num lugar deserto e perigoso, e fui para casa. Você pode achar que é só coincidência, eu acho que não. Eu fui lembrado e exortado por Deus que Ele sempre cuidou de mim, apesar de mim mesmo e nada, nada escapa ao seu cuidado e provisão.


Hoje mais uma vez me lembro daquela frase, "EU NÃO SEI O QUE O AMANHÃ ME TRARÁ, MAS EU SEI QUEM TRAZ O AMANHÃ", numa paráfrase eu diria - EU NÃO SEI QUE AVENTURAS COM O UNO ENFRENTAREI, MAS EU SEI QUEM DIRIGE A MINHA VIDA, OS UNOS E O TODAS AS COISAS- "Sabemos que todas coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo 0 seu propósito" (Romanos 8.28).


Alguns causos de Uno e myself:

O Uno e eu - o carro dos dois relatos acima. E também o primeiro carro que bati no trânsito (1989), duas vezes no mesmo dia (uma no Barão de Souza Leão e outra no portão de casa) por causa da pressa em encontrar com a namorada, Ana Paula (futura Macedo). O segundo era igual a foto acima.


O Uno e eu - o carro que atolei num canteiro fresquinho do Shopping Center Recife, no dia da inauguração da terceira etapa (1989) e que só saiu do 'atoleiro' após um caminhão do corpo de bombeiros (presente no local por causa da inauguração) rebocá-lo.


O Uno e eu - o carro okm que vendi em 1992 para fazer às pressas o enxoval de casamento (uma dica: quando se casar não chame somente padrinhos muito jovens ou meio lisos, seja mais sabido e menos sábio).


O Uno e eu - o carro (Uno CSL 4p) que ganhei de meu pai como presente de casamento, após ver meu 'sacrifício' e ficar a pé.


O Uno e eu - ele estava com saudades de mim e me encontrou ontem para darmos uma voltinha. Quero agradecer ao meu sobrinho Arthur Filipe Leite de Macedo por emprestá-lo e deixá-lo fazer parte da minha vida novamente. Valeu Arthur (a conta depois a gente acerta)!

segunda-feira, 21 de março de 2011

RENOVANDO TODAS AS COISAS por Henri Nouwen

EXTRATOS DE RENOVANDO TODAS AS COISAS

1. Trabalho árduo

A vida espiritual é um dom. É o dom do Espírito Santo que nos eleva para o Reino do amor de Deus, mas dizer que ser elevado para o Reino do amor é um dom divino não significa que vamos esperar passivamente até que o presente seja concedido a nós.

Jesus diz que nosso coração tem de estar no Reino. Pôr o coração em alguma coisa presume não só uma aspiração séria, mas também uma forte determinação. A vida espiritual requer esforço humano. As forças que nos desviam para uma vida cheia preocupações não são fáceis de superar.

Jesus exclamou: "como é difícil aos ricos entrar no reino de Deus!" (Mc 10.23). Para convecer-nos da necessidade do trabalho árduo, Ele diz: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16.24).


2. A voz mansa e suave

Uma vida espiritual sem disciplina é impossível. Disciplina é o outro lado do discipulado. A prática da disciplina espiritual nos torna mais sensíveis à voz mansa e suave de Deus. O profeta Elias não encontrou Deus no vendaval, nem no terremoto, nem no fogo e sim no murmúrio de uma brisa (I Rs 19.9-13).

Através da prática da disciplina espiritual nos tornamos atentos para a essa voz suave e dispostos a responder quando a ouvimos.

3. De uma vida absurda para a vida obediente

De tudo o que já foi dito sobre a nossa vida cheia de preocupações, fica claro que sempre estamos rodeados por tanto barulho externo que é quase impossível ouvir o nosso Deus quando Ele está falando conosco. Muitas vezes tornamos-nos surdos, incapazes de saber quando Deus nos chama e de entender o que Ele fala. Assim, nossas vidas se tornaram absurdas.

Na palavra absurdo encontramos a palavra latina surdus que significa surdo. A vida espiritual requer disciplina porque precisamos aprender com Deus, que fala constantemente, mas a quem raramente ouvimos. Quando, porém, aprendemos a ouvir, nos tornamos obedientes.

A palavra obediência vem do latim audire, palavra que significa ouvir. A disciplina espiritual é necessária para a lenta jornada de uma vida absurda para uma vida obediente, de uma vida cheia de ruídos e preocupações para uma vida em que haja algum espaço livre interior, onde podemos ouvir o nosso Deus e seguir sua orientação.

A vida de Jesus foi uma vida de obediência. Ele estava sempre escutando o Pai, sempre atento à sua voz, sempre alerta à sua direção. Jesus era um "ouvinte pleno". Esta é a verdadeira oração: ouvir a Deus plenamente. O centro de toda oração é, de fato, ouvir, permanecer em atitude de obediência na presença de Deus.

4. O esforço concentrado

A disciplina espiritual, portanto, é o esforço concentrado para criar um espaço interior e exterior em nossa vida, onde esta obediência possa ser praticada. Por meio da disciplina espiritual impedimos o mundo de preencher nossas vida de tal forma que não há lugar para ouvir. A disciplina liberta-nos para orar, ou melhor dizendo, permite que o Espírito de Deus ore em nós.

5. Tempo e Lugar

Sem a solitude é praticamente impossível viver uma vida espiritual. A solitude começa com um tempo e um lugar para Deus, e só para Ele (Leia Mateus 6). Se crermos que Deus não apenas existe, mas também está ativamente presente em nossa vida - curando, ensinando e guiando -, precisamos separar um tempo e um lugar para Lhe dedicar nossa atenção total. Jesus diz: "Vá para seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que está em secreto" (Mt 6.6).

6. Caos interior

Buscar solitude em nossa vida é um dos aspectos mais necessários da disciplina e também a mais difícil das disciplinas. Embora desejamos a verdadeira solitude, também passamos por certa apreensão a medida que nos aproximamos do seu lugar e do seu momento. Assim que nós estamos sozinhos, sem pessoas para conversar, livros para ler, TV para assistir ou tefefone para falar, um caos interior começa.

O caos pode ser tão perturbador que não vemos a hora de voltar a atividade. Portanto entrar no quarto e fechar a porta não significa que eliminamos imediatamente do nosso interior todas as dúvidas, ansiedades, medos, más lembranças, conflitos não resolvidos, sentimentos de ira e desejos impulsivos. Pelo contrário, depois de nos afastar de todas as outras distrações, logo descobrimos que nossas próprias distrações se manifestam com força total.

Em geral utilizamos as distrações exteriores como proteção contra os ruídos interiores. Por isso não é de surpreender que tenhamos dificuldades em ficar sós. O confronto com nossos próprios conflitos pode ser muito doloroso de suportar.


Isto é o que faz com que a solitude seja muito importante. A Solitude não é uma resposta espontânea de uma vida ocupada e preocupada. Existem muitas razões para não estar sozinho. Portanto, devemos começar a planejar cuidadosamente nosso tempo de solitude.

7. Escreva claramente (Agende seu compromisso com Deus)

Cinco ou dez minutos por dia pode ser tudo o que podemos tolerar para começar nesta disciplina . A quantidade de tempo irá variar para cada pessoa de acordo com o temperamento, idade, profissão, estilo de vida e maturidade. Se não reservarmos algum tempo para estar a sós com Deus e escutá-Lo é porque não levamos a vida espiritual a sério. Talvez seja preciso anotar na agenda para que ninguém, nem nada, nos tire este tempo, assim poderemos dizer aos amigos, vizinhos, alunos, clientes ou pacientes: "Sinto muito já tenho um compromisso nesse horário".

8. Bombardeado por milhares de pensamentos

Uma vez que nós nos comprometemos a passar um tempo na solitude, desenvolvemos uma atenção à voz de Deus em nós. No início nos primeiros dias, semanas ou mesmo meses, possamos ter a sensação de que estamos apenas perdendo nosso tempo. O tempo em solitude no inicio pode parecer pouco maior que o tempo em que somos bombardeados por milhares de pensamentos e sentimentos que emergem das áreas ocultas da nossa mente.

Um antigo escritor cristão descreveu o primeiro estágio da oração em solitude com a experiência de alguém que, depois de anos vivendo com as portas abertas, resolveu fechá-las. Os visitantes acostumados de entrar na casa começaram a bater à porta, querendo saber porque não podiam entrar. Só de perceberem que não são ben-vindos pararam de vir.

Esta é a experiência de quem decide entrar na solitude depois de uma vida sem alguma disciplina espiritual. No começo surgem muitas distrações. Mais tarde, quando elas recebem menos atenção, elas lentamente se retiram.

9.Tentação de fugir

É claro que o que importa é a fidelidade à disciplina. No inicio a solitude parece tão contrária aos nossos desejos que ficamos constantemente tentados a fugir dela. O meio de escapar é através dos devaneios ou simplesmente cair no sono. Contudo, quando somos fiéis à nossa disciplina, na convicção de que Deus está conosco, mesmo quando não conseguimos ouvi-lo, aos poucos descobrimos que não queremos perder nosso tempo a sós com Deus. Embora não tenhamos grande satisfação com a solitude, descobrimos que um dia sem solitude é menos espiritual que quando a temos.

10. O primeiro sinal de Oração

Sabemos por intuição que é importante dedicar tempo a solitude. Até começamos a aguardar este momento de inutilidade. O desejo de estar em solitude geralmente é o primeiro sinal de oração, a primeira indicação de que a presença do Espírito de Deus não passa mais despercebida.

À medida que nos esvaziamos das nossas muitas preocupações, passamos a perceber não só com a nossa mente, mas também com o nosso coração, que nunca estivemos realmente sós, que o Espírito de Deus esteve conosco o tempo todo. Por isso começamos a entender as palavras de Paulo: "Sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo que Ele nos deu" (Rm 5.3-6).

11. O Caminho da Esperança

Por meio da solitude conhecemos o Espírito que já foi concedido a nós. Por isso, as dores e as lutas que encontramos em nossa solitude tornam-se o caminho da esperança, porque nossa esperança não se baseia em algo que vai acontecer depois de vencermos nossos sofrimentos, mas na presença real do Espírito restaurador de Deus em meio a esses sofrimentos e lutas.

A disciplina da solitude permite-nos entrar em contato com a presença esperançosa de Deus em nossa vida e nos permite também experimentar, mesmo agora, hoje, o início da alegria e da paz que pertencem (em plenitude) ao novo céu e a nova terra.

A disciplina da solitude, como a descrevo aqui, é uma disciplina eficaz para o desenvolvimento de uma vida de oração. É uma maneira simples, mas não fácil, de nos livrarmos da escravidão de nossas ocupações e preocupações e começar a ouvir a voz que renova todas as coisas.


Henri J. M. Nouwen - Extratos do Livro RENOVANDO TODAS AS COISAS, publicado em CLÁSSICOS DEVOCIONAIS de Richard Foster e James Bryan Smith Págs. 116-124, com algumas traduções próprias diretamente do inglês .

domingo, 20 de março de 2011

CORAÇÃO COMPUNGIDO E CONTRITO por Ricardo Barbosa

"Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás"
(Salmos 51.17)
Uma das marcas do nosso tempo é o abandono do temor a Deus. Temor é uma palavra que a cultura contemporânea excluiu do dicionário. No lugar dela, cresce a busca pela autoconfiança. Uma vez que não temos nenhum referencial fora de nós, assumimos que somos nosso próprio deus. Num mundo assim, não existem limites ou fronteiras. Tudo é possível, permitido e aceitável. Surge então um desequilíbrio perigoso.

A oração do rei Davi no
Salmo 51 é uma das pérolas da Bíblia. Não posso imaginar a vida sem essa oração, que nos conduz às profundezas da alma humana. Encontramos nela o espelho dos movimentos mais profundos de nossas emoções. Ela descreve a anatomia da alma humana e demonstra um equilíbrio maduro entre o temor a Deus e uma autoestima saudável.

O contexto é bem conhecido. Trata-se do terrível adultério do rei Davi com Bate-Seba, seguido da trama para matar seu marido, Urias. O plano perverso de Davi acontece. Depois da morte de Urias, ele se casa com Bate-Seba e o filho nasce. Porém, Davi não consegue conviver em paz com seu pecado. Graças a Deus por isso. Ele tentou esquecer, remendar, mas nada adiantou. Seu corpo começou a sentir o peso do pecado. Por mais que a cultura moderna nos tente convencer que o pecado não existe, seus sinais estão por toda parte.

Não havia sacrifício para o pecado de Davi, já que o crime que cometeu fora premeditado. É por isso que ele diz: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos”. Davi então entende que o sacrifício com o qual Deus se agrada é um espírito quebrantado e um coração compungido e contrito. Pouca coisa descreve melhor a necessidade humana do que essa declaração. Algumas razões:

Um espírito quebrantado e um coração contrito nos conduzem à realidade sobre quem somos. Observe os pronomes usados por ele: “minhas transgressões; minha iniquidade; meu pecado; eu pequei contra ti; eu fiz o que é mau, eu nasci na iniquidade”. Davi tem consciência de quem ele é. Isso nos ajuda a parar de jogar e brincar com a vida - a nossa e a dos outros. Por causa desse coração e espírito, ele assume seu erro e pecado. Não busca justificar seu erro com o erro dos outros, com aquelas desculpas conhecidas: “todo mundo faz o mesmo”, “não tive escolha”, “fui pressionado”. Ele não diz que foi “consensual”. Adultério é adultério, mesmo sendo consensual. Ele sabe que sua ofensa atinge primeiramente a Deus: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos; esconde o rosto dos meus pecados; não me repulses da tua presença, nem me retires teu Santo Espírito”.
É a Deus que ele ofendeu, antes de Bate-Seba e Urias. É isso que o temor a Deus produz.Essa oração nos conduz também a uma compreensão real sobre Deus. Veja a forma como ele se refere a Deus: compaixão, benignidade, misericórdia, amor, justiça, santidade. Ao pedir para ver a glória de Deus, Moisés ouviu a seguinte resposta: “Farei passar toda a minha bondade diante de ti... terei misericórdia e compaixão”. Davi volta-se para essa revelação, para o amor eterno, amor da aliança. É nesse amor que ele se apega. É nessa compaixão que ele deposita sua confiança.

É uma oração que nos conduz a um milagre. Encontramos nela afirmações enfáticas: “Purifica-me, lava-me, faze-me ouvir júbilo e alegria, cria em mim um coração puro, renova dentro em mim um espírito inabalável, apaga as minhas transgressões, restitui-me a alegria da salvação, sustenta-me com um espírito voluntário, livra-me dos crimes, abre meus lábios”.
Ao suplicar pelo milagre de um coração puro, Davi usa a mesma palavra de Gênesis 1: Deus criando a partir do nada. Somente ele pode criar uma nova realidade, uma nova criação. É exatamente o que Jesus veio fazer: “Eis que faço novas todas as coisas”.


Deus não despreza um espírito quebrantado e um coração contrito. É somente com um temor sincero para com ele que podemos desenvolver uma compreensão clara sobre nós. É essa atitude que torna possível ao ser humano construir uma autoconfiança saudável.

Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.
http://www.ultimato.com.br/?pg=show_artigos&secMestre=2641&sec=2664&num_edicao=324